há mais de 2000 anos já se sabia!

Cuidado! Vê o que acontece se não participares. Já Platão o sabia. Quantos mais milhares de anos serão necessários para tu também o saberes?

A injusta repartição da riqueza!

Consideras justa esta repartição da riqueza? Então o que esperas para reinvindicares uma mais justa? alguém que o faça por ti? Espera sentado/a!

Não sejas mais um frustrado/a!

Não há pior frustração do que a que resulta da sensação de que não fizemos tudo o que podiamos!



Foi sempre assim!

Hoje, quando assistimos ao criminoso leilão em hasta pública dos bens da nossa Res pública, é caso para perguntar…O que é que o nosso povo aprendeu com a história? Com a sua história? O que resta dessa memória?  Será que, como se costuma dizer, a luta pelo progresso é, antes de mais, uma luta contra o esquecimento? Uma luta contra a falta de memória?

Muitos são os exemplos de situações na nossa história em que foram os mais ricos, os mais endinheirados e os que ocupavam os mais altos cargos da nação (da administração ou não) que, reiteradamente, um após o outro, não tiveram qualquer pejo em hipotecar o futuro, a soberania e a coesão do nosso país.

Ora, em todo o caso, houve sempre um factor fundamental que, antes como agora,  impulsionou esse proxenetismo do interesse nacional. E que factor foi esse? O factor em causa foi e é, o endémico desfasamento entre as necessidades do povo (e consequentemente do país por si constituído e que integra), as suas expectativas e ansiedades, e as necessidades da classe que monopoliza a riqueza e que constitui (obviamente) a menos representativa do nosso desconfigurado rectângulo. Isto é, o problema foi sempre um problema “democrático”. Poucos a mandarem em muitos. Poucos a governarem para poucos. Muitos a enriquecerem poucos...

Por outro lado, tem sido, esta inconformidade democrática a legitimar a justiça da luta do povo contra esses interesses. E boas notícias temos quando observamos que essa luta resultou sempre na afirmação da vontade popular. Contudo, nem sempre é pacífica, essa afirmação. Nem sempre definitiva, também. A tirania do mais forte sobre o mais forte é algo de muito...animal. E nós também somos animais! Seremos capazes de ser mais humanos do que somos animais?

Desta forma, não podemos admirar-nos quando olhamos para o estádio actual das coisas e observamos que quem nos governa, repetidamente desvia o dinheiro dos nossos impostos para a banca, para PPP’s, para as EDP’s… Observamos também que, ao passo que se sobrecarrega o valor do trabalho de ónus e encargos, liberta-se o capital de qualquer amarra que implique a sua contribuição para o bem comum, ou que todos os actos de gestão pública danosa morrem de morte natural sem autor identificado. Constatamos, ainda, que se apoiam monopólios como a Galp e a EDP que praticam preços que são verdadeiros assassinatos colectivos de PME’s. Isto tudo, no sector público do poder. E no sector privado?


No privado observamos que a disparidade salarial entre os trabalhadores e os cargos de direcção sobe a pique, qual montanha russa que só tem subida. Tudo isto numa lógica de domínio de classe. A classe burguesa e os seus acólitos versus classe trabalhadora. Constatamos a protecção de paraísos fiscais que permitem lavar dinheiro e fugir aos impostos sonegando, aos povos que ajudam a construir esses monopólios financeiros, seja pelo seu trabalho ou pelo consumo, qualquer possibilidade de usufruto social de tais poderes. Observamos a abertura e transmissão do nosso sistema de saúde, da nossa educação, da segurança e até, das nossas estradas (construídas com o dinheiro do nosso povo e dos povos da EU) aos interesses de magnata sem cara e acima de tudo…sem coração. Não, não basta criar uma fundação que vive à conta do Estado, para depois apagar todos os pecados cometidos contra o seu povo.


Na fundação da nossa nação, a alta nobreza e o alto clero estavam com a mãe do nosso fundador, ao passo que a pequena nobreza e o povo, estavam com o filho. Os mais ricos… Na crise dinástica de 1383, os mais ricos estavam com Castela. Os povos das cidades, os artesãos e até a burguesia, estavam com o Mestre de Avis. Após a morte de D. Sebastião, foi o seu tio-avô, o Cardela D. Henrique, que sonegou ao Prior do Crato a possibilidade de se afirmar como herdeiro e dando voz à alta nobreza da altura (que havia recebido pagamentos e promessas de Castela) vendeu o país ao inimigo. Nas invasões Francesas, a corte, os mais ricos, ao invés de lutarem, fugiram para o Brasil. Nas revoluções liberais, a alta burguesia estava do lado do absolutismo, ao passo que povo e a burguesia estavam pelos liberais.

