Este governo é um paraíso de negociata manhosa. Nem no tempo
da outra senhora o financiamento directo e indirecto aos poderosos grupos económicos,
era tão evidente. Nem tão evidente, nem tão inventivo. Só de pensar o que estes
tipos inventam para colocar dinheiro nos bolsos de quem os promove…
Relvas com o impulso jovem, agora Maduro com a garantia
jovem. Estágios para desempregados licenciados (jovens de preferência),
baratinhos como na bagatela. Ainda no outro dia, aparecia o IEFP com um anúncio
para Engenheiro, com viatura para colocar ao serviço da empresa,
disponibilidade para circular pelo país, tudo isto pela módica quantia de € 600,00.
Á empresa apenas cabe o pagamento de pouco mais de 1/3.
Espectáculo, jovem, qualificado, submisso e não
sindicalizado, por um ordenado que nem na China.
Bem que o governo que com um enorme azar e para nossa desgraça
nos calhou em sorte, se tem esforçado para nos colocar, no que ao custo do
trabalho diz respeito, ao nível da Ásia e no norte de África.
Com grande esforço dos sindicatos da CGTP-IN (sim, eu tomo
partido) e de um ou dois partidos da extrema esquerda (até a esquerda passou a
ser extrema, porque a moderada, não é esquerda, é direita), estes talhantes de
carne humana têm encontrado algumas barreiras ao seu propósito, contudo, têm
vindo a conseguir alguns retrocessos civilizacionais importantes:
1.º Com a descida geral dos salários, pela pressão do
desemprego elevado (inconfessavelmente propositado), conseguiram colocar os
nossos custos salariais bem perto da Roménia, Bulgária, etc… Se a Ucrânia entra
para a EU, já se está mesmo a ver.
2.º Com o desemprego elevado que justifica a adopção de
politicas de criação de emprego, que mais não são do que cheques emitidos aos
grandes grupos económicos e outras empresas, que lá pelo meio, também acedem ao
bolo, o governo consegue, através de um processo de substituição de novos
(baratinhos) por velhos (carotes), colocar as empresas dos amigos a funcionar
com salários ao nível do 3.º mundo. O resto é pago pelo estado.
Claro que, para que esta politica seja possível, é necessária
uma taxa de desemprego altíssima e, acima de tudo, uma perspectiva imediata de
que essa taxa não vai descer, mas sim, subir. Essa taxa de desemprego elevada e
o receio que provoca, permite ao governo a justificação de que necessita para:
- Flexibilizar despedimentos com o objectivo, dizem, de
promover uma maior rotação entre empregos, criando a ideia de que o n.º de
empregos é maior do que o é na realidade.
- Baixar custos salariais, através de ataques à lei laboral
e à contratação colectiva, dizendo que as empresas assim contratarão mais.
- Dar dinheiro a rodos aos amigalhaços através de estágios
de desempregados que permitem às empresas contratar pessoal qualificado, por
valores irrisórios
Assim, contribuindo para perpetuar e aprofundar um modelo
ultrapassado de relações laborais, do qual apenas beneficiam os grandes grupos
económicos, este governo mantém elevada a taxa de desemprego e, cumulo dos cúmulos,
ainda nos faz pagar estas coisas através do Orçamento de Estado.
Primeiro obriga-nos a trabalhar de borla e depois, mesmo do
desgraçado salário que tiramos, ainda temos de pagar para dará dinheiro às
empresas para nos pagarem esse magro salário. Uma roda viva, alimentada por nós,
reduzindo enormemente os custos salariais dos patrões.
Entrementes, a electricidade e a energia, em geral, são das
mais caras da Europa, os impostos, IVA, etc., são caríssimos e a justiça é
lenta. Isso já não conta para a competitividade, porque daí também os seus
amigos retiram benefício. Lucros astronómicos obtidos por empresas monopolistas
vendidas ao desbarato e justiça lenta para que estas negociatas não acabem em
processo crime. Tudo pensado e bem pensado para nos manter de cabeça baixinha.
Até quando pagamos para não comer? Até quando nem comemos,
nem falamos? Até quando engolimos em seco com tanta mentira e desonestidade
intelectual?
Arre, tanta cobardia já chateia. Avante Português, avante.
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