Retorno 1
De volta às lides "blogueiristícas" após prolongado interregno, provocado por uma doença mental pós-moderna da qual, infelizmente, também padeço e que se chama "workaholite aguda irreversível". Bem, antes esta do que a "carneirite aguda" ou a "cobardite hereditária genética". Estas duas últimas, verdadeiros flagelos sociais contemporâneos, caracterizam-se por vários comportamentos perfeitamente tipificados e precocemente diagnosticáveis e caracterizáveis, vejamos:
- Quadro geral de "lamentação" espontânea e continuada. Os indivíduos que padecem desses males da urbanidade consumista, lamentam-se continuadamente de tudo o que os rodeia. Do governo (normalmente, do partido em que votaram), do patrão (perante o qual se calam e baixam a cabeça), do salário (que nada investem para o melhorar), dos preços elevados (que não os impedem de consumir compulsivamente), do estado (essa entidade para-material da qual nunca se queixa e relativamente à qual não exercem os mais básicos direitos e deveres de cidadania), e muitas outros factores de lamentação, que mais não são do que a expressão real da sua própria incapacidade para aletrar seja o que for.
- Quadro geral oportunismo instintivo latente. Estas pessoas, situadas nas entranhas da sociedade (no centrão), habituaram-se ao oportunismo como forma de expressão da sua existência. Normalmente, olhando para a realidade social como um bolo que querem comer, ficam à espera das fatias que uma meia dúzia de inconformados conquistam, e das migalhas que os poderosos deixam cair quando se lambuzam ou, apenas, quando, por descargo de consciência, deixam propositadamente cair.
Estes seres, são a expressão máxima do oportunismo patológico social, na medida em que, sabendo de antemão que, mal ou bem, beneficiarão sempre das conquistas de quem dá o corpo ao manifesto na luta pela repartição mais equitativa do bolo de riqueza, optam antes, por tentar sempre, mas sempre, por se encostar a quem deixa ou pode deixar cair as migalhas. É das fatias que vivem, mas encostam-se a quem lhes dá as migalhas, por que como têm garantidas as fatias, optam por renegar que lhas dá, engraxando quem lhes possa garantir mais algumas migalhitas para adicionar às fatias que outros lhes deram. Na maioria dos casos, até se colocam contra os que, à custa do seu suor, lutam por fatias maiores. A justificação é sempre a mesma. "Quem luta pelas fatias, fá-lo por oportunismo e não por causas". Oportunista que vê ao espelho e não lhe desagrada a vista, vê tudo por igual. Contudo, se tivessem razão nesse silogismos bacoco, passariam todos a contestatários, uma vez que, no oportunismo, ninguém os bate. Está tão intricado, o oportunismo, no seu ego, que a maioria, nem se dá conta do quanto são dominados por ele. Já está no domínio dos instintos.Nessa medida, numa atitude de profunda ingratidão, viram as costas a quem por eles luta e vendem-se aos que os exploram, por umas míseras migalhinhas de poder. Sabem porque é que o fazem? Porque não lhes custou nada o que têm e os direitos de que usufruem, para si, estão sempre garantidos. No dia em que os estiverem a perder, o que fazem? Lamentam-se e pedem migalhas. Lutar? Revoltar? Reivindicar? Opor? Questionar? Criticar? Transformar? Nunca são opções.
- Quadro geral de ausência de consciência politica. A maioria destes seres não vive, sobrevive. Não escolhe nem opta, aceita. Não se opõe, submete-se. A contradição nunca é opção. O seguidismo é o lema, a correção formal dos actos políticos é a sua filosofia de vida e a ausência de moral, ética, racionalidade e de compromisso construtivo são os seus princípios de vida. Os fins justificam todos os meios. Hoje votam num, amanhã no outro. outros votam por hereditariedade sem se questionarem sobre a direção do voto. Outros, votam por votar. Muitos votam escolhendo sempre o caminho mais fácil, nomeadamente, aquele ou aqueles partidos que não representem um compromisso ético de qualquer espécie, sejam conservadores ou progressistas (não se tratam apenas dos partidos da AR, podemos estar a falar de partidos sociais diversos, em associações, colectividades...). Nunca avaliam o melhor caminho, escolhe sempre o mais fácil e aquele que tiver menos custos pessoais, mesmo que o ganhos seja pouco. Em virtude da sua falta de consciência politica e social, escolhem sempre partidos e movimentos que não representem qualquer ideologia, ou cuja ideologia seja muito volátil. O que é importante é não estarem minimamente comprometidos com nada nem com ninguém, mesmo que esse alguém, sejam eles mesmos. Assim podem sempre falar mal e da asas à capacidade de lamentação e oportunismo continuados. E, claro, podem sempre passar, nos seus locais de trabalho e nas suas interações sociais, como seres inofensivos e sem responsabilidade.
