há mais de 2000 anos já se sabia!

Cuidado! Vê o que acontece se não participares. Já Platão o sabia. Quantos mais milhares de anos serão necessários para tu também o saberes?

A injusta repartição da riqueza!

Consideras justa esta repartição da riqueza? Então o que esperas para reinvindicares uma mais justa? alguém que o faça por ti? Espera sentado/a!

Não sejas mais um frustrado/a!

Não há pior frustração do que a que resulta da sensação de que não fizemos tudo o que podiamos!


Onde é que já ouvimos isto….

Podemos chamar-lhes de visionários…podemos chamar-lhes de adivinhos, médiuns, feiticeiros ou utilizar qualquer outro termo do jorgão ocultista. Mas, no fundo, não mais eram do que seres pragmáticos, dotados de visão relativa e de termo intelectual de comparação.

Vem ao caso, uma reflexão que encontrei de um dos injustiçados da nossa história. Homem culto, dos primeiros humanistas (ainda sem o saber), precursor da renascença, D.Pedro, o Infante das “sete partidas”, filho de D. João I, Irmão do Rei D. Duarte, de D. Fernando (o Infante Santo), do Infante D. Henrique, meio-irmão do Duque de Bragança e, mais tarde, regente do reino durante os 6 anos da menoridade de D. Afonso V, este senhor, viria a falecer na célebre batalha da Alfarrobeira às mãos de um Rei influenciável e fraco, de um meio-irmão, inculto, ganancioso e invejoso, de uma clerezia corrupta e acima de tudo, ingrata (tendo em conta o acrescentamento que D. Pedro sempre lhe atribuiu) e, ainda, de um irmão individualista, insensível, ingrato, egoísta e falso como o foi o Infante D. Henrique para com alguém que, para além de ser seu irmão, lhe trouxe, das suas viagens, as mais importantes fontes de conhecimento geográfico da altura (o livro de Marco Pólo ou o mapa mundo de Fra Mauro que mostrava toda a costa ocidental e oriental de África).

Mas, como dizia, quem ficou conhecido e reconhecido foi o outro, que cometeu tão grandes disparates e tanto dinheiro custaram  ao país. Bem, D. Pedro não acreditava na política ultramarina do Navegador. D. Pedro já dizia na altura, qualquer coisa como isto: trocar Portugal por Marrocos (na altura estva-se a discutir a ida a Tânger, que tão desgraçada foi) “era como trocar uma boa capa, por um capelo”. Mais tarde, viu-se quem teve razão. Não era isto, apenas, do que eu falava. Este homem bastante honesto e realista para a altura (dentro, obviamente, dos padrões culturais e morais da altura), numa carta que escreveu a partir de Bruges para o seu irmão El. Rei D. Duarte, dizia coisas como: “os filhos enjeitando as profissões dos pais, afidalgam-se, formando essa nuvem de parasitas que então enchiam os paços do rei, dos infantes e dos nobres”. Lembram-se dos Jobs for the boys?

Mas ele continuava: Recomendava que “só se empregasse gente cumpridora, homens capazes e competentes”. Lembram-se dos nossos governantes?

Ainda dizia, por entre outras coisas: “ponham-se cobro às despesas o Rei, os infantes, os senhores, limitem-se às suas posses, para não esmagarem o povo com peitas e impostos extenuantes”. Esta de mandar poupar os ricos e não os pobres…Só podia dar em desgraça, não era? Para ele…e para nós todos! Os ricos…mais uma vez…safaram-se!

Acrescentava também que: A beneficência não podia ser explorada por parasitas. “A justiça, senhor, é uma virtude que me parece não reinar nos corações daqueles que têm cargo de julgarem na vossa terra”. “A justiça tem duas partes. Dar a cada um o que é seu e dá-lo sem delongas”. Enfim, chamava à atenção para o facto de ter de se legislar para proteger o povo da “matilha de magistrados vorazes que o caçava desapiedadamente”.

