há mais de 2000 anos já se sabia!

Cuidado! Vê o que acontece se não participares. Já Platão o sabia. Quantos mais milhares de anos serão necessários para tu também o saberes?

A injusta repartição da riqueza!

Consideras justa esta repartição da riqueza? Então o que esperas para reinvindicares uma mais justa? alguém que o faça por ti? Espera sentado/a!

Não sejas mais um frustrado/a!

Não há pior frustração do que a que resulta da sensação de que não fizemos tudo o que podiamos!

Passos Coelho e a Greve

Diz o menino Passos Coelho: "O país precisa de menos greves e mais trabalho".

Pois é...de mais trabalho precisa mesmo. E por precisar de mais trabalho, principalmente para quem não o tem, é que é preciso fazer greve. Para que quem não trabalha, nem trabalhou, porque não quis, é importante fazer greve, para que desapareça da nossa vista de vez.

De facto, é preciso ter muita lata, quem nunca soube o que é trabalhar, quem toda a vida foi um carreirista politico oportunista e aldrabão. Alguém que faz do seguidismo e da manipulação a sua profissão, vir agora atacar quem faz greve para correr com ele. Tem razão, o pais precisa de trabalho.

FAÇAMOS GREVE E TRABALHEMOS PARA CORRER COM QUEM, NÃO TRABALHANDO, QUER VIVER À NOSSA CONTA.

Lambão sem vergonha

A manipulação não faz greve de certeza

A manipulação não faz greve de certeza


É incrível a veemência com que os jornaleiros, por contingência politica, promovidos a (pseudo) jornalistas, ou os paineleiros, por rastejamento politico, promovidos a comentadores, desenvolvem a sua acção manipulativa.

Fazem-no sem dó, nem piedade. Fazem-no porque lho mandam fazer. Fazem-no porque eles, já de si próprios, são produto de manipulação. Principalmente, da manipulação da verdade.

Gravações esquecidas

Manuel Nogueira, Dirigente da Fenprof foi bem claro na sua comunicação. "O sr. Ministro da Educação não nos fez qualquer proposta relativa a um compromisso para a alteração das datas dos exames". "O Sr. Ministro mentiu e a Fenprof vai pedir a divulgação das gravações da reunião".

Manuel Nogueira disse-o vezes sem conta, uma após a outra. Ainda na segunda feira o repetiu. Ora, o que fazem jornaleiros e paineleiros? Fingem não ouvir o que até o surdos ouviram, tak o númerod e vezes que foi escrito.

Continuam, como o Director do pasquim "I" - não é a toa que não vende - a distinguir entre sindicatos da CGTP-IN e da UGT, porque os primeiros não terão querido aceitar o compromisso.

Quer dizer, este sr. director de pasquim, ouviu, leu e até terá escrito o que Manuel Nogueira referiu ter sido uma mentira descarada do Sr. ministro. E o que fez este senhor? Investigiu? Esperou? Perguntou? Nâo! Apagou da sua memória a dúvida levantada. Claro, apenas porque levantada por alguém da CGTP-IN, o que lhe fez levantar os seu preconceitos antidemocráticos. Senão, ao menos, questionariam o sr. ministro sobre o assunto.

Ora, a certeza absoluta de que o ministro mentiu e de que as gravações nunca virão à luz vem com o seguinte facto...Nenhum jornaleiro da comunicação social corporativa perguntou ao ministro para comentar a duvida levantada por Mário Nogueira. E esta hein?

Então um dos principais interlocutores chama mentiroso ao outro, indica a possibilidade de recolha de prova factual comprovativa e ninguém pergunta à outra parte se quer desmentir, atacar ou denunciar algo? Nâo, não perguntam! E sabem porquê? Porque já sabem a resposta. E sabendo, é melhor não falarem no assunto e continuarem o ataque gratuito ao direito à verdade dos factos.

E então? A manipulação desta gente não pára, nem perante a verdade dos factos.


A "nova" forma de comunicar - ou de mentir!

Hoje de manhã, na RTP, foi bem visível o efeito do que o governo e Poiares maduro chamaram de "novo ciclo para a comunicação do governo".

No meio do jornal matinal, sem quê nem para quê, aparece uma suposta notícia da OCDE. "professores portugueses foram mais aumentados do que os seus congéneres europeus". Engraçado não! Então, prosseguia a notícia com a seguinte exposição: "Os portugueses foram aumentados 12% e os europeus 3% em média". "Os portugueses trabalham 880 horas ano e os europeus 780 horas ano".

Pois é. Com os despedimentos de professores, os restantes aumentaram o número de horas e com esse aumento, o montante liquido mensal, em virtude das horas a mais que prestam. Será isto um aumento? Claro que não!

O Pivot jornalista nem comentou. Nada havia a comentar. Noticia encomendada, colocada à pressão, a seguir à noticia dos exames só para denegrir os professores. Os mais incautos dirão: "então estes tipos queixam-se e ganham mais do que os outros"?


O monumental Re-falhanço

Gaspar, depois de a divida ter subido para mais de 127%, de os juros da mesma terem voltado a subir nos últimos dias, de a despesa ter subido 5,2%, e depois de muitas outras desgraças, veio dizer mais uma vez que: "estamos no bom caminho".

Segundo o soporífero Ministro - que repete sempre a mesma cantiga - as contas estão dentro dos limites da Troika. Claro! A troika está fazer tudo tão bem! Os limites estão sempre a aumentar, mas está tudo bem! Nenhum dos indicadores importantes baixa, mas está tudo dentro dos limites.

Claro, só ele sabe que para a troika o limite não existe. O limite é a desgraça total e absoluta do país. Ele pensa que nós não sabemos que ele sabe. O que o faz ainda mais B****.  Pior que o mau é aquele que é mau e pensa que nós pensamos que ele é bom! O Sr. Vitor Gaspar, o primeiro ministro sombra, acha que tem muita credibildade.

Ora, uma notícia destas no dia de hoje só pode ser para quê? Para desmobilizar da Greve Geral.


Só uma solução

Perante tal estado de coisas só nos resta, aderir à GReve, ira para a Rua, fazer como no Brasil. Então o governo deles recuou. Sabem prquê? Porque viram que o povo não estava para brincadeiras. E vocês? Estarão?

À luta!

Da paz social do analfabetismo à contradição que faz progredir a educação




Estava eu na rua, à entrada de um centro comercial, quando desatei a ouvir um grupo de pessoas que falavam, em tom de desaprovação, dos professores e da greve. Armado em cusco, abri os tímpanos e tentei ouvir a conversa com o maior pormenor possível, como um programa de rádio. Conversa para aqui, conversa para acolá, uns contra, outros a favor e…eis que, depois de uma enormidade de costumeiras banalidades, saiu uma que, sendo rotineira, fez faísca. E que faísca.

Dizia a pessoa que, “os professores são sempre a mesma coisa”, e prosseguindo, “nunca ouve um governo em que os professores estivessem de acordo com ele”. Aplauso total da sua pequena plateia. Só que…pois é! Este aplauso reflectiu a total falta de consciência democrática da maioria das pessoas, havendo, de facto, muito a fazer nesta área. Porquê?

1.º O princípio de que são os professores a ter de se esforçar por estar de acordo.

“Mas são sempre os professores que discordam”, dirão alguns. Pois, e não serão sempre os Ministros que propõem reformas sem ouvir ninguém quando as concebem? Por acaso se alguém chegar ao vosso posto de trabalho e desatar a alterar tudo o que fazem, dizendo-vos que trabalham mal e que a partir dali é que vai ser, como ficam vocês? Orgulhosos? Contentes? Não! Ficam desgostosos. Se tiverem medo, calam-se. Se tiverem organização sindical, reivindicam. E qual é a melhor para o país. O calar com medo, ou o exercer a liberdade de intervir?  

Por outro lado, Bem, porque não deveriam de ser os Ministros a fazer o esforço de estarem de acordo com os professores? Porque é que o ónus é colocado nos professores? Então e a classe dos políticos governantes? Não terão de fazer um esforço? Ou, até, de fazer o maior esforço? Afinal, quem é o povo e quem é o governante? Em democracia, quem é que mais ordena?

A verdade é que os professores fazem parte do sistema de educação, tal como os alunos. Bem, se um politico chega com a missão de servir o interesse público, quem é que ele tem de ouvir? O ministro das finanças? Como fazem todos? Terá de ouvir o consultor, especialista e expert de fatinho azul que está na sala ao lado? Ou será que, um bom ministro da educação não deveria completar a sua missão, trabalhando, à partida com professores e alunos, os principais agentes do sistema educativo? Não é fazer e depois dizer – está aqui! Não, é fazer em conjunto! Com toda a participação, liderando, mas não impondo. Isto é para líderes. A maioria dos nossos ministros são líderes? Não. São seguidores e alunos bem comportadinhos.

