EUA, Merkel e Obama: Do liberalismo ao absolutismo. O novo inimigo e a ocupação da Europa



O fim dos impérios?

Obama, acompanhado de Merkel, discorrendo sobre a situação na Ucrânia, durante mais uma cimeira do G7, disse para quem o quis ouvir:
"The days of empire and spheres of influence are over," "Bigger nations must not be allowed to bully the small, or impose their will at the barrel of a gun or with masked men taking over buildings”.
Tradução livre: “Os dias dos impérios e das esferas de influência acabaram”, “Não podem permitir-se às grandes nações que oprimam as mais pequenas, ou imponham a sua vontade à custa das armas ou de homens mascarados ocupando edifícios”.


Eu, quando leio uma declaração destas, vinda de quem vem, posso tomar uma de três atitudes (pelo menos): gritar de raiva, pela hipocrisia contida em tais declarações; dar uma gargalhada, daquelas infernais e cavernosas que mais revelam indignação do que qualquer espasmo de alegria; fingir que não vi, não ouvi, por estar farto de tanta mentira e de me fazerem de tão estúpido (aliás, sinto-me profundamente estúpido, por dar atenção a tal verborreia).

Diz o maior joguete de marketing de todos os tempos – seguido de Reagan – que os tempos dos impérios acabaram! Bem, podemos sempre questionar, que impérios? Os outros?

A presença militar imperial
De acordo com uma investigação publicada no E-jornal Epoch Times, os EUA possuíam em 2011, os impressionantes números de presença militar:

  •  Quase 1.500.000 soldados em todo o mundo, sem contar com mercenários, tropas privadas e milícias locais armadas pela CIA   
  •  Presença militar em 150 países  
  • 1000 Bases militares, desde bases tradicionais a bases móveis, mais pequenas, versáteis e camufladas
  • Mais de 250 mil milhões de dólares de orçamento anual em tudo o que tem a ver com armas, sem contar com espionagem, “covert operations”, vigilância à distância e “contra-terrorismo”.

Sabemos que Obama -uma fraude trazida à luz para apaziguar um mundo sedento de mudança, dando a ideia que o sistema muda, sem que mude realmente – aumentou no seu segundo mandato, todo o orçamento militar, contra terrorista e de espionagem. Ainda recentemente, Obama aprovou mais 5 mil milhões de dólares para contra terrorismo (para ale dos mais de 80 mil milhões que já gasta) e mais mil milhões para reforço das tropas na Europa central nas proximidades do “papão” Russo.

Portanto, quanto ao fim dos impérios, estamos conversados e, depois do fim da guerra-fria, não nos podemos deixar de afligir e questionar sobre o porquê de tanto armamento quando o “papão” comunista desapareceu. Contudo, a máquina tem de continuar a carburar e, principalmente, a encontrar novos inimigos. Quando o temor do terrorismo baixou, elegeu-se a Rússia e a sua “esfera de influência”.

Merkel, a vassala 
 Por outro lado, Merkel e a sua Alemanha também não têm moral para estas coisas. Não depois da atitude imperialista com que tem vindo a subjugar a Europa do sul, após por razões geográficas e culturais ter-se apropriado da Europa de leste. 

Quanto à interferência de grandes nações em pequenas nações… Esta seria a maior piada do século XXI se não fosse tratar-se de um drama. Depois de Afeganistão, Iraque, Líbia, Egipto, Palestina, Síria, Ucrânia, e dos drones sobrevoando, vigiando e ameaçando tudo o que é país classificado como “não alinhado”, esta só poderia ser para rir. Por outro lado, que dizer da imposição “austeritária” da Alemanha aos países do sul da Europa para que estes paguem as dividas da sua banca?

O alinhador, o alinhado e o não alinhado
Só a ideia, muito propagada pela comunicação social corporativa de que existem países “alinhados” e “não alinhados”, desmente à partida a teoria da liberdade de autodeterminação das nações. Porque se são “não alinhados” têm de levar com as garras do grande “alinhador” que são os EUA.