Mais importante…É que D. Pedro, de facto, quando foi regente, publicou as ordenações afonsinas que, foram um progresso para a altura. Por exenplo, uma coisa que o seu irmão Duque de Bragança não gostou nada foi de ele pretender realizar uma inquirição das suas terras (como o fez D. João II) por causa das queixas de abuso de poder e de utilização indevida da força para com o povo. Uma espécie de limpeza ao nosso sistema político corrupto, que tanto necessitava. Era o que isso significava na altura.

Agora digam-me. Estes ditos, juntando-os aos de Damião de Góis 100 anos mais tarde e de muitos outros,,até bem mais recentes devem fazer-nos pensar. Em todos eles, os ricos, os proprietários, a classe dominante era apontada pela miséria, que o seu comportamento ganancioso e desvirtuado, levava ao povo. Nunca culparam o povo, porque…não era o povo que mandava. Óbvio.

Quando olhamos para a nossa actualidade, constatamos que, os ricos, a classe dominante, nada perdeu, pelo contrário, aumenta o seu fausto à conta da nossa miséria. Hoje em dia, temos muitos que os culpam, mas continuamos a ter demasiados que, todos os dias, repetidamente, nas crónicas modernas, na comunicação social, a toda a hora, vêem dizer que o povo, esse sim…esse é que tem gasto demasiado.

O problema é que, se naquela altura se matava quem tinha a razão do seu lado, actualmente, calam-se os que a têm. Mas não se amordaçam, nem prendem. Sabem o que é que se faz? Colocam-se todos os meios de comunicação social corporativos a gritar tão alto e em uníssono, a mentira. E fazem-no de tal maneira que muitos julgam que a mentira se tornou, aquilo que nunca será nem poderá ser, uma verdade.

Então, actualmente, temos nos nossos belmiros, amorins, santos, zebinais, mexias e cartrogas, os nossos duques de Bragança (ah, e temos nesses monopolistas apelidados de grandes empresários, os nossos infantes D.henrique). Depois…temos os nossos camilos lourenços, delgados, coelhos, sócrates e companhias, os seus arautos. E o rei? Já não há rei. Há imperadores (merkozy antes, merkel depois) e senhores feudais, com todos os poderes de vida e de morte sobre quem dominam.

Como vêem, mudando muito…há coisas que nunca mudam. Os mais ricos continuam a mandar mais, a roubar mais, a matar mais, a aldrabar mais, a abusar mais. Fazem-no de forma impune, porque o poder…esse é seu. Democracia? Bem, colocam-se os arautos a gritar ao mesmo tempo e espera-se que metade dos eleitores não vote, por um lado, e basta enganar, comprar, defraudar, burlar ou enganar 40% dos restantes e forma-se um governo fantoche que só serve para garantir que, parecendo que se muda, não se mude nada.  Como diz Adolfo Luxúria Canibal numa letra sua, sobre o situacionismo: Inundam-nos de informação, nos jornais, na Internet e na televisão…mas o que realmente importa, isso…mantém-se secreto. Ou então, o Sérgio Godinho, quando canta que o acesso ao presente está...Bloqueado! É do acesso à verdade que se fala. 

Até quando?




Cabidela à portuguesa


Na senda das receitas económicas que comecei por sugerir (como muitos outros fizeram), venho aqui com mais uma, que se revela também ela, de enorme utilidade para as famílias portuguesas que estão de “corda na goela”, como se costuma dizer.

Ora bem, todos ouvimos que Portugal tem de poupar, racionalizar, reduzir, extinguir e anular despesa pública. Todos sabemos também que, ao contrário do que o Governo pretende para o estado (ou, pelo menos, diz que pretende), as famílias portuguesas são obrigadas, por seu turno, não a reduzir a despesa, mas a aumentá-la (mais impostos, mais custos energéticos…), mas isto, ao contrário do estado, com diminuição de receita (salários menores, menos apoios sociais)…

Paradoxo estranho este…todo ele justificado por uma palavrão jurídico, apelidado de…Estado de Necessidade. Este é o estado de necessidade que, na teoria geral do direito, significa, de forma muito simples, a desculpabilização de alguém pela prática de um acto ilícito, quando esse acto tenha sido praticado para proteger um bem jurídico mais elevado. Por exemplo, invadimos uma casa alheia para salvar um bebé de um incêndio.

