O Preço da Liberdade!
Hoje de manhã, na SIC Notícias (passe a pub.), uma jornalista (uma tal de Ana Sofia) do expresso/exame, que tem realizado os comentários da manhã, afectou-me profunda e irremediavelmente o me pequeno almoço.
Está bom de ver porque é que esta Ana Sofia ali está. O seu tacto politico é tão diminuto e o seu nível de doutrinação hiper-liberal, tão elevado que, à partida terão funcionado como os critérios primários da avaliação da sua capacidade televisiva. A falta de coerência, de acuidade e sabedoria dos seus comentários, não me deixa margem para a identificação de outras possíveis qualidades, a não ser...ah, o trabalhar muito. Provavelmente, como qualquer versão light e plástica do yuppie hiper-liberal (que muitas vezes nem sabe que o é), não tem família e trabalha 18 horas por dia. Mais ou menos como as olheiras do ministro das finanças, estão a ver? De humanidade, não sobra nada.
Mas, o que dizia, tão eminente "comentadeira" (uma espécie de comentadora com peixeira que vende "banha da cobra")? Ah! Só mais uma coisinha...os seus comentários são sobre...Direito? não! Sociedade? Não! Justiça? Não! Medicina? Não! São sobre ECONOMIA! trata-se de uma homoeconomicus.
E dizia a "comentadeira" que os mercados (se fosse ela teria colocado um "M" e não um "m") da dívida secundária penalizaram Portugal. Na zona Euro, ontem, Portugal foi o único país cuja taxa de juro subiu. E porquê? Por causa da contestação! Ora Essa. Afinal a resposta é tão fácil!
Ah...Então mas e os juros da Espanha? E da Grécia? também desceram por causa da contestação? Perguntaria eu. O "jornaleiro" de serviço não teve tanta coragem. Até porque ela responderia, talvez, apenas talvez: "Não, Não foi por causa da contestação porque a contestação que faz subir os juros da dívida secundária é a Portuguesa. A contestação Grega, Espanhola, fá-los baixar".
O que interessa é o seguinte. Se para tão eminente cabecinha, a contestação portuguesa faz subir os juros dos mercados (para ela com "M"), então o problema está no tipo de contestação. Temos de passar a contestar como os gregos e os espanhóis. Ou seja...à bomba e à pancada. Será isso?
Por outro lado, vem-me à memória as alturas em que o desgoverno em vigor, aplicava medidas de austeridade com muito menos contestação e, voilá, os juros subiam na mesma. Sim...mesmo quando o PS aprovou o OE de 2012, as alterações ao Código Laboral, ou o plano da Troika. Os juros, secundários, subiram sempre. Pois...faltou a tal contestação à espanhola e à grega!
Isto quer dizer que temos de continuar a endurecer a luta e a contestação. Endurecer!
Até para responder a outra coisa. Disse a "comentadeira" que os mercados (com "M") e os investidores (com "I") reagem muito mal a estas coisas. Estas crises politicas, estes ambientes de conflito social...trazem muitos problemas. E ela acrescentava: "a subida da TSU é muito má, mas a quedo do governo seria muito pior". Que os Mercados nos protejam de todo o mal e iniquidade! Acrescentaria eu.
Quem é ela para fazer um juízo deste tipo? A quem é que ela perguntou o que seria melhor? Quem é que a legitima e que estudo científico diz que ela tem razão? Então, para esta gentalha, o totalitarismo do mercado é melhor que a soberania da liberdade? do que o juízo da democracia? Então esta gentalha, que se diz democrática, apoiam o totalitarismo mercantil, cujos ditames e cânones lhes indicam que, perante a crise, a discórdia e o conflito, mais vale calarmos-nos, senão a ira divina será implacável?
Em que período da história o povo preferiu a normalidade da opressão totalitária, à indefinição libertária que a democracia traz? Em que período da história o povo preferiu as amarras de um pensamento único ao voo da imaginação que só a liberdade comporta? Quando é que eles escolheram o silêncio ao grito? Nunca!
E não será desta vez. Nãos será desta vez que os doutrinários do totalitarismo "argentocrático" ganharão. Não ganharam quando era senhores feudais. Não ganharam quando eram nobres e monarcas. Não ganharão enquanto burgueses! A história é das massas...será sempre!
Senhores "Comentadeiros", estaremos sempre disponíveis para pagar o preço da liberdade, colectiva e individual, da nossa soberania e da nossa democracia. Sempre! E vocês, demónios do "Mercado", deviam agradecer-nos por terem a vida que têm hoje e por poderem estar na TV a dizer tais barbaridades. Se fosse a nossa luta, ainda hoje não teria havido revolução francesa e vocês, burguesia, não governariam.
Deixem-se de inculturas próprias de quem só vê números e aprendam história. Quem não conhece o seu passado, não consegue perceber o seu presente e muito menos antever o seu futuro! A luta continua e continuará sempre!
1 comentários:
Pois é, o problema desta economia de mercado é ter crescido fora da democracia (impera a lei do mais forte). Abraçou o conceito da liberdade mas não os de solidariedade e de fraternidade. Falhou em 1929, e está a falhar novamente. E esta malta é tão estúpida, ou tão arrogante, que continua a achar que isto vai lá com fórmulas matemáticas, esquecendo que a economia é feita de pessoas...
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