E sabem porque é que os governantes não agem assim? Porque a sua missão não é o sistema educativo (ou outro qualquer), ou não é apenas essa. Há outras que, pela sua obscuridade não as podem assumir publicamente e, perante tal falta de legitimidade democrática, só lhes esta ir contra os professores e diabolizá-los, colocando em causa a imagem e estabilidade da escola pública. Mas esta atitude dos diversos governos, que nunca dizem ao povo, o que realmente pretendem e lhes passa pela cabeça ou que conversam nos corredores, é uma atitude de desrespeito para com a democracia. Típica da falta de cultura democrática portuguesa. Aliás, este governo foi eleito por 20% da população portuguesa, se tanto, sem explicar nada do seu programa politico. O Ministro das finanças gaba-se de não ter sido eleito. Daí que, como a maioria dos políticos não tem cultura democrática, optam por mentir, prometer o contrário do que fazem e depois, para o fazerem, dividem para reinar. E essa atitude, sim, essa atitude é totalmente anti democrática. E depois, os professores são os que têm a culpa?

Aliás, este Ministro da educação que a direita vem defender é, tão pouco ou muito oportunista que, hoje está num governo de direita, ultra liberal e com matiz autoritário, ontem, estes senhor, estava na UDP. Sim, na UDP. Estamos a ver, portanto, que belo político deve ser. Que grande coerência deve possuir. Para ir de um extremo ao outro em tão pouco tempo.

Depois, o facto de dever ser o Ministro a esforçar-se por se aproximar de professores e alunos, tem a ver com democracia. Ambos os grupos são eleitores e ambos os grupos são os principais interessados no trabalho do ministério. Logo, que raio de Ministérios é que temos tido que, todos eles têm querido fazer reformas contra e sem a participação de professores e alunos?

Só se disserem que são os professores que se devem rebaixar porque, enfim, o sr. Ministro é quem manda e quem manda tem de ser respeitado. Há sempre o recurso elitista e autoritário, próprio de um país que saiu da ditadura e ainda baseia a sua estrutura politica em gerações de gente sem qualquer cultura democrática.


2.º Os alunos também têm estado contra. Ou já se esqueceram dos ministros que caíram pelas lutas das associações e movimentos de estudantes?

Vem-me à memória o caso da PGA. Prova Geral de Acesso. O Ministro da Educação de Cavaco, depois de uma torrente de manifestações de estudantes em todo o país, mais não teve que o prémio da demissão. Depois, vieram as propinas, os exames e outras “reformas” que sempre encontraram nos estudantes a oposição firme de que tem uma voz e quer utilizá-la. Quem ganhou com isso? Ganhou o ensino público, ganhou a democracia, ganhou o país.

Portanto, se olharmos para a relação entre as associações de estudantes e os vários Ministérios, ela nunca foi pacífica e ainda bem que não o foi. Porque, quem não entende a importância da contradição para a democracia e para o progresso, meus caros…não entende nada disto!



3.º Os professores também são pais e mães. E eleitores.

Por outro lado, os professores, na maioria das vezes são tratados como uma espécie de extra-terrestres que descem todos os dias à terra para dar aulas. Eu volto a bater nesta tecla. Os “diabolizados” professores são seres humanos, trabalhadores e trabalhadoras, pais e mães, eleitores e eleitoras. São pessoas como as outras. Portanto, estão integrados no sistema de ensino numa dupla vertente. A vertente profissional e a vertente pessoal e social. Melhor do que ninguém podem perceber os ataques que são feitos por governos economicistas e por ministros anti democratas, à escola pública e ao sistema de ensino, em particular.

Aliás, volto a busca uma expressão do enorme Marques Mendes sobre estas greves. “Infelizmente, quem vai perder com isto é as escola pública”. Dizia eles. “nas escolas privadas, isto não aconteceria”.

Pois é, é esta perspectiva conservadora, autoritária e ditatorial que me assusta. É que depois de mais de 40 anos de escolas privadas e ausência de greves e lutas de professores, o país tinha 80% de analfabetos e a educação era coisa de elite. Alguém tem dúvidas de que se os professores, alunos e povo, em geral, tivessem voz activa durante o período da ditadura (o que seria, obviamente, um paradoxo) que a educação não estaria melhor do que estava? Ora, a verdade é que na ditadura (como muitos ainda gostariam de estar) todos estavam caladinhos e os senhores ministros faziam tudo à sua maneira. Resultado? 80% de analfabetos.

É porque, das duas uma. Se não acreditarmos nisto, ou não somos democratas, porque achamos que a sociedade não deve de ser plural e diversa, ou então, não sabemos o que é a democracia. É que em democracia o respeito não se impõe pela autoridade, impõe-se pela responsabilidade que a liberdade de intervir acarreta. E essa intervenção deve ser limitada pela tolerância que temos de ter para com as ideias diversas.

Desta contradição constante, nasce o progresso. Nasce a democracia. E é por isto que a educação em Portugal, nos últimos 40 anos deu um salto fantástico. Precisamente porque todos os agentes se empenharam em contribuir com as suas causas, comas suas opiniões, com as suas qualidades e, obviamente, com os seus defeitos e limitações. Isto é tudo muito humano, é tudo muito democrático. Quem não entende isto…


4.º A direita e os conservadores têm ideia de uma sociedade harmónica, uniforme e cinzenta. Tudo igual, tudo calado e tudo sossegado. Tudo em falso acordo. Tudo politicamente correcto, tudo certinho e direitinho. Têm ódio à diferença, à opinião e ao confronto de ideias.

O que é que os países assim, ganham com isso? Ganham terceiro mundismo, ganham fome e miséria, ganham atraso. É a contradição que faz a evolução.

O filósofo Hegel descobriu que a realidade evoluía de acordo com um principio dialético baseado em opostos. Segundo Hegel, toda a dinâmica do real e composta de “tese”, “antítese” e “síntese”. A “síntese” mais não é que o resultado do confronto entre a “tese” e a “antítese”. Caso não existisse esse confronto de opostos a realidade era estanque e não evoluiria. De referir que esta teoria não é “materialista”, trata-se de uma teoria “idealista”. O próprio Hegel era religioso.

Mais tarde, Karl Marx, partindo deste principio e aplicando-o à história, identificou a luta de classes como o motor da mesma. São as contradições entre classes que fazem andar a história humana.

De referir que, hoje em dia, como se sabe, estas teorias estão mais do que comprovadas cientificamente. De facto as coisas funcionam assim e as doutrinas democráticas, sejam de que correntes forem, partem sempre da aplicação deste princípio. O governo do povo mais não é do que o confronto entre as pretensões dos seus representantes, honestas ou não (tese) e as opiniões democráticas veiculadas através da participação do povo (antítese). O confronto das duas descamba na “síntese” que representará sempre uma evolução em relação ao estádio de desenvolvimento anterior.

No caso patente dos professores, os programas dos governos representam as “teses” e as posturas dos alunos e professores representam as “antíteses”. A “síntese” é a educação que temos, para o bem e para o mal.

A importância da contradição para o sistema de educação

Com todas as suas limitações e falhas, julgo que é evidente (pior que o cego é o que não quer ver) a melhoria do sistema de educação desde o 25 de Abril. Só a erradicação, quase total, do cancro do analfabetismo, constitui uma façanha historicamente importantíssima para o futuro do país. Sem a democracia, sem a contradição, tal não seria possível.

Assim, a sociedade cinzenta que a fossilizada direita, com as suas datadas correntes elitistas e autoritárias, em que a paz social era um fim em si mesmo, sobreposto a todo o interesse de classe, seria, como se vê, uma forma de perpetuar o atraso que possamos ainda ter.

Daí que, não percebo porque é que esta questão da luta dos professores levanta tanta indignação nalgumas pessoas que, algumas delas, até se assumem de esquerda. Daí que, só seja compreensível essa indignação à luz de princípios e preconceitos conservadores intrincados e situados na parte da inconsciência mental.

Depois do que disse, não tenho dúvidas nenhumas de que, o acordo constante dos professores com quaisquer que fossem as propostas dos ministérios (só porque são ministérios), só prejudicaria a escola pública. Dizeres como o do Marques Mendes, são típicos de conservadores, anti democratas que, ainda por cima, têm agendas sobrepostas de destruição da escola pública. Aliás, muita desta gente, estaria muito bem situada politicamente, no tempo da ditadura. Daí se vê a forma como se relacionam com a diversidade, o pluralismo, a liberdade e o direito.

Podíamos estar melhor? Pois podíamos, mas também podíamos, e já estivemos, bem pior e é por termos estado bem pior que temos de valorizar o empenhamento dos agentes educativos que temos. Professores e alunos. Os políticos….não contam, são apenas personagens com a missão de facilitarem e promoverem o progresso da educação e outras coisas. A sua contribuição tem sido diminuta. Agradeçam, isso sim, a quem está lá. São aqueles que estão com os vossos filhos, os melhores filhos do mundo, que têm de valorizar. Não ao senhor de fato azul que aparece na televisão. Isso é anti democrático, ilegítimo e indigno para quem trabalha. Em Portugal temos começar a valorizar mais quem trabalha. Aliás, onde nos leva o que chamo de autocracia do culto da personalidade. Uma empresa dá lucro e quem recebe o prémio é o director. Um ministério faz um bom trabalho e quem recebe as loas é o Ministro. Não, sozinhos não fariam nada. Os verdadeiros líderes sabem-no. Ora se sabem.

