Linha terminal para o TGV e outras composições!

Passos Coelho, apressadamente, talvez preocupado em prestigiar a literal simbologia dos seus apelidos, decidiu dar um final infeliz ao já moribundo TGV do período pós-socrático. Aliás, se já no período socrático (sem ofensa para o pensador grego, que pelo menos caracterizava a sua sabedoria pela humildade ao invés da arrogância da ignorância) a ideia do TGV se situava no âmbito da filosofia económico-política, nesta fase póstuma de tão fértil teoria filosófica, sabemos que a ideia do TGV nada mais era já do que uma crença religiosa dos socráticos que diariamente rezavam para que o TGV sobrevivesse à ADM (Acção de destruição maciça) deste pacto governamental.

Aliás, só com muito boa vontade e com grande dose de ingenuidade se poderia acreditar (mesmo que por acto de fé) que este governo Histroiko não destruiria a ideia do TGV. Quer dizer...então estes seres socialmente demoníacos que quase não têm deixado pedra sobre pedra dos monumentos construídos e conquistados no Portugal pós revolução e libertação de Abril, perderiam a oportunidade de destruir algo que não existia ainda? Na sua cruzada contra o país real, não é só o passado que está em causa! É o Presente e o Futuro! Aliás, se alguma coisa sobrar, será mesmo algo do passado (de parte, apenas) que esta gentalha queira ansiosamente revitalizar.

Querem melhor prova de que o futuro que nos reserva este governo, não existe? De que não existe futuro nas míopes visões dos olhos rodeados de lucubres olheiras do sr ministro das finanças? Vejam como o TGV foi trocado por um comboio, de mercadorias, que ligará Sines à Europa, em bitola europeia!

Primeira prova de que não temos futuro nas lucubrações destes mestres moinantes: Trocaram um comboio do futuro por um comboio sem futuro. Afinal, não havendo continuação por Espanha adentro, a linha de bitola europeia chegará à fronteira e parará por aí, sem qualquer futuro palpável.

Segunda prova da ausência de futuro na doutrina ideológica ultra-liberal de cariz luso-provinciano: A linha que nos ligaria à Europa, ainda por cima em bitola europeia (que, sem dúvida, seria para nós, uma boa bitola), pára na fronteira, adiando, sem fim à vista, a futura convergência europeia da nossa realidade nacional. Ou seja, já não é de comboios que falamos, é da aproximação à Europa, esse futuro anunciado há 30 anos. Com a promessa desta nova linha de comboio sobressai uma linha política que nos amputa esse futuro prometido.

O que nos resta? O comboio a vapor? a vida a preto e branco do tempo da ditadura? Mais uma vez, só nos resta o passado. Contudo, como eu gosto de dizer...que passado não tem, futuro não viverá!


Há sempre uma luz de esperança!

Hugo Dionísio

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