Os Eleitores Fantasma



Quando os Generais da PAF se referem ao “eleitorado estupefacto”, referem-se a quem? Só poderá ser ao seu! Porque o outro é muito, muito, muito, residual. Eu também ouvi um ou outro comentário menos conformado, mas, não passaram de resíduos de pólvora de uma bomba que estoirou nas cabeças de Passos, Portas e Cavaco. Pelo medo, pânico, prepotência, arrogância, preconceito, autoritarismo, passadismo, revanchismo, reaccionarismo e outros que tais: OBRIGADO PAF! Nunca pensei que algum dia fizessem algo de tão positivo por este país!




Numa época em que quem consegue repetir mais vezes o que pensa, parece ter razão, a elite governativa de direita, com a comunicação social a seu soldo, repete vezes sem conta um conjunto de aleivosias, tentando com as mesmas criar contextos de rejeição social, de soluções governativas que, ora não lhe agradam, ora não estavam nos seus planos ou perspectivas.

É o caso do que chamo de ELEITORES FANTASMA. Quem é o eleitor fantasma? Já verão!

No último mês, depois da bebedeira da efémera vitória no campeonato eleitoral dos mais votados, a direita caiu na realidade da sua derrota. Ficou à frente? Ficou! A PAF foi mais votada do que o PS? Foi! A PAF foi mais votada do que todos os outros partidos? Não! O PSD teve mais votos que o PS? Não sabemos, mas talvez não teria se tivesse concorrido sozinho, uma vez que o método de hondt favoreceu a maior concentração de votos da PAF.

Perante tal realidade e após a rasteira (autêntico “tackle” táctico, legal e merecido) que o PCP lhes passou, o que fez a PAF? O que se esperava! Principalmente o que se esperava de alguém em pânico que entra em estado de negação!

Começaram os chavões anti alternativa. E um deles, repetido de forma ininterrupta na sequestrada comunicação social deste nosso Portugal, foi o de que haveria “uma maioria de eleitores, muitos de esquerda, estupefactos com a alternativa CDU-PS-BE”. Segundo a “verdade” da repetição, “muitos” dos eleitores dos 4 partidos envolvidos, estarão contra tal solução. E eis que os comandantes da PAF, quais generais de um exército derrotado e mal amanhado, desatam a atirar bombardas aos eleitorado de esquerda a ver se este se parte por si só. E ainda hoje o fizeram.

Ora, este eleitorado “estupefacto” só pode ser fantasma. Senão fantasma na existência (porque alguns existem, para aí 1%), pelo menos fantasma na dimensão. O que eu sei é que o seu número não é suficiente para concentrações, convenções, movimentos ou coisas do tipo. Até a SIC, TVI e RTP tiveram o “bom senso” de não divulgar qualquer imagem do tão propagandeado “jantar de S. Assis”. Uma espécie de última ceia que, mesmo assim, não terá chegado ao número de presentes da verdadeira “ultima ceia”. Até porque se JC cá estivesse hoje, não seria certamente de direita, não é?

Portanto, quando os Generais da PAF se referem ao “eleitorado estupefacto”, referem-se a quem? Só poderá ser ao seu! Porque o outro é muito, muito, muito, residual. Eu também ouvi um ou outro comentário menos conformado, mas, não passaram de resíduos de pólvora de uma bomba que estoirou nas cabeças de Passos, Portas e Cavaco.

A não ser que se julguem donos da vontade dos Portugueses, o que as sondagens e pool’s dizem é bem diferente. Há uma aceitação generalizada desta alternativa governativa. É esta aceitação que eles não esperavam ao embandeirarem os divisionismos do PREC. Mas era de esperar! Porquê? Porque a arrogância com que trataram o povo nestes 4 anos, no dia das eleições, nos dias seguintes e a forma como tentaram ostracizar, condicionar e “apartheidizar” partidos tão legítimos como os seus, também terão contribuído, e muito, para uma generalizada (e cada vez mais constatada) revolta contra a direita.

Pelo medo, pânico, prepotência, arrogância, preconceito, autoritarismo, passadismo, revanchismo, reaccionarismo e outros que tais: OBRIGADO PAF! Nunca pensei que algum dia fizessem algo de tão positivo por este país!

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