O que é a sociedade democrática, então?

A sociedade democrática é a sociedade da diferença, da pluralidade, da liberdade, da responsabilidade e da tolerância. O respeito é imposto através da tolerância, da dignidade e do direito, não pela autoridade.

Agora, isto dá muita urticária a todos os que se dão mal com a democracia. Um Ministro que chega ao poder, depois de anos de carreirismo politico, sem nunca ter sido professor (nalguns casos) e que acha ter a solução do problema, querendo aplicá-la sem envolver os implicados, aqueles que aplicam e desenvolvem o sistema, aqueles que estão no terreno e, para o bem e mal, são as referências dos nossos filhos, este Ministro está a breve caminho de se tornar, ele próprio, o problema.

Radicalismos, defeitos, limitações, egoísmos, hipocrisias, cinismos, entre outros, todos os seres humanos têm. Quem controla isto? O Ministro? Não! Isso não seria democrático, porque ele também é humano, ou não. Quem controla isto é o processo democrático.

E é por ser este processo que, os países mais democráticos, com taxas de participação social maiores são, inegavelmente, os mais desenvolvidos a todos os níveis. E é por isto que a cultura é tão importante, tal como a educação. Daí que, um governo que quer reformar a educação apenas para cortar dinheiro e um governo que quase desculturalizou a sua acção politica, é um governo que está a atentar, indubitavelmente, contra a democracia.

Portugal pagará um preço caríssimo se, democraticamente, não os conseguirmos travar a tempo do retrocesso.

Viva a democracia. Da contradição, da discussão, nasce a luz. A dúvida é o principio do conhecimento, permitam-nos duvidar. Abaixo o conservadorismo que manteve a humanidade milénios na escuridão. Viva o progresso.




Governo de "Passos" trocados

O contexto e a governação

É claro que, quando não se sabe dançar diz-se que o chão está torto. Quando não se sabe jogar à bola, diz-se que é o árbitro e quando não se sabe governar? Bem..aqui diz-se: é a oposição que não presta; é o contexto internacional; é a união europeia...

Enfim, quando temos limitações e não as queremos assumir ou enfrentar, muitas são as desculpas fáceis que se encontram para as mascarar, desculpar, escamotear...

Efectivamente, no que a este governo concerne, os passos andam mesmo trocados. Não quero aqui eu, nem poderia, esconder o facto de o contexto internacional e europeu não ajudarem nada à festa e até dificultarem. Contudo, tal dificuldade não significa que se governe mal por causa disso. Ou seja, os contextos não ensinam ninguém a governar, nem transformam governos bons em maus. Caso contrário, para que é que serviria a competência, a capacidade e a qualidade?

É precisamente em contextos difíceis que, historicamente, os bons governantes se afirmam, como é, precisamente, em contextos difíceis que mais necessitamos da sua competência e capacidade. Por outro lado, é nas horas difíceis que as nossas limitações ficam mais expostas. Logo, se não tivermos a capacidade de as ultrapassar com as nossas qualidades, o resultado fica à vista.

Pois então, reafirmo...o trabalhar (ou governar) com qualidade é independente do contexto. A qualidade e a capacidade podem mesmo alterar os contextos. Tal como a sua falta (e Portugal que o diga), também podem transformar contextos positivos em negativos - é só esperar.

Isto para dizer que, num contexto extremamente difícil como o que vivemos, de enorme exigência, logo nos calha um governo sem qualidade, sem capacidade e sem competência. Olhem que é difícil reunir tantos qualificativos num executivo só!

Então e o que foi desta vez? Bem...desta vez o (des) governo que temos de aturar, nos seus saltos de coelho com três patas, trocou mais uma vez os passos. O assunto que aqui exponho passou ao lado da maioria das pessoas, sendo, contudo, de grande importância, a meu ver, para o futuro das pessoas deste país.

Os passos trocados

Um dos exemplos da falta de competência, qualidade e capacidade deste governo, está na sua habitual incoerência estratégica. vêm com um objectivo estratégico e depois....bem, depois com a sua habitual propensão para o fracasso (típico dos falhados), troca tudo e aplica medidas que contradizem totalmente o plano inicial. Isto, para além, é claro, de casos haverem em que cada membro do governo diz o que lhe apetece e anuncia o que pensa agradar às pessoas com quem se encontra.

Desta vez, o governo, surge com uma nova moda na área da criação de emprego. A primeira, o tal "impulso jovem", uma medida fantástica que iria colocar 90.000 jovens no mercado de trabalho. Claro que a CGTP-IN, na altura disse que não valeria a pena tal coisa porque, como se sabia, o problema era económico e, assim sendo, as empresas não contratam só por contratar. Como qualquer pessoa ligada ao trabalho sabe, os membros da CGTP-IN também o sabiam. Curiosamente, os outros todos não o sabiam. Adivinhem quem teve razão no fim? Adianto só isto, dos 90.000 postos a criar, num ano aproximadamente, nem três mil efectivos foram aprovados (0,03% do desempregados). Claro que, quem o governo e a plataforma situacionista à sua volta diziam ser, aqueles que "estão sempre do contra", aqueles que estão sempre no "bota abaixo", cometeram a insensatez de dizer - "continue-se o programa de estágios do IEFP que já existe e invistam mas é esse dinheiro na economia". Enfim...a culpa deste país são estes sindicalistas "radicais", "comunas" e "irresponsáveis". Vê-se.

Depois veio a moda do Dual Training (formação Dual = Via de ensino técnico-profissional com duas componentes: formação teórica nas escolas + formação prática nas empresas). Bem, como se faz na Alemanha e na Bélgica e tem sucesso. Pensaram os Alemães - "Vamos levar isto para a europa toda"!

Logo apareceu o governo Português aos saltinhos, alegrado com a cenoura apontada pelos espertos Germânicos - "Ei, nós já temos dual...Querem ver?". Claro, só que o verdadeiro Dual, o Alemão, implica que as empresas contratem os alunos (como aprendizes) e lhe paguem salário. Implica que as empresas que recebem estes alunos tenham formadores especializados, sistema de avaliação adequado e que os programas sejam trabalhados pelas escolas, empresas e sindicatos do sector.

Bem, escusado será dizer que, o que os Portugueses chamam de Dual, não implica custos alguns para as empresas, não implica formadores nas empresas (implica um Tutor nomeado pela empresa que, regra geral, é um trabalhador da mesma que faz o frete de acompanhar aquele formando), não implica programas específicos (o que conta é o catálogo nacional de qualificações na formação vocacional e os programas educativos no ensino técnico profissional). Portanto, não é Dual. É formação Vocacional e ensino técnico profissional.

Aliás, numa visita de uma delegação Alemã que acompanhei, um dos Alemães até perguntou: - Então, e as empresas não pagam nada? Isso vai gerar uma despesa incomportável no futuro!

Claro que, um dos governantes presentes (de Ministro da Educação a Secretários de Estado para todos os gostos) ficou um bocado entalado e disse: -Bem, as empresas pagam...Pagam impostos! Enfim, só por educação não mandei uma daquelas gargalhadas bem audíveis.

Outra pegunta do Alemão foi, mas se o aluno é pago pelo estado e a empresa não participa nem nos programas, nem têm de ter formadores adequados (o fulano do IEFP disse que iriam trabalhar nisso no futuro, não disse foi como), porque é que chama isso de Dual?

Pois é...Porque é moda. E porque os Alemães manda fazer e como qualquer aluno bem comportado, que quer ser ainda mais bem comportado, diz logo, aos saltos (só com três pernas): - Senhor professor...Já fiz!
Isto, claro, mesmo antes de o professo mandar fazer.

E a incongruência aumenta quando o governo não percebe porque é que o modelo na Alemanha funciona. Porque a economia funciona, não é? Eles acham que é porque se chama Dual. E então, este governo faz o que costuma fazer...Pega num nome sofisticado, prega-o ao vento e aos santinhos e...toca a rezar à espera da "fezada".

Só não vêem é porque é que isto interessa aos Alemães. Pois é. É que nos países do sul, a experiências de Dual são realizadas em colaboração, ou através, das Câmaras de Comércio Alemãs. Depois, são realizadas para as suas empresas, Alemãs também. Portanto, as empresas Alemãs, quando isto for introduzido serão as mais  preparadas para usufruírem de um sistema que: a) forma alunos qualificados de acordo com as suas especificações; b) fornece mão de obra jovem, moldável, qualificada e ainda por cima, ao contrário do que sucede na Alemanha, ainda recebem por cima; c) direccionam para as suas empresas as verbas do FSE aprovadas para o efeito.

