há mais de 2000 anos já se sabia!

Cuidado! Vê o que acontece se não participares. Já Platão o sabia. Quantos mais milhares de anos serão necessários para tu também o saberes?

A injusta repartição da riqueza!

Consideras justa esta repartição da riqueza? Então o que esperas para reinvindicares uma mais justa? alguém que o faça por ti? Espera sentado/a!

Não sejas mais um frustrado/a!

Não há pior frustração do que a que resulta da sensação de que não fizemos tudo o que podiamos!



Relvas, relvinhas… O efeito autoclismo…

Neste dia de chuva, cinzento como o Vítor Gaspar e desagradável como o Passos Coelho, mesmo molhadinho até aos ossos, não perdi o sentido de humor. Pudera, comecei a minha leitura matinal de e-mails com isto:


Pois é…Pois é...A brincar, a brincar… Estão a ver como se podem dizer tão grandes verdades com não menos grandes brincadeiras?

A verdade, verdadinha é que, nos últimos dias foram várias as visitas de Relvas a Universidades e Politécnicos (para além de outras tentativas de apresentação publica). Todos sabemos quais foram os resultados. Em todos os casos, Relvas foi tratado ao nível de qualquer figura anedótica nacional de mau gosto.

Por exemplo…podemos comparar o aparecimento do Relvas em publico como o caso do Conde Andeiro (que D. João I matou à punhalada, salvando o povo português das garras do correspondente medieval do Relvas). Também podemos ir buscar o Cardeal D. Henrique que, tal como Relvas nos vende ao capital estrangeiro, o Inquisidor D. Henrique, vendeu-nos aos espanhóis. Ainda me vem à memória…Alves Redol, com mais classe do que Relvas.

Confesso que este exercício de conseguir figuras tão patéticas como Relvas, na nossa prolongada história nacional é, um tanto ou quanto, difícil. Daí que, talvez possamos reconhecer a Relvas o mérito de se ter tornado uma figura incontornável da nossa história. Pela negativa…

Mas o que importa, no meio disto tudo, é que, para além das goradas tentativas de apresentação publica que talvez tivessem como intuito a promoção de uma certa proximidade simpática entre Relvas e o povo, de forma a contornar a espessa barreira criada entre a realidade nacional e o sonho que Relvas tinha de se tornar num sebastiânico Ministro do nosso (des)governo , a experiência tentada, tal como tudo o que este governo tenta, mais uma vez não passou disso mesmo, de uma tentativa. A distância entre a exigida credibilidade ministerial e o ministro Relvas é tão grande que todo o governo se afundou no fosso criado pelo efeito.

Então, Relvas, para além de funcionar como uma espécie de vácuo que tudo suga, tal como o cifão das nossas casas de banho que leva para fora da nossa casa os mais inconfessáveis dejectos da nossa existência, o efeito Relvas não se limita a sugar os dejectos governamentais expelidos por um acto eleitoral caracterizado pela mentira descarada, pela desinformação e pela omissão intencional, por parte da comunicação social, de todas as evidências que poderiam tornar este governo numa solução meramente teórica, derrotada pela verdade concreta de um acto eleitoral verdadeiramente democrático. Relvas, suga para dentro e, automaticamente, expele os dejectos para de onde os mesmos vieram. Com um problema…É que quando os expele, esses dejectos vêm em decomposição, tornando a sua convivência com povo absolutamente insuportável.

Este efeito Relvas, o Dias Loureiro dos tempos actuais, responsável pelo aparelho PSD e pelo seu financiamento, responsável pela distribuição dos despojos públicos pelos dejectos ambulantes que pululam à sua volta, este efeito tinge a nossa sociedade de um cinzentismo mal cheiroso do qual é muito complicado livrar-nos. É que, como toda a porcaria, esta também entranha… E entranha de tal maneira que, mesmo o cheiro sendo nauseabundo, ninguém consegue tirá-lo.

Não obstante, Relvas tentou mascarar a sua reles aparência – a de um aldrabão íntegro – com a aparência de um doutor. Para tal, sem nunca ter posto um pé num estabelecimento do ensino superior que se preze, comprou, traficou, extorquiu, inventou, expeliu, dejectou, um grau de licenciado, vindo das profundezas das suas entranhas. Se saem de lá Coelhos – qual mágico – como não sairão licenciaturas? O Ilusionista tira coelhos da cartola, Relvas tira muito mais, tira Coelhos, Licenciaturas, Moradas em Tomar (por causa das ajudas de custo), processos de privatização da TAP, BPN’s, Banif’s, Tecnoformas, LDN’s e até, formação sobre arquitectura sustentável. Só que, pois é, não o faz com ilusionismo, fá-lo à descarada. Relvas é tão reles que nem se dá ao trabalho de inventar um truque. Vai à bruta. E que vir, que se aguente.