No caso económico Português, este Estado de Necessidade tem sido invocado, em contexto de crise aguda, para que o Estado não seja obrigado a cumprir os contratos que possui com os funcionários públicos e privados (com os trabalhadores!). Coloca-se em causa o princípio constitucional de que o estado deve honrar os seus contratos (celebrados ou não pelos governos anteriores). Contudo, a violação deste princípio é desculpada pelo Estado de Necessidade em que o país se encontra, face aos problemas com as suas contas públicas.

É claro que, numa situação legal de utilização deste princípio do Estado de Necessidade, quem pratica o acto ilegal, que pretende ver desculpado, tem de provar que, de entre todas as possibilidades ao seu dispor, aquela que utilizou era a única que era passível de atingir o fim desejado. Ora, este estudo alguma vez foi realizado por algum dos nossos governos? Nunca! Nem quiseram falar disso.

A verdade é que cortaram a torto e a direito nos trabalhadores (impostos, cortes nos subsídios, SNS, segurança social…) mas, no caso dos patrões e dos grandes grupos económicos…Nada! Pelo contrário, aumentaram os seus benefícios.

A EDP; por exemplo, tem um contrato com o estado (do tempo do Sócrates) que vai levar-nos 4 mil milhões de Euros até 2020. Por exemplo, pagamos o investimento em renováveis e compramos toda a energia produzida, indexada ao Brent e ao câmbio Dolar-Euro (para não serem prejudicados com as flutuações destas moedas). A energia produzida de forma ordinária (hídricas, termoeléctricas…) tem rentabilidade pré-estabelecida. Se não for atingida…Pumba…lá temos de compensar. Há ainda uma parte desta energia que é vendida ao mercado, mas se não atingir o valor pré-contratado da primeira, o estado paga a diferença. Uma empresa privada sem risco (ah… que grande gestor que eu dava!e a EU não diz nada! Só contam as Golden Shares!). Depois, como o consumo está a descer, o estado garante estas compensações através do chamado “deficit tarifário” que permite à EDP aumentar na factura a diferença. Até 2020, há quem diga que a electricidade pode aumentar 26%. Portugal é o país da Europa no qual se paga, proporcionalmente, a energia eléctrica mais cara e o 3.º em termos absolutos! Era isto que o secretário de estado, Henrique Gomes, queria explicar antes de o obrigarem a demitir-se!

As PPP’s custaram em 2011 qualquer coisa como 1,3 mil milhões de Euros. NO primeiro trimestre de 2012, já lá vão 400 milhões. Estando o tráfego nas SCUT’s a descer, o valor vai aumentar. O negócio é de tal forma lucrativo que até mentiram ao tribunal de contas para que este aprovasse o negócio ruinoso. Hoje em dia, todos sabemos que as SCUT gratuitas são muito mais baratas para o erário público. Será que esta gente não vai presa por roubar 10 milhões de portugueses! Prisão Já! Enxovalho em público!

Ora, meus caros, com grande pesar, vêm os nossos governantes actuais dizer…”Nada podemos fazer…a culpa é do governo anterior”. Ou então…”os contratos têm de se cumprir, não se podem rescindir ou resolver”. “O estado tem de se comportar como pessoa de bem”. Então, e o ESTADO DE NECESSIDADE? O mesmo ESTADO DE NECESSIDADE que foi usado, sem critério, sem estudo prévio e sem azia para incumprir os contratos com os funcionários públicos e com os milhões de trabalhadores defraudados? Este já não pode ser utilizado para que, sob o pretexto de se salvarem as contas públicas, não se cumpram esses contratos, até ver?