E assim. Mas não me compreendam mal. Eu sou favorável ao Dual. A um verdadeiro Dual, adaptado à nossa economia e tecido empresarial. Não à farsa. E aquele que representa uma cedência, não aos interesses dos estudantes e da economia nacional, mas aos interesses utilitaristas e oportunistas de alguns.

Por outro lado, o governo com o Dual embarca numa outra moda. A moda de que a formação profissional gera emprego. Portanto, de acordo com as suas posturas, bastaria dar formação e, se ela for adequada, consegue-se logo criar emprego. Ora, isto é outra farsa e engano do governo e seus cumplices na venda ao desbarato e destruição do país.

Tal como o impulso jovem não criou, a formação também não criará emprego. Daí que, a nova medida do governo para a formação seja absolutamente ridícula e até, criminosa, diria.

O governo agora entra numa dupla moda. A primeira a de que a formação cria emprego. a segunda a de que o que é preciso, é estacionar os desempregados, em cursos de formação sejam lá eles quais forem. Então, à margem de todos os parceiros sociais e, mais grave, de todas as entidades do terreno - o que é habitual -,  vem publicar uma lei que obriga os centros de formação com formação financiada aprovada (incluindo candidaturas de 2012!) a constituirem os grupos com, pelo menos, 75% de desempregados, com as seguintes preferências: a) preferência para os desempregados indicados pelo IEFP; b) desempregados que recebam benefícios sociais.

Ora, esta medida é criminosa e inconstitucional. Primeiro, aplica-se a projectos que foram aprovados e apresentados para empregados, desvirtuando o contratualizado no termo de aceitação do projecto. Segundo, os desempregados sem subsídios não têm prioridade, nem igualdade, uma vez que o governo quer imputar os subsídios aos orçamentos dos cursos, para que seja o FSE a financiar o que deveria ser a Segurança Social. Ora, esta medida é socialmente criminosa, entenda-se, porque coloca em desvantagem os desempregados mais necessitados (o que será Inconstitucional) e porque desvia fundos do FSE, que deveriam ser utilizados no desenvolvimento social e humano, para pagar despesas correntes do estado, privando milhares de pessoas de fundos importantes para a sua qualificação, cultura e inclusão.


Desencontros

Ora, estas posturas do governo que não mais representam do que:

  • ausência total de estratégia para a criação  de emprego (a formação não cria emprego, a formação aumenta a produtividade e consolida o emprego, só isso)
  • submissão do futuro do país a um conjunto de medidas de simples gestão corrente de má qualidade e sem coerência alguma
  • desprezo pela lei, pelos parceiros sociais (neste caso, incluindo os patrões - os mais pequenos, pelo menos) e pelos contratos assinados (desde que não sejam com as PPP, EDP's e outras que tais)
  • desprezo absoluto pela Constituição, quando qualquer governo democrático deveria valorizar a constituição dos eu país como elemento identificativo de uma  nação (não, aquela tanga da constituição datada não pega. Os "malvados" comunas eram apenas meia dúzia)
  • desprezo absoluto por quem anda no terreno, por quem trabalha e pelos desempregados, enquanto pessoas. Para eles são números, apenas. E números de má qualidade.

Este conjunto de modas é típica dos seguintes tipos de pessoas:

1.º Pessoas que nunca trabalharam e que, portanto, não sabem, nem podem saber, como funciona a lógica da contratação de pessoal e a importância que o contexto económico tem na mesma;

(julgo que, neste governo, muitos são os exemplos, desde o formal 1.º Ministro aos boys and girls contratados com o dinheiro dos nossos impostos, para secretários de estado, chefes de gabinete, especialistas, consultores, directores e outros que, mal saem das universidades (alguns nem isso...) vão logo para o governo ganhar 4000€ mensais e andar de BMW)

2.º Pessoas que, sempre tiveram emprego mas que, trabalhar nem por isso ou, no seu caso, não foi preciso esperar por contextos económicos para serem contratados;

3.º Pessoas que, de tão doentes. acham que quem não trabalha é porque não quer, e acham isto porque, eles quando não trabalham é porque não querem e para trabalharem, também não precisam de querer, o emprego cai do céu e - que coisa magnífica -, sem trabalho a acompanhá-lo.

4.º De homens light, duplicados, de plástico ou como lhe queiram chamar que, para além do fatinho azul e do cabelo lambido, mais não são do que andróides receptáculos de números, desprovidos de senso politico, ideológico, histórico, cultural e social. Para estes "robots", se é para fazer, faz-se. E faz-se da forma mais acrítica que se conseguir. Porque os números...os números não mentem! E eles mais não são que isso mesmos, números. Eles, não nós.

Nós somos humanos

Todos tão preocupados...

O que, verdadeira e estruturalmente, prejudica as crianças

Era uma vez um governo que mentiu para ser eleito. Ele era impostos mais baixos, ele era combate à corrupção, ele era concertação social, ele criação de emprego, ele era apoio aos pobres...Enfim, ouvindo as declarações de tais candidatos (proficuamente disponíveis  no youtube e outros, para quem quiser confirmar), o mundo seria uma coisa óptima para se viver. Portugal, finalmente, iria entrar nos eixos...

Bem, a ressaca da ilusão foi enorme - se é que podemos chamar ilusão colectiva a um governo eleito por tão pouca gente (abstenção de 40% e dos 60% de eleitos, só votaram nele pouco mais do que 40%) -, foi tão grande como cair da cama ao acordar e descobrir que, em ved de cairmos da cama, caímos de um terceiro andar. Pelo menos, esta ressaca foi tal que, demasiada gente entrou em politica de negação, ao ponto de podermos dizer que este governo foi eleito por obra e graça de deus. Pelo que vejo quando ouço as pessoas...ninguém votou nele! Mas, como dizia, a ressaca da ilusão foi provocada por um doloroso e diria, sádico, acordar repentino (passados alguns dias do místico acto eleitoral).

E então? Foi a legislação laboral que promoveu despedimentos de trabalhadores que, sendo pais e mães, são impedidos de poderem proporcionar um desenvolvimento diferenciado aos seus rebentos, o que é extremamente importante, numa sociedade em que tudo tem de se pagar (aliás, também como propõe o místico governo). As mesmas alterações à legislação laboral, passaram a descaracterizar ainda mais os horários de trabalho, promovendo uma tal desequilíbrio vida e trabalho que, como se sabe, tem consequências nefastas nos enquadramentos familiares, promovendo distorções educativas que, de forma inevitável, terão consequências na vida das crianças.

Foi também uma subida tal dos impostos e uma baixa nas deduções (nomeadamente com a educação) que de motivador, quer para a natalidade, quer para a posta na educação das crianças, na tem, até pelo contrário. É o ataque aos pensionistas que, depois de vir um ministro da segurança social dizer - o tal que apareceu de mota e saiu de audi - que os avós eram o grande apoio das famílias, não deixa ter piada mais esse ataque ao apoio às crianças.

Foi, ainda, um ataque geral à escola pública, com fecho de escolas, despedimento de professores em massa, de auxiliares educativos (em algumas escolas há 1 auxiliar para centenas de crianças) e o final de um sem número de apoios educativos suplementares que colocam em causa a qualidade da educação das crianças que, ao contrários dos filhos destes seres desumanos, não podem ir para os seu elitistas colégios particulares. É o Ministro que manda emigrar os pais desempregados, os filhos desempregados, provocando uma fuga em massa de gente válida, provocando a desestruturação de famílias que se separam dos seus filhos, prejudicando gravemente a sua educação, ainda mais quando ficam com os avós pensionistas.

É o fim dos abonos de família (qualquer trabalhador "rico" que ganhe mil euros, já não tem abono), os cortes no RSI, nos subsídios de desemprego, que têm consequências inevitáveis nas famílias de baixa condição sócio económica (claro, não são os filhos deles...) e que estão na origem de um número indeterminado de crianças que passam fome e nada dizem para que não as separem dos pais. É o ataque à saúde pública, ataque sem dó nem piedade, com consequências tais na mortalidade infantil que, Portugal, um país que estava à frente nesta matéria, já desceu no ranking. Portanto, não temos que ter medo das palavras, este governo é responsável pela morte de crianças (já para não falar dos outros).

É o ataque aos funcionários públicos que são pais de filhos, mas que, pelos vistos, têm culpa de existir. É, desta forma, um tal amontoado de ataques que desgraçam diariamente a vida de milhares de crianças, tornando-a mais difícil em todos os aspectos, quer pelo enquadramento económico, social, cultural e familiar que não tem qualquer paralelo na nossa breve história democrática. Enfim, com este desqualificado e desestruturado governo, nada fica como era, piorando tudo sem excepção.

Bem, além de um bando de "terroristas, assassinos, bandidos, marginais, rebeldes, revoltosos" e gente que não quer bem do país, além deste, não se ouvia Jornalista, Padre, Governante, que se preocupasse com as criancinhas. Nem a Madame Jeunet.