Relvas é muito mau mágico. É daqueles que quando faz um truque, todos vemos que é, isso mesmo, um truque. O truque que relvas tenta fazer ao país equivale a um ilusionista fingir que vai serrar uma assistente ao meio e, pumba, não é que a serra mesmo?

Relvas quer fazer-nos crer que não está a cortar nada aos bocados…mas quando abrimos os olhos, está tudo partido, sem que ele consiga voltar a montar os cacos. Quando o faz…ainda os parte mais.

Não obstante, o Sr., Dr., Eng.º, Arquitecto, seja lá o que for, sabendo que tem um diploma de licenciado e sabendo que, agora, ao contrário do que todos fazem, é hora de ir às universidades compensar o tempo de aulas que nunca teve, depara-se com um problema ontológico. A universidade não o quer lá. Do tipo, “se já estás licenciado, põe-te a andar”! E a rejeição tem sido tão grande como quanto a complexada insistência.

Até que enfim que alguém começa a puxar o autoclismo. Com um efeito interessante e que comprova o que eu disse anteriormente, é que arrasta com ele todos os dejectos que expeliu.

Que cheirete…Não é?
Dêmos-lhe corda!


Passos Coelho, num destes dias, numa das suas metafóricas associações – que também têm algo de meteóricas – quis, mais uma vez, invocar uma imagem que pudesse, de alguma maneira, ajudar a reconstruir a confiança dos Portugueses no executivo que (não) lidera.

E que imagem invocou? A imagem da corda que estica e não parte. Imagem arquetípica esta. Imagem muito do agrado dos portugueses, um bocado como aquela do “mais vale quebrar que torcer”.

Passos Coelho, à falta de sabedoria e inspiração suficientes para que pudesse mostrar uma luz, a quem dele já tudo – de mal – espera, vai-se munindo de expressões recorrentes, requentadas a partir da nossa sabedoria popular. O problema, claro está, é que, este sujeito a quem temos, obrigatoriamente, de chamar de Sr. Primeiro-ministro, nada possui de “sabedoria” e muito menos de “popular”. Aliás, para além de nada ter nem de uma coisa nem de outra, o mais caricato ainda é que, toda a sua acção representa a negação da própria sabedoria e, ao mesmo tempo, representa uma ofensa a tudo o que é popular.

Desgraçadamente, esta é a maior das ironias da vida deste Sr. a quem, desgraçadamente, chamamos de Primeiro-Ministro. Ao utilizar exemplo da “corda que estica e não parte” Passos Coelho confrontou-se com um problema, extensível, nestes últimos dias, a todos os membros do seu governo.

Se reparar-mos, nos últimos dias não há membro do governo que possa colocar a cabeça de fora, sem que o povo não corra logo atrás a querer enforcá-lo. Quem é que mandou o mais desgraçado PM da nossa história, lembrar-se de falar da “corda que estica e não parte”?

É que agora, para além de estarmos todos a pensar no que fazer com tal corda, dando-lhe uma utilização cada vez mais popular, Passos também conseguiu colocar-nos a “rezar” para que, depois de a utilizarmos, a corda não se parta. Caso contrário, de nada serviria a sua utilização. Ela que estique – sem dúvida – mas que não parta
Não, Sr. Passos Coelho – chamo-lhe Srº e não Drº porque o deve ser à la Relvas – A corda não se partirá. Ante que tal aconteça, outras coisas partir-se-ão.
P.S. tal como a metáfora de Passos, o meu discurso também é metafórico, portanto, não me venha o reaccionário SIS, com a tanga de que estou a pregar à violência…



ENERGIA A MAIS

Acordei ao som estrondoso do meu despertador, esfreguei as remelas e, apalpando de olhos fechados à procura do botão, desliguei o desgraçado instrumento e liguei outro…O rádio.

«O país tem um problema de défice da balança comercial, agravado pelo problema do défice energético», dizia, um dos palradores do regime, na sua crónica “economicista” matinal. Nada como acordar ao som metálico do dinheiro, logo de manhã.

Pensei que, estes doentes, apanhados pelo vil metal, viciados na adrenalina da “mais-valia”, começavam logo de manhã a sua maratona propagandística de convencimento das massas. Funcionam, sem dúvida, como uma espécie de anestésico social. Impedem o povo de chegar, facilmente, à verdade.