Salazar era apoiado pelo mais alto clero e por um conjunto de famílias protegidas pelo regime e tremendamente ricas, que sempre lutaram contra a revolução de Abril. Depois de muitas idas e vindas do Brasil, alguns lá se conseguiram colaram à revolução (mais tarde até a chamaram de "evolução"), pois só assim puderam encetar o processo contra-revolucionário do qual hoje identificamos a matriz.

Isto para concluir que, as classes mais ricas e endinheiradas acabam sempre por revelar dois traços identitários fundamentais para a percepção da nossa história, passada e contemporânea, bem como para a compreensão das suas politica:

Primeiro o seu forte sentido de classe. Essas pessoas possuem e desenvolvem um fortíssimo sentido de classe social, ao abrigo do qual tomam todas as suas decisões
Segundo, a necessidade absoluta e premente de preservarem a fortuna e o poder que lhes conferem o estatuto e lhes justificam a postura de classe


Não nos admiremos portanto, que estas pessoas, num regime superficial, baseado numa pseudo-democracia sufragista, cujo escrutínio democrático tentam reduzir à cruzinha de quatro em quatro anos, com o tempo, ganhem o poder, pois podem pagar as campanhas mais agressivas e megalómanas, tal como quando vendem os produtos das suas empresas.

Ganhando o poder, tentam preservá-lo a todo o custo. Vendendo e vendendo-se, pois, para esta gente, o que mais importa é a riqueza, a economia e o dinheiro e, nessa lógica, tudo se vende e tudo se compra. Até a China lhes passa a ser simpática só porque trouxe dinheiro para a EDP. Tudo tem a ver com dinheiro, tudo tem a ver com a sua preservação e acumulação. Só quem o tem nessa quantidade o coloca à frente de tudo o resto.

Isto tudo para dizer que, mais uma vez, é o povo que vai ter de tomar as rédeas do seu destino, porque se continuar sob o efeito da anestesia de conflito de classe que esta gente desenvolveu e aplicou…o que vamos ter é um aprofundamento da ditadura "burgocratica" e dos seus protectores.

Isto sempre foi assim…porque insistem eles em dizer que não? Em dizer-nos que estão preocupados connosco? Porque insistem eles em dizer que querem o melhor para o país? Quando a história prova que, em nenhum momento, em NENHUM, o fizeram! Como costumo dizer, as pessoas de então, de há 50, 100, 500 anos, era pessoas geneticamente iguaizinhas a nós. As diferenças?  O polimento que a luta do povo lhes obrigou a aplicar na sua máscara.


Porque insistimos nós em não nos livrarmos das amarras do pensamento único Ultra-Liberal e dedicarmo-nos à democracia, à participação e à afirmação da nossa humanidade? Quando dizemos que já chegou a hora…é porque ela já passou! Vejam os danos que o sectarismo ideológico destas pessoas já nos causou! Nós também somos uma classe. Somos a classe que tem sempre razão, porque somos o povo. O povo tem sempre razão, é assim a democracia!

CANUDOS QUE NÃO SERVEM PARA GOVERNAR

O peso da carga sobre o lombo...O suor que pinga das fontes para o queixo. As pernas que se arqueiam sem se partirem, tal a carga que as verga mas não parte. O carácter vincado a peso bruto. A força de viver, a necessidade de sobreviver...O anseio pelo fim da jornada. O sentimento que o pôr-do-sol traz a redenção de uma travessia infindável de urros, contracções, arrastamentos e descargas. Descargas de cargas. Descargas de humor. A noite traz a sensação do dever cumprido. O jantar compensa as dores que se espraiam até aos ossos. Mais um dia se passou. Um dia durante o qual só um fio condutor fazia suportar a dor. Mais um dia passado sem partir nem torcer.  Mais um dia passado sem morrer. Ah....haviam de sentir o amargo de boca que se sente quando pensamos que depois de umas breves horas de sono, tudo volta ao início. O esforço, o suor, a náusea e os dentes que rangem de raiva...

Esta poderia ser uma breve descrição de um dia passado por um mineiro, um estivador, carregador, construtor, ou simplesmente...um trabalhador. Esta poderia ser uma breve e superficial descrição de um dia passado por quem, irremediavelmente, é obrigado a vergar a sua vontade em troca de uma simples oportunidade...a oportunidade de sobreviver. É duro, mas é realidade. Verga quem dá o esforço físico, quebra quem vende os valores e as crenças.  

