Depois de terem contribuído para a formação do que mais
tarde veio a ser o ISIS (Estado Islâmico), os EUA, na sua infernal ânsia
imperial, vêm agora formalizar e tornar público o apoio às forças moderadas na Síria.
Mais uma vez nada parece o que é na realidade. Não sei se o ISIS será o alvo
prioritário deste apoio, talvez Assad seja o verdadeiro objectivo, tal como me
custa a crer que o Ebola seja o alvo prioritário dos 3000 soldados Americanos
que irão para a Libéria. Os “democratas” mandam soldados, os “tiranos” Cubanos
mandam médicos! Mais uma vez, a história encarregar-se-á de apagar todas as dúvidas.
Os EUA e a Guerra permanente. Orwell preveniu-nos com 1984!
Os EUA, como máquina imperial convencida da sua
invencibilidade, arrogando-se de uma espécie de direito natural de intervenção,
faz como qualquer império fez ao longo da história. Sempre que se encontrou economicamente
estagnado ou decadente: toca a expandir fronteiras através da guerra.
A guerra sempre foi o motor económico preferido pela maioria
dos impérios ao longo da história. É o caminho mais fácil para promover
crescimento sem ter de se implementar reformas ou alterações estruturais. Num sistema capitalista e liberal decadente, a guerra surge como uma oportunidade única de regeneração.
Os EUA, como qualquer império, também adoptam, constantemente,
esta estratégia. Diria até que, parecem ser, ao que me é dado analisar, o império
mais eficaz na promoção, fomento e desenvolvimento, deste tipo de estratégia.
Aos olhos de muita da opinião pública, principalmente aquela que faz depender
100% da sua informação da amordaçada
e corrompida comunicação social corporativa, os EUA até parecem os “bonzinhos”,
os “polícias do mundo”, os “protectores” da democracia e direitos humanos… É,
sem dúvida, uma estratégia fantástica. Desmontável e desmontada, mas genial.
Contudo, nem a melhor das estratégias, nem o mais caro
sistema de informação e contra-informação da história humana, consegue apagar o
que a realidade é em si mesma. E o que a realidade em si mesma nos diz é que, não
obstante o final da URSS (o “papão” comunista), nunca o mundo se sentiu tão
inseguro. E qual é o país que mais gasta em segurança, espionagem,
contra-espionagem, armamento, “false flags” ou “covert operations”?
A obra e a sua criação
E o que a história vai dizer – e já diz - é que o novo alvo
de abate dos Americanos – o ISIS – foi obra sua. Pelo menos, indirectamente.
Primeiro, na sua fome inesgotável de recursos energéticos, os EUA elegeram Assad como alvo preferencial
da sua política de pilhagem e “caos criativo”. Nem vale a pena dizer que, com
todos os defeitos de Assad, que não é nenhum anjo, mesmo assim, o seu governo é
o mais progressista de entre os governos da região. Um governo laico, com Igualdade de Género, Segurança Social, sistema de serviços públicos muito desenvolvido… Mas,
também é facto que, de quem os EUA gostam mesmo é de regimes “evoluídos” como o
Saudita. Caprichos dos guardiões da “democracia” e da “liberdade”!
Nesta cruzada contra Assad, os EUA financiaram grupos de
origem duvidosa, todos radicais religiosos, grupos da direita mais reaccionária
e ortodoxa. Já no Iraque, na Líbia, no Afeganistão, na Palestina (com o conhecido Hamas) assim tinham sucedido.
Assim, primeiro com o apoio militar, financeiro e logístico
dos EUA, depois com o apoio da Arábia Saudita e do Qatar, o ISIS (sunita como
os Sauditas) encontrou terreno fértil para crescer, tendo até obtido um arsenal
assinalável a partir de pilhagens na Líbia e na Síria.
Um "modus operandi" reconhecido. Apoiar tudo o que é reaccionário!
Tal como com o Hamas, a Al-qaeda, o Svoboda Ucraniano e outros
grupos conhecidos, os EUA jogam a mão a tudo o que é gente reaccionária, de extrema-direita
e retrógrada. Tudo em nome do Império. Muitas vezes utilizam o seu ponta-de-lança Israel. O que não está registado nos anais da
história é o apoio dos EUA a grupos progressistas e revolucionários. Esses,
alto lá e pára o baile que, esses... Esses são inimigos do império!