- Quadro geral de amnésia permanente e espontânea. Elegem-se os governos e depois fala-se mal deles. Desgraçados, são sempre enganados, sempre! Isto porque, de uma legislatura para a outra, esquecem-se da anterior. Os coitados, chegam mesmo a votar hoje no seu partido de eleição (aquele que fizer a melhor campanha ou o que lhes parecer mais conformista e menos desafiador para si próprios) e passado um mês, vêm dizer que nem votaram, sequer. Aplica-se a esta gente a máxima, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. o partido A) governa e falam mal dele, vem o B) e faz igual, mas como é o B) e não o A), falam mal dele, sem entenderem que se trata da mesma governação, mas com caras diferentes. Nas suas mentes só lhes ocorre uma coisa. O situacionismo. A mudança nunca é opção. O que é importante é dar seguimento ao rame rame diário.
- Quadro geral de ausência de reação, critica e autocritica. Nunca se criticam, nuca se autocriticam, nunca reagem à adversão. Reagir contra a injustiça não é opção. Quando injustiçados, optam por dar graxa ao injustiçador. A frontalidade não é uma característica da sua personalidade (existem excepções). O seu comportamento nunca origina lamentações, só o dos outros. O seu espelho é demasiado baço para que possam observar-se em toda a extensão e profundidade. Nem aos filhos dizem não. SE estes abusam, a culpa é dos professores, pois eles nunca a têm.
- Quadro geral de superficialite aguda. A sua superficialidade é doentia. Só interessa a forma, o pacote, a embalagem, a aparência. Se fazem desporto, é para emagrecer. Se têm uma dieta saudável, é ara emagrecer e isto é, se não deixarem antes de comer. Quando leem, tem que ser light, para não pensar muito. Se vêem filmes, é só para entreter, para pensar é que não. Deixam de comer para andar de carro. Endividam-se para se vestirem bem. Nunca se trata de conteúdo, nunca se trata de convicção. Tudo é efémero, tudo é material, tudo é bacoco.
- Quadro geral de utilitarismo extremo. Os fins justificam os meios. O que importa é o resultado final. Só conta o prazer. Só conta o dinheiro. Só conta a matéria. Só conta o umbigo. Os outros, são figurantes.
- Quadro de despersonalização comparada. Todos se lamentam uns dos outros. De um lado ouvimos "ninguém trabalha", do outro ouvimos "já não há decência". De outro ouvimos "não há justiça, são todos ladrões", do outro "isto é só lambões". Todos apontam os erros uns ao outros, sem se darem conta de que anda em círculos a falarem deles mesmos (se um fala do outro, o outro, fala do um!)
- Sindroma do equalitarismo indiferenciado. "São todos iguais". A ausência de convicção faz com que não analisem o carácter dos diversos políticos. Assim, quando votam, podem sempre dizer, que tem de ser como é. Desta forma, nunca erram, nunca se comprometem com os maus resultados do país.
Poderia continuar. Normalmente estas pessoas não percebem que a força da democracia está na contradição e na diversidade. Quando o seu partido está no poder queixam-se da critica alheia. Pudera, acham que o seu seguidismo é que é o exemplo. Acham que participar democraticamente é fazer tudo o que o seu partido manda e não percebem que, em democracia, participemos contra ou a favor, e já estamos a contribuir para o futuro, pois a democracia é isso mesmo, a síntese consciente das contradições. Não são pro-ativos porque não gostam de arriscar ou de se comprometer com perspectivas diferentes. A Cidadania participativa para eles não existem , porque acham que não devem nada à sociedade. Se um partido ou uma pessoa assume uma linha ideológica vincada, então é extremista. Porque o que está bem é não ser, nem carne, nem peixe. É estar no centro e não entendem que o radicalismo faz falta para dar cor e ideias à sociedade. O que devemos combater é, precisamente, o sectarismo (achar que só uma visão é que é correcta), o seguidismo, suporte de todas as ditaduras e a cobardia, filha de todos os abusos.