Mas...e depois? E quado forma os pais professores a aparecer?

Os que não se preocupam, verdadeiramente, com as crianças

Bem, nesta guerra dos professores e governo, veio o Ministro Nuno Crato, muito preocupado com as criancinhas (certo que não com as suas que estarão, a esta hora, no Americano, no Inglês, no Francês ou dizer que os professores estão a prejudicar os estudantes do país.  Pois, de facto, prejudica mais não fazer um exame do que colocar em causa a vida e o sucesso educativo de milhares de crianças, com as politicas desumanas, desastradas e fascistas deste governo (fascistas sim). Sim, isso não prejudica nada! Até parece um squetch cómico, não é?
nos Salesianos...)

Depois vem o Bispo do Porto que, com a superioridade moral que só ele acha que tem, vem atacar os professores de não quererem de saber das criancinhas. Bem, eu não quero ser mau ao ponto de começar por lembrá-lo dos escândalos de pedofilia que todos os dias grassam na sua igreja (sim, ali gosta-se muito de criancinhas...), até porque não podemos generalizar. Mas este senhor Bispo poderia começar por essa limpeza, não? Por outro lado, já posso falar da Igreja Católica em especial sempre ter estado ao lado de tudo o que foi ditador, nomeadamente do Salazar e companhia. Mas isso, são águas passadas. Contudo, nunca vi este senhor insurgir-se contra as politicas anti sociais e anti infantis deste governo. E é aqui que eu o condeno. O resto...o resto é outra missa e eu não discrimino ninguém por ser religioso. Aliás, a religião também pode ter coisas boas, o problema é que, da teologia à prática vai uma distância... É como da Lua ao Sol!

Depois vem aquela cabeça de Galinha, do "Eixo do mal" que, todos os dias ataca o governo, mas quando tratou de defender os professores, aí é que vêm ao de cima os seus complexos elitistas e de direita. Não é que ela não o pudesse defender, mas a verdade é que o faz com uma tal inconsistência que se vê que há ali muita coisa para arrumar naquele sótão. Então as politicas do governo que ela critica não são muito piores do que mudar as datas de algum exame?

Depois, para cúmulo, na TV ouvi uma estudante feiosa com cara de marrona, contra os professores porque, coitada, tem de mudar o dia de exame. Então esta marrona não percebe que o que lhe espera se os professores e outros como nós não lutarmos é bem pior do que a "desgraça" de mudar um dia de exame? Não percebe que, para se fazer um conquista importante, tem de se pagar um preço? Será que ninguém, durante os 12 anos de escola, ensinou a esta garota que tudo o que conseguimos tem um preço? Que nada é de graça? Então ela pensava que a escola pública sempre existiu? Que nunca ninguém fez uma greve por causa disso? Aí, meus caros, a culpa é que já pode ser de alguns professores que não explicam aos seus estudantes que a luta pela liberdade e pela democracia se faz com greves, manifestações e outras acções do tipo. E que essa luta tem de ser colectiva e que o individualismo e o conformismo são os piores do mal de uma sociedade. Já o dizia o Eça.

Mas como eu dizia, não deixa de ter piada que esta gente, perante tal ataque é que se vem agora preocupar com as criancinhas...e eu pergunto: Os professores não são pais e mães de filhos? E não se preocupam com os seus filhos? Então? Perdiam o seu emprego e depois, como ficariam os seus filhos? Ah esses já não contam? São o quê? privilegiados? Pois é, vêem a incongruência dos argumentos de cima?

É que se não os paramos,s e não os combatemos, isto toca a todos. E os professores são trabalhadores como os outros que, como qualquer ser humano, têm de defender os eu posto de trabalho para que o fazendo, defendam os seus filhos e em consequência, em virtude do que fazem, protejam os nossos filhos e a escola em geral. Não há melhor protecção da escola publica do que a afirmação veemente dos nossos direitos democráticos. A democracia e o combate à ditadura é a melhor garantia da qualidade da educaçãod as nossas crianças. Caso contrário, o que nos espera? a todos nós? Podem crer, comparado com isso, a mudança dos exames, é um mal necessário.

À parte

É claro, o governo vem tentar dividir o povo...mas que o povo se deixe dividir, por egoísmos, individualismos e comodismos, é que não se pode aceitar.

O que não se pode aceitar é sermos governados por gente tão falsa que, perante argumentos, vem à comunicação social mentir com todos os dentes. Ai, meus caros, grande Mário Nogueira, é assim mesmo. Com gente desta têm de se começar a pedir as gravações. Estamos a falar de gente que mentiu para chegar ao governo e, como valeu a pena, continuam a mentir para lá ficar.

Agora, neste país só é possível chegar a governante mentindo porque temos uma Comunicação Social corrupta, económica e politicamente condicionada e que é dominada por grupos de interesses anti democráticos que não exigem aos políticos uma postura ética. Aliás, quando entrevista um governante, o governante impõe logo o que responde o que não quer que lhe perguntem.

As farsas saem caro e a ressaca da farsa está a doer. Trabalhemos para serem as nossas crianças a salvar isto.

P.s.

O "grande" Marques Mendes, entre cravos e ferraduras veio dizer..."quem perde com isto é a escola pública, afinal, nos privados não há greves".

Pois é, então, o que ele quer dizer é que, para acabar com as greves, acabe-se com a escola pública. Porque o problema são as greves e os professores, o problema não é o governo e a sua politica anti social. Está na linha da sua dimensão!


Turquia, a primavera otomana contra o Inverno capitalista europeu



Estava eu em Dublin, em trabalho e, andava eu à deriva por entre prédios rasos de tijoleira laranja (ali também reina a laranja?), quando, no meio de um quarteirão dominado por emigrantes, deparei-me com o cartaz que aqui junto.

Olhei para ele e pensei – ”Olha que boa maneira de passar uma noite, quando estou sozinho, deslocado em trabalho”!

Voltei a olhar para o Cartaz, para tirar referências… coincidência das coincidências… a conferência decorreria no mesmo hotel em que eu estava hospedado (se fosse religioso, dizia que era obra de…). Conclusão, aproveitei a oportunidade, para tentar extrair informação, sobre uma situação, sobre a qual, mais não sabia do que o que nos é bombardeado, todos os dias, pela comunicação social corporativa.

Então, no dia e à hora, lá estive. Primeiro aspecto importante da coincidência, quem organizava a coisa (não era perceptível no cartaz) era o Partido Socialista da Irlanda (um partido marxista, e...trotskista, e...outras coisas mais). Depois, bem, depois, foi um receber de testemunhos, em primeira-mão, vídeos, fotografias e vivências que trouxeram luz ao obscurantismo que, até então, reinava na minha mente sobre tais acontecimentos.

Não, não era que eu não soubesse o que todos sabiam. Que o rastilho foi o governo querer construir um Centro Comercial num jardim publico importante em Istambul e que, na sequência do protesto e da carga policial, o povo – sim, o povo – barricou-se na praça Taksim.

Mas, primeira coisa importante que lá aprendi…Sabem porque é que foi escolhida a praça Taksim?

 Bem, eu não sabia, agora já sei. É que, em 1977, numa comemoração de um 1.º de Maio, dezenas de trabalhadores foram assassinados nessa mesma praça. Trata-se, então, de uma praça simbólica na ancestral luta do povo e dos trabalhadores contra a opressão governamental.

Bem, o mais importante, contudo, é que esse evento de 77 nãos e esgotou em 77. Passados 26 anos, volta a acontecer a mesma coisa. E embora a nossa (des)comunicação social não elucide devidamente, a verdade é que a brutalidade do governo liderado pelo 1.º Ministro Turco foi absolutamente inaceitável, para um país que se diz democrático e que quer ingressar na EU.

Mais grave ainda, é que países Europeus como o nosso, não assumam uma posição de força em defesa do povo turco. É que, o que se passou, não foi mais do que o culminar de um conjunto de acontecimentos que têm vindo a acumular-se ao longo desta escabrosa governação (onde é que já vimos isto).

De qualquer forma, a brutalidade da tomada da praça (as pessoas estavam barricadas, mas em paz, não estavam a agredir ninguém) foi uma coisa inaudita para os padrões europeus (embora estes também estejam a recuar). Vejamos o que foi reportado na Irlanda e que aqui resumo (embora tenha pedido para me mandarem os vídeos e as fotos que lá mostraram, para que as possa partilhar com quem quiser):


  • Milhares de pessoas agredidas e hospitalizadas, entre as quais um homem que, numa cadeira de rodas, segurava uma bandeira turca e que levou com um potente tiro proveniente de um canhão de água;
  •  Milhares de pessoas hospitalizadas com problemas respiratórios devido às milhares de bombas de gás lançadas contra as próprias pessoas e até para dentro de algumas casas, cujos habitantes estavam às janelas, em sinal de apoio aos manifestantes;
  • Centenas de transeuntes curiosos agredidos selvaticamente, com balas de borracha na cara, só porque estavam ali a ver;
  • Dezenas de pessoas cegas e com problemas respiratórios;
  • Pelo menos 4 pessoas mortas;
  •  73 Advogados e solicitadores presos, por tentarem libertar, das prisões, clientes seus que haviam sido, arbitrária e abusivamente, enjaulados.