Mas, na Síria, foi assim que o ISIS começou. Agora, vêm os
EUA dizer que aprovaram o apoio aos grupos moderados na Síria, para que estes
combatam o ISIS. Ora, neste caso, colocam-se várias interrogações:
1.º Se o objectivo é expulsar o ISIS da Síria, porque não
apoiar directamente o governo Sírio? Não seria este o mais bem preparado para o
efeito?
2.º Armar os rebeldes “moderados” Sírios fará com que se
perpetue a guerra civil Síria. Certo? Fará com que estes “moderados” consigam
fazer frente a Assad. Não será este o real objectivo do apoio?
Os verdadeiros motivos da criação e combate ao ISIS, ainda estão por "desenterrar"!
O ISIS foi uma criação do império. Já se sabe. Independentemente
de tudo o resto, a verdade é que o combate ao ISIS está a servir que nem uma
luva nos interesses Americanos.
1.º Permite aos EUA entrar em espaço aéreo Sírio como sempre
pretenderam e permite-lhe preparar um exército que destrone Assad do poder.
2.º Permite reentrar no Iraque, na zona de Mossul, rica em
petróleo e colocar em xeque a influência crescente do Irão, sobre o governo
xiita Iraquiano.
Daí que, a par de muitas outras histórias, esta história do
ISIS ainda vá ser contada como é realmente. E, o mais provável, é que se trate
de uma “covert operation” Americana. O História o dirá. Para acreditar nisso,
basta-me, tão só, olhar para a própria história.
Uma estratégia medieval! Combater um vírus ao tiro!
Falando em História, há uma estória que está mal contada e
de que maneira. Mandar 3000 soldados para combater o Ebola? Então mas o vírus mata-se a tiro? Esta nem o padre mais inquisitorial da idade média se lembraria. Porque se não soubesse o que era um vírus, saberia ao menos que os espíritos maléficos não se matam a tiro.
Se não fosse demasiado sério, dava para rir! Mais uma vez os
EUA, numa estratégia que é especialidade sua, estão a aproveitar uma desgraça
como esta para enviar um verdadeiro exército para uma importante região do
globo. Esta ideia revela em toda a plenitude a arrogância imperial de Obama e seus comparsas. Ou pensam que somos todos estúpidos, ou pensam que eles é que são os únicos espertos. Mas que a estúpida comunicação social corporativa calou, lá isso calou! E os correlegionários yankees também. Ninguém achou estranho. Estranho!
Como se sabe, a China tem fortalecido amplamente a sua
presença em África. Os EUA, face às riquezas pilháveis que lá existem, não
ficam nem um pouco agradados. Afinal que história é esta de os Chineses andarem
a trocar diamantes e petróleo por escolas, estradas e hospitais, ao invés de os
trocarem por armas e dólares destinados à cleptocracia subsariana?
Antes prevenir que remediar. Coloca-se lá um exercito e
pronto!
Eu até percebo o princípio. Como onde eles chegam matam tudo, bem... Matam o vírus também!
Os médicos da tirania e os soldados da democracia
Agora, o engraçado é que os “libertadores democratas” mandam
exércitos, os “tiranos sanguinários” dos Cubanos, mandam… Médicos! E de graça!
Esta história da democracia e liberdade Americanas também
ainda está para ser contada. O que sei é que Cuba é o país da América Latina e
Caribe, que é considerado o melhor para se nascer (segundo a ONU). Cuba ocupa o
44.º do Índice de desenvolvimento humano da ONU, dois lugares atrás de
Portugal, somente. Entre outros índices sociais, que têm a ver com pessoas,
Cuba aparece, inclusive, à frente dos EUA. Mas os EUA é que são a terra da liberdade
e dos direitos humanos!
O que eu sei é que os governos marioneta dos EUA, na América
do Sul e Caribe, estão entre os estados com Índices de desenvolvimento humano
mais baixos. Já Cuba e o Chile (outro governo proscrito para o império)
aparecem entre os únicos países desta região com um IDH ao nível dos países
mais desenvolvidos (com um IDH muito elevado – o máximo).
De que lado está a verdade então? A História o dirá, e mais
depressa do que pensamos.
P.s. O Afeganistão de 2012, do “yankee” Karzai, trata as
mulheres com burka. O mesmo país em 1972, na altura dominado pelos “sanguinários”
e “ditadores” Soviéticos, tratava as mulheres sem burka. Engraçado, não?
Ah! Para além do partido único, através da facção democrata
e facção republicana, quais são os outros partidos que concorrem a eleições nos
EUA? Alguém me consegue dizer?
Caprichos da democracia!
Escolham quem quiserem, desde que não escolham nada!
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