Relvas, relvinhas… O efeito autoclismo…
Neste dia de chuva, cinzento como o Vítor Gaspar e desagradável
como o Passos Coelho, mesmo molhadinho até aos ossos, não perdi o sentido de
humor. Pudera, comecei a minha leitura matinal de e-mails com isto:
Pois é…Pois é...A brincar, a brincar… Estão a ver como se
podem dizer tão grandes verdades com não menos grandes brincadeiras?
A verdade, verdadinha é que, nos últimos dias foram várias
as visitas de Relvas a Universidades e Politécnicos (para além de outras
tentativas de apresentação publica). Todos sabemos quais foram os resultados.
Em todos os casos, Relvas foi tratado ao nível de qualquer figura anedótica
nacional de mau gosto.
Por exemplo…podemos comparar o aparecimento do Relvas em
publico como o caso do Conde Andeiro (que D. João I matou à punhalada, salvando
o povo português das garras do correspondente medieval do Relvas). Também podemos
ir buscar o Cardeal D. Henrique que, tal como Relvas nos vende ao capital
estrangeiro, o Inquisidor D. Henrique, vendeu-nos aos espanhóis. Ainda me vem à
memória…Alves Redol, com mais classe do que Relvas.
Confesso que este exercício de conseguir figuras tão patéticas
como Relvas, na nossa prolongada história nacional é, um tanto ou quanto, difícil.
Daí que, talvez possamos reconhecer a Relvas o mérito de se ter tornado uma
figura incontornável da nossa história. Pela negativa…
Mas o que importa, no meio disto tudo, é que, para além das
goradas tentativas de apresentação publica que talvez tivessem como intuito a
promoção de uma certa proximidade simpática entre Relvas e o povo, de forma a
contornar a espessa barreira criada entre a realidade nacional e o sonho que Relvas
tinha de se tornar num sebastiânico Ministro do nosso (des)governo , a experiência
tentada, tal como tudo o que este governo tenta, mais uma vez não passou disso
mesmo, de uma tentativa. A distância entre a exigida credibilidade ministerial
e o ministro Relvas é tão grande que todo o governo se afundou no fosso criado
pelo efeito.
Então, Relvas, para além de funcionar como uma espécie de vácuo
que tudo suga, tal como o cifão das nossas casas de banho que leva para fora da
nossa casa os mais inconfessáveis dejectos da nossa existência, o efeito Relvas
não se limita a sugar os dejectos governamentais expelidos por um acto
eleitoral caracterizado pela mentira descarada, pela desinformação e pela omissão
intencional, por parte da comunicação social, de todas as evidências que
poderiam tornar este governo numa solução meramente teórica, derrotada pela
verdade concreta de um acto eleitoral verdadeiramente democrático. Relvas, suga
para dentro e, automaticamente, expele os dejectos para de onde os mesmos
vieram. Com um problema…É que quando os expele, esses dejectos vêm em
decomposição, tornando a sua convivência com povo absolutamente insuportável.
Este efeito Relvas, o Dias Loureiro dos tempos actuais,
responsável pelo aparelho PSD e pelo seu financiamento, responsável pela
distribuição dos despojos públicos pelos dejectos ambulantes que pululam à sua
volta, este efeito tinge a nossa sociedade de um cinzentismo mal cheiroso do
qual é muito complicado livrar-nos. É que, como toda a porcaria, esta também
entranha… E entranha de tal maneira que, mesmo o cheiro sendo nauseabundo,
ninguém consegue tirá-lo.
Não obstante, Relvas tentou mascarar a sua reles aparência –
a de um aldrabão íntegro – com a aparência de um doutor. Para tal, sem nunca
ter posto um pé num estabelecimento do ensino superior que se preze, comprou,
traficou, extorquiu, inventou, expeliu, dejectou, um grau de licenciado, vindo
das profundezas das suas entranhas. Se saem de lá Coelhos – qual mágico – como não
sairão licenciaturas? O Ilusionista tira coelhos da cartola, Relvas tira muito
mais, tira Coelhos, Licenciaturas, Moradas em Tomar (por causa das ajudas de
custo), processos de privatização da TAP, BPN’s, Banif’s, Tecnoformas, LDN’s e
até, formação sobre arquitectura sustentável. Só que, pois é, não o faz com
ilusionismo, fá-lo à descarada. Relvas é tão reles que nem se dá ao trabalho de
inventar um truque. Vai à bruta. E que vir, que se aguente.
Relvas é muito mau mágico. É daqueles que quando faz um
truque, todos vemos que é, isso mesmo, um truque. O truque que relvas tenta
fazer ao país equivale a um ilusionista fingir que vai serrar uma assistente ao
meio e, pumba, não é que a serra mesmo?
Relvas quer fazer-nos crer que não está a cortar nada aos
bocados…mas quando abrimos os olhos, está tudo partido, sem que ele consiga voltar
a montar os cacos. Quando o faz…ainda os parte mais.
Não obstante, o Sr., Dr., Eng.º, Arquitecto, seja lá o que
for, sabendo que tem um diploma de licenciado e sabendo que, agora, ao contrário
do que todos fazem, é hora de ir às universidades compensar o tempo de aulas
que nunca teve, depara-se com um problema ontológico. A universidade não o quer
lá. Do tipo, “se já estás licenciado, põe-te a andar”! E a rejeição tem sido tão
grande como quanto a complexada insistência.
Até que enfim que alguém começa a puxar o autoclismo. Com um
efeito interessante e que comprova o que eu disse anteriormente, é que arrasta com ele
todos os dejectos que expeliu.
Que cheirete…Não é?