Estes são apenas alguns factos de um autoritarismo inaceitável nos dias que correm (depois venham cá falar da Síria…não precisam de ir tão longe, basta ficarem pela Turquia). A Turquia também foi infectada (positivamente, diga-se, como todos os outros) pela primavera Árabe. Só que ali a coisa fia mais fino.

O que se passa na Turquia é o agudizar de uma situação que, como diz um dirigente da CGTP-IN, meu amigo, é comparável à água em ebulição. Até que ferva e borbulhe, até parece que nãos e passa nada.

Na Turquia, muitos têm sido os abusos ao nível dos direitos humanos, abusos já tradicionais mas, agudizados com este governo. Por exemplo, eis algumas pretensões e apostas do governo turco:


  •                                    Retorno das escolas religiosas separadas por sexo
  •                                 Educação religiosa obrigatória
  •                                Retrocesso nos direitos das mulheres com a obrigatoriedade do uso do véu em algumas situações


Uma representante de uma organização femininista, de nacionalidade turca, que estava presente na conferência foi, alias, bastante clara sobre estes aspectos.

Bem, o que dizer mais? Dizer, por exemplo que, o ultimo presidente americano a ir à Turquia (julgo que o Obama) disse que, a Turquia, já tinha provado estar à altura dos requisitos fundamentais para entrar na EU.

Elucidativo, não?


PRISM. Escondam-se!



 PRISM. Escondam-se!

Conhecem o Programa Americano “Prisma”? Conhecem Edward Snowden? E a NSA? E a CIA? E Julien Assange? E o Wikileaks? O que têm eles em comum?

Bem, Edward Snowden, ex funcionário da CIA e NSA, veio, com o apoio do Wikileaks, denunciar o desenvolvimento de um programa de vigilância electrónica, que, em prática, permitirá aos serviços repressivos dos EUA (CIA, FBI, NSA…) vigiar as mensagens telefónicas, mails, SMS e outras, de todo o mundo e de toda a gente. Novo? Não, já tinham o Echelon.

Pois é, só que hoje, o ECHELON está ultrapassado e então, os EUA (um congressista americano chamou-lhes os “United Stasi of América”) preparam o programa PRISM. Basicamente, trata-se de um programa informático, baseado em palavras-chave que será aplicado com a ajuda de quem? Pois é, aqui é que está a inovação. O PRISM será aplicado com a ajuda das grandes corporações de Telecomunicações mundiais. Á cabeça já estão duas empresas Israelitas (tinham de estar!).

Julien Assange propõe a ES que aceitasse o asilo político num país da América Latina. Contudo, já a Islândia veio dizer que lho dava, se ele quisesse (grande Islândia!).

Para além da gravidade das intenções desta gentalha, destes tiranos hipócritas que, ainda por cima, dizem que fazem estas coisas em nome da liberdade e da democracia, esta notícia é um enorme aviso sobre os perigos de uma sociedade dominada por corporações financeiras monopolistas para as quais só o dinheiro importa, para as quais os seres humanos são apenas instrumentos do seu poder e riqueza desmedidas. Como já disse, há mais de 100 anos, um grande filósofo e economista, a fase máxima do domínio capitalista será a da concentração do capital que levará à sua faceta imperialista. E esta, com todo o terror apocalíptico que possa significar para a actual sociedade ocidental pró democrática (ainda será?), será também a ultima fase do sistema…Não, não estou a exagerar no palavreado nem na tendência filosófica.

Este exemplo, a par do exemplo do que se passa em Portugal, no que respeita ao poder desmedido e inumano dos grupos económicos concentrados, mostra, à saciedade, o quão grandes são as ofensas e as ofensivas ao actual regime de construção democrática em que pensamos ainda viver. Aliás, a esquerda norte americana (que também a há) é unânime em reconhecer que, neste momento o que está em causa é a seguinte dicotomia de princípios:

A sociedade tecnológica será a sociedade da exposição individual, contudo:

- Será que queremos que essa exposição seja realizada numa lógica democrática, segundo a qual se trata a menor quantidade possível de informação e, também, segundo a qual, a transparência dos procedimentos de recolha e tratamento, é a máxima possível ?

- Ou, em alternativa, será que queremos que esta exposição seja realizada numa lógica autoritária, segundo a qual se tenta recolher e tratar o máximo possível de informação e, também, segundo a qual a transparência dos procedimentos de recolha e tratamento, é a menor possível ?

Estes novos sistemas, generalizados e extremamente invasivos, têm de ser escrutinados democraticamente, e o que sucede é que, porque se cataloga a informação de “secreta”, “sensível” ou se “interesse estratégico para a segurança do estado”, se permite todo o tipo de invasão privada, sem qualquer controlo e, ainda por cima, dado domínio do estado pelos grupos económicos e dada propensão desta gente para passarem por cima de tudo o que é valor ético, temos aqui um bom quadro fielmente reflexivo daquilo que nos espera se não dermos “corda aos sapatinhos” e mostrarmos a esta gente quem manda.

Se nada fizermos, chegará o dia em que estes Coelhos, Gatos , Gaspares, Portas e  travessas, ou outros cobardes que tais (se a sociedade não começar a gerar os melhores para os melhores cargos), acabarão por sucumbir a estas intromissões (como já o fazem) e depois venham dizer que aqueles filmes do Spielberg como o "Minority Report" são ficção científica.




Karlsruhe. A farsa continua!



Karlsruhe. A farsa continua!


Hoje, em Karlsruhe, o Tribunal Constitucional Alemão, promove uma audiência para apreciação da conformidade constitucional do mecanismo OMT (Outright Monetary Transactions). Este é o mecanismo que permite ao BCE comprar dívida dos estados membros da EU, apenas nos mercados secundários, quando estes se encontram sob ataques especulativos.

Ora, em Setembro do ano passado, o TC Alemão já se havia pronunciado favorável à conformidade constitucional deste mecanismo. Supostamente, esse seria o interesse de Merkel. Então, porque raio, é que o presidente do Budesbank (Banco Central Alemão) e membro do BCE, está, ele próprio, na origem desta nova petição ao TC Alemão?

Custa-me a acreditar que ele o faça contra o próprio Governo Alemão. O que a Merkel quererá – digo eu – é que o TC se pronuncie desfavoravelmente ao OMT, para depois vir dizer – “Eu não tenho culpa…eu até queria”. E a farsa continua…

Até quando?

Os farsolas

Os farsolas



Ontem, o senhor “Prelglgesidente” Cavaco disse que, “mesmo com o desemprego e a crise, não existem sinais de desagregação social”. Pois…Até custa, um pobre reformado, que vive com as dificuldades próprias de quem aufere uma pensão de miséria, falar desta forma. Cavaco, também poderia ter dito que, “não fossem as mortes e a destruição…a guerra até poderia ser uma coisa boa”!   

O moçoilo do BPN disse ainda mais alguns disparates, próprios de um filme de comédia “nonsense”, não fossem, eles mesmos, o reflexo da crise democrática que vivemos, na qual o PR se regozija de não ligar à voz do povo, ou, o Primeiríssimo Ministro, Vítor Gaspar, se regozija de não ter sido eleito, com um simples – “Eu não fui eleito coisíssima nenhuma”! Gaspar poderia ter ainda dito, para si próprio, qualquer coisa como – “Eleito? Cruzes credo”! “Vade retro Satanás”! O seu Salazar não diria melhor.

Este tema da decadência da democracia por contraposição ao crescimento dos conglomerados financeiros globais, constitui o a pedra de toque da farsa que todos vivemos e que, a grande maioria dos implicados, contra ou a favor, não têm coragem para revelar.

Economistas genuínos e honestos na TV? Espécie extinta.

Por exemplo, sobre o domínio da banca sobre as pessoas e sobre o sistema democrático, que aqui é bem conhecido e promovido, um conhecido economista Americano – Paul Krugman -  veio dizer que “estas corporações não se situam no âmbito do estado de direito e no âmbito de aplicação das lei”. É um economista americano…Não é um Português de “extrema-esquerda”!

Esta declaração cabe, aliás, nos casos PPP’s (em que transferem para o estado os gastos com as manutenções, mas mantêm, as receitas, nos conglomerados financeiros beneficiários. Esta declaração cabe no caso BPN, venda da Vivo pela PT, Banif, BPP…No fundo, o que Paul Krugman disse, foi que “não podemos ter um sistema económico que vive à margem da lei, do direito, da democracia e da sociedade, em geral”. Que é o que acontece.