Mais uma vez, forte com os fracos, fraco com os fortes. Estes bandidos, ladrões, aldrabões e outras coisas mais, que nos têm governado, são uma espécie de “Robin das Bolsas”. Roubam ao povo para dar às bolsas dos accionistas.

Esta receita, ao contrário da utilizada, permitia pagar o défice público de um ano. Só isso! Pildra com eles! Só se sentia a sua falta pela positiva!

Hugo Dionísio

P.S. para quem quiser ler o discurso que o secretário de estado nunca proferiu, vá a http://pt.scribd.com/doc/85236643/Discurso-do-ex-secretario-de-Estado

A minha receita...    


Hoje foram publicados os dados do ultimo trimestre das contas nacionais. E o que nos foi dado ver através dos números publicados? Bem...foi o que todos vimos:

  • A receita fiscal diminuiu
  • O défice aumentou
  • A dívida pública aumentou mais ainda

Enfim, outros dados sobressaíram, mas estes foram os mais importantes. Contudo, importante também, foram as reacções. Na SIC Notícias, por exemplo, lá apareceu um "reputadísssimo economista, consultor, expert, com um MBA da London Business School (ou lá o que for)" que, em nome da revista Exame lá fez, mais uma vez a sua "qualificadíssima"e, acima de tudo, "isentíssima" avaliação pericial. É claro que, tão elevado conhecimento do sistema económico nacional, internacional e universal, não conhece erros nem dúvidas. Este tipo de "sacerdotes" da nova era, a era do "homo economicus", falam directamente com o além...leia-se, "os mercados", "os investidores" e outras forças transcendentais e incorpóreas, mas com enormíssima capacidade de intervenção, quiçá ao nível da omnipotência e da omnipresença. 

Então, dizia tão casta "eminência" que, não obstante os números apresentados, "podiam, mesmo assim, encontrar-se aspectos positivos". Quais? A diminuição da despesa! Com o quê? Com o SNS! Será que eram estas as "gorduras do estado" a que se referiam quando falavam em diminuir a despesa? Provavelmente! 

Por outro lado, começam a fazer-se sentir na segurança social, os efeitos das "doutas" e "irrefutáveis" soluções  para o equilíbrio das contas públicas. Falo, concretamente, da nacionalização dos fundos de pensão das empresas públicas, que já custaram mil milhões de Euros à SS, este ano. 

Ah....mas que descansados podemos ficar com tão "elevada" classe de sabedoria. Sim...com tanta soma de saber, podemos ficar certos que do fosso não saímos! Mais tarde, até vêem justificar o porquê da SS não ser viável. Pudera!

Mas o que mais me faz confusão é isto: então, dizem estas alminhas, formadas nas mais reputadas universidades económicas do mundo ocidental (das tais que têm sempre razão, à moda da mais extrema religiosidade inquisitorial hispânica), que não podem os governos bulir com as forças do além, porque, mexer com os "investidores" e com os "mercados" só pode resultar em divina punição, de severidade exponencial e ilimitada? 

Mas, expliquem-me lá, quando os fundos de pensões foram nacionalizados para equilibrar as contas públicas, não foi isso que se fez? Mexer com os "investidores"? Não se tratam de fundos de investimento? Não se tratam de fundos nos quais milhares de pessoas colocaram o seu dinheiro, numa perspectiva de investimento futuro? Que lhe garantisse a reforma? E agora? Agora, vem o governo dizer que ficam sem subsídios e partes da reforma? Mas isso não é alterar as regras do jogo do investimento daquelas milhares de almas investidoras? Subitamente, ouvimos um silêncio de bradar aos céus, porém ensurdecedor. Nem um sacerdote "Economeu" se levantou...