O problema é que, tudo se resume a dois sintomas, ausência de ética (para não fazer o que se considera errado) e ausência de carácter (para reagir ao que se considera errado). É este o problema. O chefe berra e eles calam-se e depois o mau é o que se revolta. Porque assim, engraxa-se o chefe. Impressionante, não é?
No final, estas pessoas, resumem-se a três grupos:
1. os que não votam, porque não lhes interessam
2. os que votam, se não estiver dia de praia
3. os que votam, por votar e não por convicção
4. os que votam sempre no mesmo, só porque sim.
O facto é que, ao longo da história, aqueles que lutaram pelo progresso (sim, os direitos resultam da luta, não são dados por ninguém), sempre foram as ovelhas negras, os radicais, os marginais e até, por vezs, os terroristas. Apelidos atribuídos pelos que são conservadores e querem conservar o seu poder. Apelidos que são veiculados e gritados por aqueles que mais perdem com o conservadorismo e mais ganham com o progresso. Sempre foi assim e sempre o vai ser. Porque os lideres, os conscientes e os lutadores (sejam progressistas ou conservadores), aqueles que defendem causas e vivem e morrem por elas, serão sempre, mas sempre, uma minoria. A maioria, será sempre indiferenciada, será sempre a multidão, os arrastados, por uns ou outros. Estes, até se sabem manipulados, mas desmontar essa manipulação, dá muito trabalho. Como dizia Kierkgard (filósofo cristão, que no meio de uma carrada de baboseiras disse algo de certo). Na multidão, está a mentira. A verdade está em cada um de nós. Mas vale sozinhos que mal acompanhados. Mais vale a minha verdade do que a mentira de todos. São estes os seus ensinamentos.
Como animais, seremos sempre assim. Os que mandam, os mandados e os marginalizados. De facto, ser chamado extremista, radical e sectário, pode ser, como vêem, afinal de contas, um bom elogio. Desde que não me chamem de ladrão, oportunista e aldrabão, já estou por tudo.
Assumamo-nos, porra!
De volta às lides "blogueiristícas" após prolongado interregno, provocado por uma doença mental pós-moderna da qual, infelizmente, também padeço e que se chama "workaholite aguda irreversível". Bem, antes esta do que a "carneirite aguda" ou a "cobardite hereditária genética". Estas duas últimas, verdadeiros flagelos sociais contemporâneos, caracterizam-se por vários comportamentos perfeitamente tipificados e precocemente diagnosticáveis e caracterizáveis, vejamos:
- Quadro geral de "lamentação" espontânea e continuada. Os indivíduos que padecem desses males da urbanidade consumista, lamentam-se continuadamente de tudo o que os rodeia. Do governo (normalmente, do partido em que votaram), do patrão (perante o qual se calam e baixam a cabeça), do salário (que nada investem para o melhorar), dos preços elevados (que não os impedem de consumir compulsivamente), do estado (essa entidade para-material da qual nunca se queixa e relativamente à qual não exercem os mais básicos direitos e deveres de cidadania), e muitas outros factores de lamentação, que mais não são do que a expressão real da sua própria incapacidade para aletrar seja o que for.
- Quadro geral oportunismo instintivo latente. Estas pessoas, situadas nas entranhas da sociedade (no centrão), habituaram-se ao oportunismo como forma de expressão da sua existência. Normalmente, olhando para a realidade social como um bolo que querem comer, ficam à espera das fatias que uma meia dúzia de inconformados conquistam, e das migalhas que os poderosos deixam cair quando se lambuzam ou, apenas, quando, por descargo de consciência, deixam propositadamente cair.