Agora, que bom que era, um economista da tanga, aqueles que espetam nas televisões de manhã e ao deitar, para reafirmarem as maiores barbaridades, parecendo que estão da transmitir conhecimentos de uma lógica incontornável, que bom que era, repito, que eles dissessem algo como Paul Krugman disse. Muitos dos nossos economistas o dizem, mas não chegam à TV. Os que chegam à TV, estão lá todos os dias, precisamente, porque não têm, ética, carácter ou coragem.


Valores, princípios, ética e (I)legitimidade democrática. Da base ou da cúpula?


Isto quer dizer que, para além da crise democrática sistémica, na minha opinião, a maior das crises é a crise de valores, de princípios e de carácter. É uma  crise do espírito humano. Perante o apelo do dinheiro e o glamour dos corredores do poder, a maioria dos nossos dirigentes contemporâneos vacila.

E o vacilar, não quer dizer que se esteja de acordo. Quer dizer que, em determinados contextos, que deveriam ser de combate, de denúncia e de afrontamento, tornam-se contextos de confraternização e de correcção politica. Só que, esta correcção politica entre dirigentes de áreas politicas antagónicas e, na maioria dos casos, ideologicamente inconciliáveis, nada tem que ver com educação. Tem a ver, isso sim, com submissão ao glamour que o poder transmite ao comum dos mortais. Tem a ver com a submissão ao sentimento de imprescindibilidade, ao sentimento de que se é único, de que se manda e de que se influencia o sistema. Este sentimento elitista afecta sobretudo quem menos está, cultural e doutrinariamente, preparado para o efeito.

Esta correcção politica, confundida com educação, consiste, em si mesma, numa tremenda falta de respeito para com aqueles que legitimam a posição privilegiada de acesso aos corredores de poder, em que dirigente se encontra. Esta falsa parcimónia auto condecorosa, resulta do esquecimento do sentido de missão, do sentido do dever e do sentimento de gratidão por quem colocou esse dirigente numa situação em que, dado o acesso, lhe permite defender mais eficazmente, determinado interesse.

Assim, a ideia que deflagra em muitos dos nossos actuais dirigentes políticos, partidários, associativos, é a de que eles estão onde estão, porque são os melhores, porque são realmente bons, porque são a elite. Pobres de espírito, esquecem-se que a virtude de um sistema democrático é a de que, qualquer um pode lá estar se for capaz, por via do seu mérito, de atingir tal estatuto. Se tal não acontecer em democracia e se, um dirigente, qualquer que seja, lá chegar por outra via que não o mérito na prática demonstrado, então, meus caros a democracia está em crise. E depois, vêm os Coelhos e os Gaspares. O Coelho nunca trabalhou, como se sabe.

Por outro lado, que respeito pode ter um povo por um politico que não demonstrou qualquer mérito para lá chegar. Que respeito se pode ter por um dirigente que chega a um local porque alguém da cúpula o puxou para cima e não, porque da base tenha emergido?

Sabem porque é que o salamaleque politico e o politicamente estão errados? Porque revelam que o grupo de dirigentes em questão, está agradecido ao sistema político que o colocou naquela situação. Não é ao povo que está agradecido, é à cúpula, da organização politica do sistema, em que se integra.

Tal sentimento elitista, puramente anti democrático, que transforma todos os dias incapazes em seres iluminados, a que os outros têm de obedecer, porque estes foram “legitimamente” consagrados, revela a ilegitimidade de um sistema, no qual, os cargos políticos não são vistos como plataformas de trabalho para obtenção de resultados que defendam os interesses da base, mas o contrário. Para esse sistema, o cargo, o tacho, são um resultado em si mesmo. O que se faz com eles não conta, o que conta é estar lá. Depois de se ter lá estado, todos passam a ser os maiores.


Dos "bancos", dos "tachos" e de outros poleiros. A auto divinização do incapaz.


Daí que, uma vez, um responsável politico que conheço me disse…Só chora por ter um “banco” quem não
o tem! Pois é, é precisamente esse sentimento que coloca o país onde está. É que os bancos não servem para nos sentarmos e usufruirmos das vantagens de estarmos bem sentados. Os bancos devem servir para criar mais bancos, para aprofundar o sistema democrático, para aprofundar a participação democrática. Quanto mais pessoas participarem, melhor o país se torna. Porque o participar politicamente não deve ser próprio de alguns iluminados, auto ou hetero impostos, a participação democrática deve constituir um dever de todo o cidadão de uma sociedade democrática e todo o cidadão, para nosso bem, deve estar preparado para o fazer. Se o sistema for elitizado…se quem dirige achar que é melhor só porque…pode dirigir, mesmo que não o faça com qualidade, então…o que temos não é democracia…é autocracia.

Isto tudo para vos perguntar. Não estamos nós fartos de salamaleques? Não estamos nós do politicamente correcto? Não estamos nós fartos de paz podre? Não estamos nós fartos de que as pessoas nãos e assumam? Não estamos nós fartos de falta de frontalidade? Não estamos nós fartos de cobardia, mascarada de falsa humildade e cobardia?

Não desejaríamos antes, dirigentes políticos, cidadãos, trabalhadores que, ao invés do seguidismo e da embriaguez do poder, se olhassem olhos nos olhos e dissessem o que deveria ser dito?

A sabedoria popular é fantástica…Não devemos chamar os bois pelos nomes?

Não devermos nós, cidadãos, dirigentes ou não, desprezar profundamente aqueles que todos os dias nos enganam, todos os dias se vendem, todos os dias se acobardam, arrastando o país para o fundo, dada a sua incapacidade, o seu oportunismo… Não devemos nós denunciar, repudiar e afastar-nos desta gentalha sem valores nem princípios?

A ligação dos líderes e dos dirigentes às massas


Sobre isto, gosto sempre de relembrar algo que, num pais como o nosso, com défice cultural democrático, resultante de uma ditadura ao abrigo da qual se formou a maioria da nossa classe dirigente (ninguém se torna democrata por decreto), e com tendência para se considerar que alguém, só por ser dirigente de algo já está num patamar superior, sem ter de o mostrar primeiro, dizia Karls Marx (não...nisto também não se enganou):

- É nas massas populares que está a reserva de quadris politicos revolucionários. A cada momento, em cada contexto, as massas (as classes trabalhadores, nomeadamente as operárias) farão emergir os quadros necessários à prossecução da luta política.

Sabem porque é que ele dizia isto? Porque ele não acreditava na providência divina. Porque não acreditava em Dons Sebastiões, porque não acreditava em iluminados, nem em elites supostamente direccionadas para a liderança e a governação. Para Marx, era do povo que saíam os quadros revolucionários. Ah...e era uma reserva infindável. Tantos quanto necessários. Aliás...Já os Einsteinianos quando aplicaram os principios quânticos à história chegaram à mesma conclusão. Os contextos históricos é que fazem emergir as lideranças e não o contrário.

A verdade é que se os lideres não emergirem das massas, se não estiverem a elas ligados, acaba, por ser lideres de pés de barro. Passos, Portas, Seguros...

Os bois pelos nomes. Um dever moral.


Felizmente, não sou o único a pensar assim, chegou a hora de assumirmos com todo o “brutalismo” que se impõe, as diferenças que nos distinguem de gente que não merece nem nunca fez nada para estar onde está. Ficam alguns exemplos do que digo:

- “Em diversas partes do livro, a linguagem pode porventura ser considerada demasiado dura para quem decidiu por nós o caminho que tomámos. Mas, na minha opinião, o desastre nacional é de tal forma profundo que é tempo de deixarmos as gentilezas de linguagem em benefício da crueza da realidade”. In. Porque devemos sair do Euro de João Ferreira do Amaral

- “Os tempos do Lixo” – “Chamo-lhe tempos do lixo para não lhes chamar outra coisa que estaria mais acertada”. – Novo livro de Pacheco Pereira

- “Palhaços? Não precisamos, já cá temos um. É o Cavaco”. Ou, “desculpo-me pela consideração que tenho pela instituição Presidente da Republica, porque, como sabem, o politico Cavaco Silva, não me merece consideração nenhuma”. – Miguel Sousa Tavares

- "Os senhores da União Europeia foram aldrabões, imbecis e inconscientes". Pedro Marques Lopes na TSF

Qualquer um deles subiu 300 pontos na minha consideração. Respeitemos o povo. Respeitemos a democracia. Respeitemos Abril.

Desde quando é que temos de ser gentis com aldrabões? Seja em que local for? Quem mente ao país, quem vendo o país e quem, para ser eleito, mente descaradamente, não merece a nossa educação, a nossa gentileza ou a nossa correcção. Merece é o nosso profundo desprezo. Merece a nossa profunda repugnância. Merece é prisão.

O contrário consiste na cumplicidade e na tolerância com a farsa instalada. Será que queremos fazer parte dela?
Crânios Olímpicos da Lusitânia

Estamos muito bem entregues...O que vale é que este país está entregue a uma classe dominante muito competente...Muito competente.