Então, avanço com uma solução...Porque não nacionaliza o estado esses fundos imobiliários (há um que tem 7 mil milhões) que apenas têm que retribuir 1,2% ao ano? Não sairá mais barato que o empréstimo da Troika? Porque não se nacionalizam os PPR's e capitais de reforma explorados por todas as seguradoras e bancos em Portugal? São apenas 3% ao ano...Já agora, vamos à CMVM e nacionalizam-se todos os fundos mobiliários com rateamento AAA+ e que, mesmo garantindo 10% ao ano, o montante é capaz de justificar. É muito a retribuir por ano? Não faz mal. Faz-se o mesmo que se fez aos reformados dos fundos das empresas publicas, dividem-se os dividendos anuais por 14 partes e retiram-se duas delas. Ah...e aplica-se uma taxa de 30% de IRS, adicionada de um sobretaxa de 15%, e ainda, de um IVA de 23%.

Já viram o dinheiro que isto dá? Dá mesmo muito. Dava para não trabalhar-mos durante 10 anos. Esperem...deram-me uma cotovelada...há um sacerdote "Economeu" que me diz que tal não é possível por provocar a ira divina "dos mercados" e "dos investidores"...

Mas porquê????? Alguém me consegue explicar????

Vou mas é para um "seminário" neo-liberal tirar um curso  e economia para me tornar um bom..."guarda-livros". Pensavam que era o quê?


Hugo Dionísio

P.S.1 - Sacerdote "Economeu" = nova classificação sacerdotal de acordo com a Nova Teologia Mercantil, figura de proa ao nível dos contactos humanos com as forças monetárias do além. Prossecutores do Evangelho segundo G8, caracterizam-se pela capacidade de tornarem a ciência social económica na mais reles contabilidade merceeira.

P.S. 2 - Em futuros textos abordarei mais especificamente a doutrina Teológica desta gente.


  
Lar...doce lar! Blarrghhhh!!!!


Ainda o Pingo Doce (passe a publicidade). Elogiava Pedro Marques Lopes, participante no programa Eixo do Mal na SIC Notícias, o facto do Pingo Doce e, concretamente, o seu accionista principal (Soares dos Santos), possuir uma Fundação com objecto social variado com vista à promoção de diversos apoios sociais e caritativos. Dizia o eminente senhor que, tão nobre actividade, haveria de ser enaltecida aquando da condenação da cadeia de supermercados e dos seus agressivos actos propagandísticos, com ênfase para os do 1.º de Maio/12.

O facto é que, estes senhores auto-colados ao sistema vigente, tratam estes processos de apoio social, como uma espécie de indulgência que os ricos-homens da actualidade pagam para se redimirem das atrocidades e abusos por eles cometidos no seu dia a dia, quando mais não são, na esmagadora maioria dos casos, do que pura propaganda comercial.

Aliás, nas palavras de tão nobre defensor, poderíamos considerar mesmo uma espécie de 1000 anos de perdão, ou até, de perdão original. Ou seja, tal acto de solidariedade é susceptível de perdoar à partida toda e qualquer atrocidade cometida aos mesmos que as suas fundações visam apoiar. Todos conhecemos as práticas medievais de perdão dos pecados dos maiores carniceiros, alguns deles até santos se tornaram. Por isso...não se admirem. O que pensávamos era  estarmos muito longe de tal realidade!

A verdade é que, este advogado do diabo (do diabo? sim, do diabo...afinal para que é que deus, na sua imensa bondade, necessitaria de advogado? Só o diabo deles necessita porquanto todos desconfiarem dos seus actos), de tão preocupado que estava com a salvação de alma tão caridosa, publicamente, assumiu sem rodeios a defesa da sua integridade, não fosse a sua alma separar-se do corpo e em vez de se juntar à bolsa criadora dos etéreos mercados celestes, ficasse aprisionada nas malhas da humana condenação, pelas atrocidades cometidas. Este senhor Pedro, fez-me lembrar o auto da barca do inferno, mas ao contrário. Os ricos salvam-se e os pobres vão para o inferno.Com tal guardião da porta, poderão estes senhores estar certos de que a suas preces serão sempre bilhete de salvação.