Estes seres, são a expressão máxima do oportunismo patológico social, na medida em que, sabendo de antemão que, mal ou bem, beneficiarão sempre das conquistas de quem dá o corpo ao manifesto na luta pela repartição mais equitativa do bolo de riqueza, optam antes, por tentar sempre, mas sempre, por se encostar a quem deixa ou pode deixar cair as migalhas. É das fatias que vivem, mas encostam-se a quem lhes dá as migalhas, por que como têm garantidas as fatias, optam por renegar que lhas dá, engraxando quem lhes possa garantir mais algumas migalhitas para adicionar às fatias que outros lhes deram. Na maioria dos casos, até se colocam contra os que, à custa do seu suor, lutam por fatias maiores. A justificação é sempre a mesma. "Quem luta pelas fatias, fá-lo por oportunismo e não por causas". Oportunista que vê ao espelho e não lhe desagrada a vista, vê tudo por igual. Contudo, se tivessem razão nesse silogismos bacoco, passariam todos a contestatários, uma vez que, no oportunismo, ninguém os bate. Está tão intricado, o oportunismo, no seu ego, que a maioria, nem se dá conta do quanto são dominados por ele. Já está no domínio dos instintos.Nessa medida, numa atitude de profunda ingratidão, viram as costas a quem por eles luta e vendem-se aos que os exploram, por umas míseras migalhinhas de poder. Sabem porque é que o fazem? Porque não lhes custou nada o que têm e os direitos de que usufruem, para si, estão sempre garantidos. No dia em que os estiverem a perder, o que fazem? Lamentam-se e pedem migalhas. Lutar? Revoltar? Reivindicar? Opor? Questionar? Criticar? Transformar? Nunca são opções.
- Quadro geral de ausência de consciência politica. A maioria destes seres não vive, sobrevive. Não escolhe nem opta, aceita. Não se opõe, submete-se. A contradição nunca é opção. O seguidismo é o lema, a correção formal dos actos políticos é a sua filosofia de vida e a ausência de moral, ética, racionalidade e de compromisso construtivo são os seus princípios de vida. Os fins justificam todos os meios. Hoje votam num, amanhã no outro. outros votam por hereditariedade sem se questionarem sobre a direção do voto. Outros, votam por votar. Muitos votam escolhendo sempre o caminho mais fácil, nomeadamente, aquele ou aqueles partidos que não representem um compromisso ético de qualquer espécie, sejam conservadores ou progressistas (não se tratam apenas dos partidos da AR, podemos estar a falar de partidos sociais diversos, em associações, colectividades...). Nunca avaliam o melhor caminho, escolhe sempre o mais fácil e aquele que tiver menos custos pessoais, mesmo que o ganhos seja pouco. Em virtude da sua falta de consciência politica e social, escolhem sempre partidos e movimentos que não representem qualquer ideologia, ou cuja ideologia seja muito volátil. O que é importante é não estarem minimamente comprometidos com nada nem com ninguém, mesmo que esse alguém, sejam eles mesmos. Assim podem sempre falar mal e da asas à capacidade de lamentação e oportunismo continuados. E, claro, podem sempre passar, nos seus locais de trabalho e nas suas interações sociais, como seres inofensivos e sem responsabilidade.
- Quadro geral de amnésia permanente e espontânea. Elegem-se os governos e depois fala-se mal deles. Desgraçados, são sempre enganados, sempre! Isto porque, de uma legislatura para a outra, esquecem-se da anterior. Os coitados, chegam mesmo a votar hoje no seu partido de eleição (aquele que fizer a melhor campanha ou o que lhes parecer mais conformista e menos desafiador para si próprios) e passado um mês, vêm dizer que nem votaram, sequer. Aplica-se a esta gente a máxima, o que hoje é verdade, amanhã é mentira. o partido A) governa e falam mal dele, vem o B) e faz igual, mas como é o B) e não o A), falam mal dele, sem entenderem que se trata da mesma governação, mas com caras diferentes. Nas suas mentes só lhes ocorre uma coisa. O situacionismo. A mudança nunca é opção. O que é importante é dar seguimento ao rame rame diário.
- Quadro geral de ausência de reação, critica e autocritica. Nunca se criticam, nuca se autocriticam, nunca reagem à adversão. Reagir contra a injustiça não é opção. Quando injustiçados, optam por dar graxa ao injustiçador. A frontalidade não é uma característica da sua personalidade (existem excepções). O seu comportamento nunca origina lamentações, só o dos outros. O seu espelho é demasiado baço para que possam observar-se em toda a extensão e profundidade. Nem aos filhos dizem não. SE estes abusam, a culpa é dos professores, pois eles nunca a têm.