Aquilo que parece uma verdade simples passa a constituir uma verdade complexa, porque estes senhores a complicam, de forma a fazerem crer que o desvendar da realidade está para além das capacidades do comum dos mortais e acessível, apenas, a um grupo de iniciados na arte de “como aumentar a exploração do povo em que este o sinta”.

«O governo tem a necessidade de baixar o consumo interno para que se reduzam as importações, o que, aumentando as exportações, leva ao equilíbrio da balança comercial».

Poderia continuar com a citação mas, todo este palavreado se tornou demasiado simples. O “economês” tradicional neo-liberal continuaria a dizer que para isso tem de haver contenção salarial, criatividade fiscal e emagrecimento do aparelho de estado o que, traduzindo para língua portuguesa quer dizer: Baixar salários abaixo do limiar de pobreza; aumentar os impostos sem redistribuir mais, por isso; acabar com estado social.

Como podemos ver, só os mais incautos ignorantes do jargão linguístico “economês”, dialecto padrão da autocracia argentaria ultra-liberal, não saberiam traduzir à letra, expressões idiomáticas tornadas tão comuns.

Contudo, nesse mesmo dia, veio o Governo, sebastiânicamente, mostrar ao país a solução. «Portugal tem de tornar-se um país líder na produção de energias através de fontes renováveis». Confesso que fiquei impressionado. Sem dúvida, uma medida importante. E continuava: «O governo vai accionar um plano de investimento em renováveis que promova, a longo prazo, a sustentabilidade e autonomia energética do país, equilibrando a balança comercial».

Quando governos autocráticos, eleitos ao sabor da mentira, da demagogia e da ocultação das verdades, referem possuir planos de investimento, é razão para ficarmos preocupados…quer dizer que vai chover dinheiro lá para os lados do zoológico das suas amizades.

E, tal assunção, não resulta de nenhum preconceito, resulta de uma constatação material e substancial, que de tão repetida e inatacada por quem o poderia fazer, se tornou, inevitavelmente banal. Passou a ser banal, usar o erário publico para beneficiar patrimónios particulares. A prática do peculato encapotado, tornou-se um “must” ao nível do Know How necessário para governar.

Ora, não foi com surpresa que todos vimos as nossas factras eléctricas aumentarem por que passaram a integrar uma taxa para investimento em energias renováveis. É pena não inventarem uma taxa para “orçamentos familiares renováveis”, “cuidados de saúde renováveis”, “reformas renováveis”, etc.

Foi também sem surpresa que vimos o estado, na sua grandeza e imensidão, continuar a pagar rendas de barragens que são nossas  e a subsidiar a fundo perdido (por acção do QREN) o investimento nas energias renováveis.
Quem ouvisse falar tal gente e não fosse de cá, pensaria «eh pá, em Portugal está a ajudar-se o país a se independente energicamente». Ou, «com energia nossa, nas nossas empresas, equilibramos a balança comercial e não estamos sujeitos aos elevados preços do petróleo».

Todo o discurso assentava que nem uma luva. Ajudar empresas nacionais, promover a sustentabilidade e autonomia energética…Faaaantástico. Disseram os donos da GALP, EDP, REN e outras.

Então, o que sucedeu? As “nossas” EDP’s, GALP’s e REN’s, para além de produzirem energia mais barata, para além de não terem investido um chavo na “nossa” estrutura produtiva, para além de aumentarem exponencialmente os seus lucros, o que fizeram elas? Beneficiaram o país? Depende de, quem é o país.

Agora soube-se que nos últimos 4 ou 5 anos pouparam-se 6.300 000 000 € em petróleo, com benefício para a  balança comercial. Quase 4% do PIB nacional. E de quem foi o benefício?

É, pois é, enumeremos:

  • Lucros das “nossas” empresas energéticas
  • Balança comercial mais equilibrada, o que é bom para…Não sabemos, porque, não nos diminuiu imposto nenhum
  • Lucro das empresa chinesa que comprou a EDP
  • Lucro especulativo dos accionistas das energéticas

E para nós, o povo? Que “benefícios” recolhemos?

  • A energia mais cara da Europa
  • Impostos mais altos para pagar os custos energéticos do estado e os custos futuros da privatização das energéticas
  • Empresas que vão à falência por causa da factura energética
  • Precariedade laboral e baixos salários praticados pelas empresas que prestam serviços Às multimilionárias energéticas
  • Monopólio de distribuição e produção energética
  • Preços energéticos cartelizados
  • Mais valia apropriada pelo capital quando deveria de reverter para quem investiu nessas empresas

Pois é, meus caros, a politica do Sócrates foi só vantagens. O Passos que o diga, porque essa, ele não mudou.

                                   Arre, parece que gostamos de ser roubados