Em conclusão, para este dotado defensor das esferas celestes, portador de um conhecimento transcendente,  apenas acessível aos mais fidedignos iniciados das forças Marketingianas, estão justificados e perdoados, sem mais, actos como:

- Sediar o grupo na Holanda para não pagar impostos em Portugal
- Fazer incidir os descontos promocionais sobre os fornecedores, de forma unilateral, aproveitando-se da sua dimensão para enfraquecer e aniquilar a vontade negocial dos fornecedores
- receber num dia e pagar 4 meses depois, aproveitando o dinheiro dos fornecedores para aplicar na especulação
- pagar ordenados de miséria aos trabalhadores que tem, sem qualquer respeito pelos seus direitos sindicais, perseguindo os mais de 10.000 que fizeram greve
- não pagar horas extra-ordinárias e obrigar trabalhadores doentes e aleijados por acidente a trabalhar escondidos do publico, por razões óbvias
- ter fornecedores polacos e chamar aos seus produtos (porque aqui embalados), produtos portugueses
-....

A lista de malfeitorias não mais parava, daí que, qualquer perdão a ser atribuído, teria de o ser sempre a priori, tal a variedade de patifarias e a fertilidade de ideias para as mais desvairadas sortes de agressões sociais.

A verdade é que, os danos sociais provocados por tão diligente atitude são, como se sabe, muito desproporcionados. Não basta dar umas migalhas para apagar tudo o que de mau se faz, nem o facto de se vir com a ideia de que.."ao menos este dá qualquer coisa", pode colher qualquer compensação. A verdade é que tais migalhas mais não são do que etapas de um processo interessado de marketing.

No caso patente dos 50% do primeiro de Maio, já para não falar das trabalhadoras que naquele dia  a si dedicado, tiveram de trabalhar dois turnos e tal foi o esforço que a maioria das caixas nem conseguia mexer os braços no dia seguinte e mesmo assim lhes foi exigido o ritmo usual de trabalho, a verdade é que, se por um lado faz 50% de desconto, por outro...encaixou 11 milhões de euros em cash e colocou o país a falar do Pingo Doce mais de  uma semana.

Ainda tiveram o descaramento de dizer que vão fazer mais destas...o que pode nem ser verdade, uma vez que o objectivo pode ser apenas o de manter as pessoas atentas, indo ao Pingo Doce.

Agora, o mal que estes descontos fazem é enorme. Aos fornecedores pagam-se menos 50% do que previsto para aquelas mercadorias. Os fornecedores, já esgotados, pois tratam-se de PME's e micro empresas, vão repercutir a quebra de receita sobre os outros fornecedores e sobre os trabalhadores, despedindo e pagando salários mais baixos. Uma vez na miséria, ficam totalmente dependentes deste tipo de promoções do Pingo Doce, agindo como na selva, na avidez da procura dos produtos cujo stock não resiste a tão desenfreada procura.

Conclusão, este tipo de práticas, atrás referidas e agravadas por este tipo de promoções, absolutamente selvagens, promovem a desagregação social, desagregação essa que nem 1000 fundações Soares dos Santos resolveriam. Então, este senhor prejudica-nos nos impostos que não paga, nos direitos sociais e laborais cujo exercício recusa,  nos salários de miséria que paga, nas famílias que desestrutura pela precariedade laboral que incute nas relações laborais que estabelece e na exploração selvática que faz incidir sobre os fornecedores nacionais mais pequenos.

Vejam agora o deve e o haver e pensem lá se o perdão original que o senhor Pedro Marques Lopes lhe atribui, tem alguma razão de ser.

E depois...vêem-se estes senhores como construtores de coisas e não como parasitas. Ah...ainda dizem que já não vivemos na monarquia!