1.500.000.000 de Euros!

Tentem lá dizer este número. Conseguem? E agora tentem pensar o que significa este dinheiro em termos de riqueza. Imaginem-se detentores de tal liquidez. Imaginem quantas reformas, subsídios de desemprego, rendimentos de inserção, entre outras prestações sociais, nãos e pagariam com tal montante. Imaginem um investimento desta monta em educação, saúde, combate à corrupção e ao tráfico de influências, justiça, apoio à investigação, apoio às exportações…Imaginem só, e apenas imaginando! Porque para o nosso governo todas estas despesas constituem custo sem retorno, desinvestimentos, fundos perdidos e, em suma, dinheiro público mal gasto, dispendido de forma improdutiva, o qual uma economia débil não se pode dar a luxo de sustentar,

Pois é…por muito dinheiro que seja, para nós, portugueses, pelos vistos, não é nada! Afinal, trata-se da mesma quantia que Américo Amorim contraiu de empréstimo ao BPN (antes da derrocada) e que lhe permitiu entrar na lista da Forbes. Trata-se de um quarto da quantia que despendemos com o BPN que, mais tarde foi reprivatizado pela módica quantia de 40.000.000 de Euros (aliás, sobre isto, posso contar-vos um episódio tragicamente caricato, pois na Finlândia contei isto a vários escandinavos e eles riram-se…acho que nem acreditaram em mim).

Mas esta quantia corresponde, mais ou menos, ao corte que o governo fez na educação, no orçamento de 2011. Trata-se, mais ou menos, da quantia compensatória que teremos de pagar às PPP’s que o governo não “pode” renegociar. Trata-se também de uma ínfima parte dos milhares de milhões de juros que teremos de pagar à Troika pela extorsão de que somos alvo. Trata-se, também, da quantia que não cobrámos de IRC quando o principal accionista da PT, aquando da venda da Vivo, não pagou o imposto em causa.

Enfim, como se vê, esta quantia para um país como o nosso, não é nada. E tão pouco é que, o governo des”troikador” que temos no poder, se permitiu gastar este montante em aplicações financeiras ruinosas. E sabem de onde é que este dinheiro surgiu? Do fundo de reserva da Segurança Social. Ou seja, foi o dinheiro dos trabalhadores que estes marginais e indigentes, deram de mão beijada aos amigos glutões, não de sujidade, mas de dinheiro.

Agora vejam bem, o governo há uns meses emitiu uma directriz autorizando o gestor do Fundo de reserva da Segurança Social a comprar todo o lixo da banca e, como rapaz bem mandado, o que fez este senhor? Estourou 8% das nossas contribuições que estão no fundo de reserva, em lixo económico digital a que a máfia financeira chama de “activos financeiros”. Agora viram-se que era activos tóxicos. Uma espécie de alimento estragado que, para além de não alimentar, ainda provoca doenças. 

Pois é, o lixo digital a que a máfia mercantil chama de “activos” e que justifica que bancos com tantos lucros estejam sempre a necessitar que o estado lhes dê a mão, tem uma origem engraçada…um bocado como a história da mosca e da m****. É que este lixo digital é o dejecto que atrai as moscas imundas que se auto denominam de governantes responsáveis, capitalistas, financeiros, investidores, empresários, empreendedores e credores do Olimpo mercantil actual.

E estes insectos imundos, cuja utilidade é menor do que a das moscas, pois estas ao menos podem servir-nos para a distracção de as andarmos a perseguir com um mata moscas, insistem em estragar o nosso pão. Insistem em consumi-lo e/ou degradá-lo. Subtraem-nos a matéria orgânica limpa e transformam-na em lixo digital sem prazo de validade. E mais, depois é ouvi-los a dizer, constantemente, que o estado é que é o papão.

Arre…alguém tem aí um mata moscas?

Não? Pode ser shelltox.

P.S. Onde andam os advogados, juízes, magistrados, juristas, procuradores e outros seres que não querendo fazer parte do enxame, venham exigir a justiça aplicável a estas situações? Onde andam eles? Será que neste pais se pode continuar a ser corrupto, negligente ou doloso, burlão, aldrabão, em que nada suceda?

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