- Quadro geral de superficialite aguda. A sua superficialidade é doentia. Só interessa a forma, o pacote, a embalagem, a aparência. Se fazem desporto, é para emagrecer. Se têm uma dieta saudável, é ara emagrecer e isto é, se não deixarem antes de comer. Quando leem, tem que ser light, para não pensar muito. Se vêem filmes, é só para entreter, para pensar é que não. Deixam de comer para andar de carro. Endividam-se para se vestirem bem. Nunca se trata de conteúdo, nunca se trata de convicção. Tudo é efémero, tudo é material, tudo é bacoco.
- Quadro geral de utilitarismo extremo. Os fins justificam os meios. O que importa é o resultado final. Só conta o prazer. Só conta o dinheiro. Só conta a matéria. Só conta o umbigo. Os outros, são figurantes.
- Quadro de despersonalização comparada. Todos se lamentam uns dos outros. De um lado ouvimos "ninguém trabalha", do outro ouvimos "já não há decência". De outro ouvimos "não há justiça, são todos ladrões", do outro "isto é só lambões". Todos apontam os erros uns ao outros, sem se darem conta de que anda em círculos a falarem deles mesmos (se um fala do outro, o outro, fala do um!)
- Sindroma do equalitarismo indiferenciado. "São todos iguais". A ausência de convicção faz com que não analisem o carácter dos diversos políticos. Assim, quando votam, podem sempre dizer, que tem de ser como é. Desta forma, nunca erram, nunca se comprometem com os maus resultados do país.
Poderia continuar. Normalmente estas pessoas não percebem que a força da democracia está na contradição e na diversidade. Quando o seu partido está no poder queixam-se da critica alheia. Pudera, acham que o seu seguidismo é que é o exemplo. Acham que participar democraticamente é fazer tudo o que o seu partido manda e não percebem que, em democracia, participemos contra ou a favor, e já estamos a contribuir para o futuro, pois a democracia é isso mesmo, a síntese consciente das contradições. Não são pro-ativos porque não gostam de arriscar ou de se comprometer com perspectivas diferentes. A Cidadania participativa para eles não existem , porque acham que não devem nada à sociedade. Se um partido ou uma pessoa assume uma linha ideológica vincada, então é extremista. Porque o que está bem é não ser, nem carne, nem peixe. É estar no centro e não entendem que o radicalismo faz falta para dar cor e ideias à sociedade. O que devemos combater é, precisamente, o sectarismo (achar que só uma visão é que é correcta), o seguidismo, suporte de todas as ditaduras e a cobardia, filha de todos os abusos.
O problema é que, tudo se resume a dois sintomas, ausência de ética (para não fazer o que se considera errado) e ausência de carácter (para reagir ao que se considera errado). É este o problema. O chefe berra e eles calam-se e depois o mau é o que se revolta. Porque assim, engraxa-se o chefe. Impressionante, não é?
No final, estas pessoas, resumem-se a três grupos:
1. os que não votam, porque não lhes interessam
2. os que votam, se não estiver dia de praia
3. os que votam, por votar e não por convicção
4. os que votam sempre no mesmo, só porque sim.
O facto é que, ao longo da história, aqueles que lutaram pelo progresso (sim, os direitos resultam da luta, não são dados por ninguém), sempre foram as ovelhas negras, os radicais, os marginais e até, por vezs, os terroristas. Apelidos atribuídos pelos que são conservadores e querem conservar o seu poder. Apelidos que são veiculados e gritados por aqueles que mais perdem com o conservadorismo e mais ganham com o progresso. Sempre foi assim e sempre o vai ser. Porque os lideres, os conscientes e os lutadores (sejam progressistas ou conservadores), aqueles que defendem causas e vivem e morrem por elas, serão sempre, mas sempre, uma minoria. A maioria, será sempre indiferenciada, será sempre a multidão, os arrastados, por uns ou outros. Estes, até se sabem manipulados, mas desmontar essa manipulação, dá muito trabalho. Como dizia Kierkgard (filósofo cristão, que no meio de uma carrada de baboseiras disse algo de certo). Na multidão, está a mentira. A verdade está em cada um de nós. Mas vale sozinhos que mal acompanhados. Mais vale a minha verdade do que a mentira de todos. São estes os seus ensinamentos.
Como animais, seremos sempre assim. Os que mandam, os mandados e os marginalizados. De facto, ser chamado extremista, radical e sectário, pode ser, como vêem, afinal de contas, um bom elogio. Desde que não me chamem de ladrão, oportunista e aldrabão, já estou por tudo.
Assumamo-nos, porra!