E se quiséssemos falar de “covert operations” e “homens mascarados”? Bem, aí tínhamos de falar de todos os golpes de estado que os EUA praticaram no século passado na América Latina, como forma de parar os movimentos de massas de natureza progressista e que descambaram em ditaduras sangrentas, desde Videla a Pinochet, Trijillo e companhia. Ou as “covert operations” de Maidan ou na ex-Jugoslávia, países nos quais os EUA gastaram mais de 20 mil milhões de dólares com ONG’s que só tinham um objectivo, minar a estabilidade desses países. Ou, para acabar esta pouco exaustiva lista, o que se passa na Venezuela com o recurso a para militares colombianos que têm como objectivo desestabilizar o governo, democraticamente eleito, de Maduro. Podeia continuar com a primavera Árabe, resultante de um relatório da época Bush que previa a estratégia de agitação desses países, para que, no meio do caos, os EUA, bem preparados, tomassem o poder. A lista seria interminável, mas eu pergunto: coo é que depois da revelações de Snowden sobre a espionagem americana, um fulano como Obama tem a coragem de vir dizer uma coisa destas? Tem de nos achar muito parvos ou estúpidos, ignorantes, incerebrados, sei lá…

Porquê o inimigo Russia
Mas a questão que eu queria aqui levantar é a seguinte: Porquê a diabolização da Rússia numa altura destas?
Bem, primeiro, porque a meu ver existe, claro, quem pense, ainda, numa lógica de guerra-fria e, perante estes ditos diga para si próprio: “com que então o Putin pensava que podia fazer o queria… Ainda bem que o põem na ordem”. Torna-se, portanto, um conflito fácil de criar na mente das pessoas.
Ou existe, também, quem pense numa lógica maniqueísta, e que diga: “pois, lá estão estes comunas, com os seus complexos saudosistas da URSS a defender o escroque do Putin”. E, aqui, também se torna um conflito fácil de passar, principalmente numa Europa que vira, perigosamente, à direita.

Sempre os interesses
Depois, porque um conflito com a Rússia abre a porta a outro tipo de interesses Americanos: venda de armas à Europa; instalação de sistemas anti balísticos; aprofundamento dos sistemas de vigilância; reforço da NATO; abertura de novas oportunidades nos mercados energéticos…
Depois, o que tem uma grande piada no meio disto é o seguinte: é que ao mesmo tempo que, nessa conferência, Merkel dava razão às mais calamitosas mentiras, esquecia-se que, com toda esta lógica os EUA mais não fazem do que reforçar a sua presença militar na Europa. Vejam a imagem:



Enquanto Merkel segue – porque tem de o fazer –, em fila indiana, o “guru” da guerra, a Europa torna-se cada vez menos independente e, cada vez, mais invadida no seu espaço. Ainda hoje os EUA mantêm mais de 160 bases militares na Alemanha, mais de 100.000 tropas formais e até, vejam bem, parte do arsenal de bombas nucleares. Ou seja, se a Europa, ou a Alemanha quisessem seguir o seu caminho, simplesmente, não podiam. Já estavam invadidas. E depois vêm-me falar do fim dos impérios e das esferas de influência.

Continuem a achar que é em Putin que está o perigo – aviso já que nada, mas mesmo nada me liga a Putin, bem pelo contrário – enquanto ajudam os EUA a garantir a hipoteca de toda e qualquer possibilidade de construção de uma Europa livre, mais justa para os seus povos e mais independente dos impérios e das esferas de influência.

Estes EUA e esta Merkel são os mesmos que apoiam o Svoboda e o sector direita na Ucrânia. Por aqui se vê quem são. Entre mim, os nazis e os seus apoiantes há-de haver sempre a distância dos seus antípodas. Eles de um lado… Eu de outro!

 ver também:
https://www.epochtimes.com.br/bases-militares-dos-eua-crescem-no-mundo/

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