Não deixa de ser fantástico observar que, de entre as antigas corporações, grémios e confrarias, muitas das vezes, as mais organizadas, as mais solidárias, as mais fraternas, eram as que pertenciam aqueles cujas condições de vida, de trabalho e de cultura, mais justificariam o oposto. 

É curioso observar que, muitas vezes, os mais cultos, ensinados e cultivados, eram quem mais se fechava sobre o seu individualismo, a sua indiferença. 

Na idade média, no período renascentista, na Europa cristã, ou no muçulmano Magrebe , uma das corporações mais civilizadas (tomando como traço caracterizador o nosso padrão de civilização) era, precisamente, a corporação dos carregadores dos portos. Casos haviam em que até elegiam, democraticamente, os seus líderes. Casos haviam que dividiam irmãmente os seus rendimentos. Em quase todos os casos, tomavam conta uns dos outros e dos seus. Apoiavam as famílias dos que não resistiam ao  peso do dia-a-dia. 

Pois é. Democracia. Fraternidade. Solidariedade. Igualdade. Justiça social. Existiam por entre uma classe de iletrados, de incultos, de seres que faziam da força bruta a sua força de viver. De seres que eram tão fortes que, entre si, prescindiam da força para dar lugar, não ao racionalismo insensível de uma certa cultura moderna, a sua força dava lugar à emoção, ao amor pelo próximo. O que é que fará de nós realmente humanos? A transformação da força bruta em razão? Muitas vezes (quase sempre?) a razão do mais forte? Ou a transformação da força bruta em emoção? A emoção que leva à compaixão, ao sentimento de injustiça e mais tarde à fraternidade?

Chega a ser, nos dias de hoje, insultuoso como aqueles seres iletrados e incultos, conseguiram tornar as suas corporações, confrarias e grémios, exemplos da afirmação de valores que, ainda hoje, se consideram corolários de uma sociedade avançada. De uma sociedade civilizada e desenvolvida.

Chega a doer na mente a ideia de que valores como a democracia, a fraternidade e a solidariedade nada têm que ver com "intelectualidade", "racionalidade" ou "saber enciclopédico". Estes valores fazem parte de uma sabedoria mais profunda. Mais transcendente. São valores que têm a ver com SENTIMENTO de injustiça, com SENTIMENTO de justiça. 

Daí que, tantas e tantas vezes na história das lutas dos povos e das revoluções, tenham sido os operários, e os trabalhadores mais humildes a, inúmeras vezes, estarem na vanguarda da luta contra a injustiça. A luta pela justiça. Tudo porque têm algo de muito forte em comum...o SENTIMENTO de que são irmãos, CAMARADAS, na injustiça, no sofrimento, na dor...

O conhecimento é importante? Sem dúvida! O saber e cultura também! Mas como elementos de fundamentação, de agregação, de explicação e de aprofundamento. Como pontos de partida para a luta, o sentimento é mais importante do que a razão.

Tudo isto para dizer que para bem governar não é preciso ser doutor, cientista ou engenheiro. Para bem governar é preciso ter sentimento de justiça. Ter sentido de equidade. Ter coragem e carácter. Ter compaixão e respeito pelas dificuldades do próximo. Sentir-se igual aos outros. Sentir-se uma parte e não o todo. Sentir-se mais um e não o único. Saber servir e não ser servido. Para isto...não é preciso curso, licenciatura, mestrado ou doutoramento. A única qualificação necessária é a da escola da vida.

Daí que, Lula, um dos melhores presidentes do nosso tempo, era um simples operário. Teve de aprender? Teve de conhecer? Sem dúvida. Mas o que o qualificou não foi esse conhecimento. Foi a sua identidade de classe. 

Os nossos desgovernantezitos e desgovernados ministros e outros que tais, andam por aí às cabeçadas só para terem um canudo que diga que são licenciados em qualquer coisa esquisita que ninguém sabe o que é, nem para o que é que serve. Para governar não serve de certeza. Porque não são os canudos que governam. São as pessoas. E não se governam os números e as letras. Governam-se os iguais. É isso que eles se esquecem. Temos de os lembrar!

O saber está em saber que a justiça não se apanha nem se compra. A justiça pratica-se. Com as nossas mãos.

Antípodas de um mundo ao contrário! Diversidades.


