Dêmos-lhe corda!


Passos Coelho, num destes dias, numa das suas metafóricas associações – que também têm algo de meteóricas – quis, mais uma vez, invocar uma imagem que pudesse, de alguma maneira, ajudar a reconstruir a confiança dos Portugueses no executivo que (não) lidera.

E que imagem invocou? A imagem da corda que estica e não parte. Imagem arquetípica esta. Imagem muito do agrado dos portugueses, um bocado como aquela do “mais vale quebrar que torcer”.

Passos Coelho, à falta de sabedoria e inspiração suficientes para que pudesse mostrar uma luz, a quem dele já tudo – de mal – espera, vai-se munindo de expressões recorrentes, requentadas a partir da nossa sabedoria popular. O problema, claro está, é que, este sujeito a quem temos, obrigatoriamente, de chamar de Sr. Primeiro-ministro, nada possui de “sabedoria” e muito menos de “popular”. Aliás, para além de nada ter nem de uma coisa nem de outra, o mais caricato ainda é que, toda a sua acção representa a negação da própria sabedoria e, ao mesmo tempo, representa uma ofensa a tudo o que é popular.

Desgraçadamente, esta é a maior das ironias da vida deste Sr. a quem, desgraçadamente, chamamos de Primeiro-Ministro. Ao utilizar exemplo da “corda que estica e não parte” Passos Coelho confrontou-se com um problema, extensível, nestes últimos dias, a todos os membros do seu governo.

Se reparar-mos, nos últimos dias não há membro do governo que possa colocar a cabeça de fora, sem que o povo não corra logo atrás a querer enforcá-lo. Quem é que mandou o mais desgraçado PM da nossa história, lembrar-se de falar da “corda que estica e não parte”?

É que agora, para além de estarmos todos a pensar no que fazer com tal corda, dando-lhe uma utilização cada vez mais popular, Passos também conseguiu colocar-nos a “rezar” para que, depois de a utilizarmos, a corda não se parta. Caso contrário, de nada serviria a sua utilização. Ela que estique – sem dúvida – mas que não parta
Não, Sr. Passos Coelho – chamo-lhe Srº e não Drº porque o deve ser à la Relvas – A corda não se partirá. Ante que tal aconteça, outras coisas partir-se-ão.
P.S. tal como a metáfora de Passos, o meu discurso também é metafórico, portanto, não me venha o reaccionário SIS, com a tanga de que estou a pregar à violência…

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