Poderíamos começar pela humanamente inatingível capacidade do ilustríssimo, sapientíssimo e "economíssimo" Dr. Vitor Gaspar. Aliás, a sua enormíssima competência, testemunhada num programa da SIC Notícias, por eminentes personalidades como o "Doutoríssimo" António Borges ou o "Imperial" ministro das finanças da Alemanha, mostra, de forma inequívoca, a altura "espiritual", quase ao nível do "semideus" do intelecto tecnocrático do nosso "encefálico" ministro das finanças. Daí que, a simples e singela sabedoria popular não atinja a assombrosa magnanimidade das suas previsões económicas. 

É que vos está aqui a falhar algo...Não são as suas previsões que falham...Tal reservatório de massa cinzenta, a transbordar pelos olhos afora (daí as olheiras descomunais), jamais erraria numa previsão económica. O erro não está acessível a tal eminência. Quem possui o abono dos deuses (mercados, investidores, financiadores, Borges e Cia) jamais veria a sua obra maculada pelo humano erro. Assim, meus caros, o que falha é a realidade. Essa desgraçada da realidade que insiste em questionar e pregar partidas aos deuses. Logo, demitir o semideus Gaspar é um facto só praticável pelos próprios deuses. Não seria um simples saltitão orelhudo que seria capaz, por muito que esperneasse, de afastar o filho de Zeus do poder luso. Simplesmente, esse acto está-lhe interdito, devido à sua simplória natureza humana de baixa qualidade (ainda por cima). Aliás, esse ser nem ao Olimpo foi - leia-se Bilderberg.

Assim, meus caros, a realidade insiste em desmentir as olímpicas previsões Gasparianas. Temos de mudar a realidade, porra. Não há dúvida que, neste aspecto, estamos muito bem entregues. Como vos digo, estamos com deus...Ou será antes semi deus?

Bem, mas a elevação craniana da nossa elite não se esgota na incontestabilidade da infalibilidade do "realmente" traído Vitor Gaspar. Não, o nosso canto está florescente de crânios assim. No outro dia foi São Belmiro de Azevedo, homem de elevadíssima estatura intelectual, homem de uma capacidade de empreendimento invejável, homem imparável na construção da sua riqueza, que veio dizer: "Não se podem pagar salários de crânios a pessoas sem capacidade". Pois é.

Na qualidade de crânio, vazio ou cheio, não sabemos, São Belmiro achou por bem justificar a aparente torpe, inescrupulosa, imoral, indigna e inumana exploração a que remete os trabalhadores (serão colaboradores?) do seu império financeiro. Pois é...eles não são crânios. Serão seres invertebrados? Serão seres sem cabeça? E os micro-empresários que ele destrói diariamente, com as suas jogadas oligárquicas? Também serão descabeçados? Está, pois, justificada a capacidade de São Belmiro para a iníqua exploração que faz de todos os "descabeçudos" que lhe aparecem à frente. É uma questão de ter ou não ter crânio. Aliás, aqueles que o têm, quando se lhe atravessam à frente depressa podem ficar sem ele. Sim...porque se eu  trabalhasse com um ser destes já tinha perdido, há muito tempo, a minha cabeça. Depois...estaria condenado ao efeito "quinhentinho". 

Aliás, a capacidade de São Belmiro para pagar "quinhentos" a todo e qualquer descabeçudo, ou a propensão que revela para cortar o crânio a todo o cabeçudo que, armado em ser humano, lhe aparece à frente, em termos de santidade, coloca-o ao nível, por exemplo, de Santiago. Este Santo era conhecido por, nas suas aparições, matar tudo o que era muçulmano. E São Belmiro? Bem, façamos a justiça de dizer que, para ele, tendo dinheiro ou sendo explorável, não interessa ser muçulmano. Qualquer coisa serve para a sua sede de enriquecimento à conta da trituração de seres humanos. Ah! Grande "Chefe" da Comissão de Trabalhadores da Sonae. No que a este concerne, estamos, também, muito bem entregues. Explora aqui e não paga impostos na holanda. Homem de princípios profundos. Quando abraça um principio, perde-o logo na profundidade da sua ganância. Se o Gaspar é o deus da previsão económica, este é o deus da ganância desmedida. Tão desmedida que defende os nossos baixos salários, quando, o seu negócio é vender-nos coisas. Pois é...mas a ganância de explorar, à partida, os trabalhadores, é maior do que a crença que possui, de que o retorno, com salários dignos, lhe seria altamente favorável. E depois dizem que é um ser com visão e capacidade de empreendimento. Só se a cegueira, agora, também for uma coisa boa!

Mas, a lista de capacitados semideuses aos quais o pais está entregue está, obviamente longe de acabar. A lista é imensa, a sua capacidade, competência, rigor, honestidade, virtuosismo, lisura, transparência e dignidade são tais que, tais qualidades são, por exemplo, bastante comprováveis a vários níveis. Em quais? No estado do país, por exemplo. Afinal, a dimensão, poder e influência dos nossos grupos económicos só é comparável à utilização que fazem do trafico de influências, da corrupção e da utilização de "crânios", que por o serem, segundo São Belmiro, justificam amplamente o pagamento principesco. Esta estratégia tem funcionado de forma muito eficaz...sem dúvida. Para Elite, não para o povo. Claro.

A ultima das "competências" divinas, pagas a peso de ouro com os impostos de quem trabalha, foi a do processo judicial que o Governo Português interpôs contra os antigos membros da fraude BPN.

Então não é que, aqueles escritórios de advogados, ilustríssimos, eminentíssimos,  polidíssimos e riquíssimos, pagos com milhões de euros anuais (os pareceres chegam a custar dois milhões de euros), entregaram o processo no tribunal errado? Sabe, o que aconteceu? Os arguidos foram absolvidos da instância. O que quer isto dizer? Que o processo tem de voltar ao início, no tribunal correcto.

Quem cometeu o erro? Judice? Vitorino? Não sei. Sei que agora a culpa irá para o desgraçado de um advogado estagiário que trabalha de graça, de dia e de noite, enquanto estes senhores enchem todos os seus orifícios com o ouro pago com os nossos impostos.

O mais grave? É que os custos com processos destes, feitos propositadamente para não chegarem a lado nenhum, são pagos por todos nós. E depois...depois ainda temos que levar com estes tipos na televisão a dizerem que temos de fazer isto e aquilo. É preciso não ter lata nenhuma...

Agora, depois destes singelos exemplos, aconselho o seguinte:
  • Continuem caladinhos e não participem em acções colectivas de combate ao governo
  • Continuem a levar com eles a lamentarem-se de que eles não vos respeitam
  • Continuem parados e letargcos sem fazerem valer as vossas opiniões
  • Continuem a nõ exercer os vossos direitos e liberdades democráticas
  • Continuem a achar que a dignidade, o progresso e o desenvolvimento cai do céu e não é preciso trabalhar para isso
  • Continuem a achar que o caminho é o seguidismo e o politicamente correcto
  • Continuem a achar que aqueles que, mesmo assim, se conseguem desprender das amarras da opressão económica e social, para encetarem processos de contestação, não passam de um bandod e oportunistas
  • Continuem a achar que isto é tudo igual e que anadm todos ao mesmo e que, portanto, não vale a pena fazer nada
  • Continuem a comprar coisas ao São Belmiro e outros que tais, esquecendo-se que estão a alimentar os seus meios de domínio sobre o país
  • Continuem a não aplicar critérios de ética social e humana ao vosso consumo individual, pensando que não vale a pena escolher ou que isso é muito dificil
  • Continuem a achar que, cada um de nós vale muito pouco e o que pode fazer não vale de nada
Até podem continuar assim...Mas não se queixem! Não se lamentem! Ao menos sejam homenzinhos (ou mulherzinhas) o suficiente para serem coerentes convosco próprios!

Porque, a verdade é que, todos valemos muito. Porque hoje em dia temos meios extremamente eficazes de fazer valer as nossas opiniões e de denunciar as iniquidades que vemos. Porque hoje em dia podemos diversificar as fontes de informação ao ponto de identificarmos as farsas que a elite dominante nos quer enfiar pelos olhos adentro. Porque um homem sem liberdade é um escravo. E o pior escravo é aquele que escolhe sê-lo porque se imiscui de exercer, em cada momento, em cada dia da sua vida, a sua liberdade.

Pela liberdade individual realiza-mo-nos pessoalmente.  Pela liberdade colectiva emancipa-mo-nos enquanto povo, enquanto espécie. Deixem-se de tangas e de tretas. O caminho faz-se andando e em democracia somos todos importantes...todos. E essa é a unica forma de afirmar-mos em cada momento a igualdade de todos os seres humanos. Não lhes podemos dar descanso. Não devemos dar-lhes descanso. É imperioso que não lhes dê-mos descanso.

A marcha da história é das massas. Foi assim, sempre que a elite iluminada, vendeu o país ao estrangeiro. Nesses períodos, foi sempre o povo que deu o corpo ao manifesto. Estão à espera de quê? Mais precisamente?
À luta