Há algo de poético e romântico neste país. Não nos podem acusar de falta de notícias. Não nos podem acusar de falta de motivo de conversa. É claro que quando ligamos a televisão, dando voz a um hábito quotidiano de procura de algo que nos mereça a atenção, nem sempre encontramos esse facto, acontecimento ou fenómeno, que nos faça sentir ter valido a pena gastar a energia electrica consumida. As corporações da comunicação social conseguem ter tanto de monótonas na inovação noticiosa quanto o não têm em dissonância opinativa. Todas dão as mesmas notícias. Todas dão a mesma opinião. Sabem porquê? Porque todas são das mesmas pessoas. Todas.

1 facto


Há anos que os enfermeiros e o seu sindicato lutam contra o que têm vindo a afirmar como ataque à dignidade da sua profissão. Há anos. O que disseram os governos, Durão, Sócrates e Coelho?

"Os enfermeiros estão com atitudes corporativas, não compreendem as necessidades do país, têm um discurso datado, o pais hoje não pode pagar o que eles querem".... Num uníssono de vozes concordantes, fomos assistindo ao monólogo colectivo (se tal for possível) cronológico, governo após governo, comentador após comentador, televisão após televisão, rádio após rádio, jornal após jornal, lusa após lusa, reuters após reuters... Nos pacotes que se compravam às agências noticiosas só cabia uma opinião. Para duas, era mais caro...Custos económicos...dizem.

Agora descobriu-se que os enfermeiros ganham menos do que 4 Euros à hora. Que horror dizia o José (in)Seguro. "I...na...dmi...ssivel"! Até um  tal comentador, com a coragem de se assumir do PSD, de quem eu não recordo o nome, porque são tantos e tão iguais (eu não olho para o aspecto da embalagem, só para o conteúdo, não quero ser enganado!), dizia que não era justo. Sim senhor, "não era justo, mas era compreensível". Para tal senhor comentador (um assim gordinho), o "facto de haver demasiados enfermeiros, os hospitais não poderem contratar e a crise económica", justificariam a coisa. Eu pergunto-me: Então porque é que esta gente ganha tanto? Os comentadores? São demasiados, 99% todos iguais, defendem quase sempre as mesmas coisas, não fazem bem nenhum ao país (ao contrário dos enfermeiros) pois só nos andam a enganar, manipular...


Nenhum destes honestos senhores teve a honra, a honestidade e a hombridade de afirmar e desvelar a fonte do problema. Nenhum! Até as notícias, apenas falaram da origem do problema uma vez. E qual é o problema?

O problema é que as empresas de trabalho temporário que recrutam os enfermeiros ficam com metade do pagamento que o estado proporciona. O estado dá 8 euros à hora e essas sérias, competitivas e produtivas empresas, geridas por tão nobres competentes, capazes, esforçados e produtivos empresários e empreendedores, ficam com metade do dinheiro. Porquê? Porque sim!

Também acredito que tais personalidades televisionadas nada tenham dito porque: nada há a dizer sobre o que é óbvio! O problema é que o óbvio para nós, para quem trabalha e para quem é explorado inumanamente (não tenhamos medo das palavras) não é o mesmo que é o óbvio, para quem explora ou é cúmplice e promotor da exploração.

Mas sabem onde é que isto começou e ninguém desta gente falou? Foi, foi com os professores. Professores no desemprego que ganham 4 euros à hora a recibo verde para dar as disciplinas para curriculares que o Sócrates criou. Sabem quem é que fica com os outros 4 euros? Pois é...Dejá Vu!

Assim, já percebemos o que era o óbvio do (in)Seguro. Pois é. Tal como as agências noticiosas que vendem os pacotes de informação aos "pasquins" de comunicação (anti) social, pacotes tão curtos nos quais só cabem uma opinião e uma visão das coisas, os contentores de actores e aldrabões que o capital compra para nos manipular também são pequenos, só cabe gente desta.

E depois, os senhores empresários, empreendedores, empregadores que tanto fazem pelo país, que tanta riqueza "produzem", têm de aturar os "lambões, preguiçosos e mandriões" dos sindicalistas que representam aqueles que salvam pessoas e ensinam os nossos filhos. Uns trabalham, os outros produzem.

Estamos ou não, nos antípodas de um mundo ao contrário?


Jorge Palma cantava: "Ai Portugal, Portugal
                                  De que é que estás à espera?
                                  Tens um pé numa galera
                                   Outro no fundo do mar"...

Hugo