Aproveitando
os sunitas Sírios apoiados contra Assad, armando-os e permitindo-lhes a captura
de arsenais desde a Líbia, à Síria e Iraque, os EUA contribuíram para a criação
de um movimento “hollywoodesco”, cujas características se enquadram o mais possível
– quase a metro – na estratégia de pilhagem Yankee. São maus, muito maus. São
terroristas, são árabes, não negociam, são implacáveis, em suma, são
absolutamente abomináveis. E, para somar, ainda desviam os nossos jovens. Que
desgraça! Eis o filme tornado realidade.
“Aquele que
ocupa o campo de batalha primeiro e espera o inimigo estará descansado; aquele
que chega depois e se lança na batalha precipitadamente estará cansado”. Sun
Tzu in Arte da guerra
Quando olharmos
para as ultimas movimentações do império a Oriente, para aqueles que consideram
a situação extremamente complexa e incompreensível, aconselho-lhes a leitura do
livro de Sun Tzu, A arte da guerra. Trata-se, tão só, de chegar primeiro à
pilhagem e ao saque.
Aliás, para
que se compreenda a história contemporânea, nada mais é necessário do que
compreender a história passada. Os protagonistas são os mesmos – os seres
humanos. E, neste aspecto, um ser humano de agora é tão “humano” como o era um
ser humano de antes. Tão ganancioso, invejoso, mentiroso, belicoso…
Podemos dizer
que, individualmente, estamos muito mais próximos do “animal” que somos do que
colectivamente. É em sociedade, e portanto, em colectivo, que nos civilizamos. É
esta sociedade que impõe as regras que nos humanizam.
Cada vez, estamos mais juntos e mais
sozinhos ao mesmo tempo
O que sucede
é que, actualmente, vivemos numa sociedade cada vez mais desestruturada. Se,
por um lado, vivemos cada vez mais agrupados, por outro, vivemos cada vez mais
sozinhos. Cada vez mais, tendemos para o individualismo e para o desprendimento
de tudo o que é barreira colectiva. Esta é, aliás, uma consequência do
liberalismo exacerbado dos dias de hoje. Perante tal liberalismo, que renega
qualquer imposição social como um limite à “liberdade” individual, a
indiferença de cada um dos indivíduos pela “despotização” é realmente
assustadora e fere de morte qualquer construção democrática. Neste sentido,
enquanto os indivíduos andam perdidos e alienados por entre néons, gadjets,
gifts e outros objectos de consumo que consomem os nossos sonhos colectivos, há
quem trabalhe, e bem, para tornar o seu poder cada vez mais absoluto, autocrático
e despótico.
Abriu a época das pilhagens!
E eis que,
nunca antes, os senhores deste feudo económico a que chamamos de “globalização”,
se sentiram tão absolutamente convictos do seu poder. E é então que a “renovada”
ambição Norte-Americana relativamente ao médio oriente, à Rússia, e à própria
América Latina, reporta-me a tempos passados, medievais, durante os quais, nas
regiões mais pobres, cada um dos senhores feudais apontava um alvo para a
campanha militar de verão.
O objecto da
acção, já se vê, não era bem a campanha militar, era mais a pilhagem, o saque e
a ocupação das terras.
Nesse
período, reabriam-se quezílias entre senhores feudais e entre as respectivas
famílias. Quaisquer ofensas, agravos, discordâncias ou incompreensões eram
explorados até à exaustão como “o pretexto” de tal campanha. Nesse período,
agudizavam-se as diferenças entre os vizinhos e potenciais inimigos. Tudo com
um objectivo bem claro, mas inconfessado, a apropriação da riqueza alheia.
Desta
actividade dependiam um sem número de convivas. Dependiam cavaleiros,
escudeiros e outros guerreiros; dependiam ferreiros, palafreneiros, criadores
de cavalos; dependiam artesãos, costureiros, sapateiros; dependiam os padres e
todo o clero que vivia à custa de donativos e indulgências, atenuadores de
pecados idos e vindos.
A abertura da
“Campanha militar de verão” era motivo de grande importância para a sobrevivência
de comunidades de regiões cujo clima não lhes permitia viver da agricultura,
por exemplo, como no caso dos países nórdicos. Contudo, este tipo de campanhas
também eram comuns cá no burgo, por exemplo, sempre que um senhor ou monarca
pretendiam financiar o seu cofre, sempre depauperado por mandos e desmandos próprios
de quem tinha o poder mais absoluto.
Os EUA, como qualquer império olham para
a guerra como a mãe de todas as soluções
Em que difere
esta atitude medieval, feudal, da atitude actual do império? Muitas são as suas
acções de que dependem “falcões de guerra neo conservadores”, industriais do
armamento, industria aviónica, laboratórios de investigação, militares,
empresas de mercenários… Há que manter esta gente ocupada sob pena de, os
mesmos, se virarem para outro lado.
- Perante a ameaça de os BRIC criarem um sistema financeiro paralelo ao actual, independente e assente na riqueza que cada um possui em si próprio, o que fazem os EUA? Criam quezílias com a Rússia, visando a destruição de alianças que coloquem em causa a criação de tal projecto.
A
diabolização e isolamento da Rússia, país que, em determinada altura teve o
desplante de se desinteressar pela NATO, de impedir invasões em nome dos
direitos humanos, como no caso da Síria e de condenar oligarcas por lavagem de
dinheiro, oligarcas esses que tinham ligações diversas ao capital Yankee, tem
muito que se lhe diga. Aliás, a criação de um Eixo mau, ressuscitador do espírito
de guerra-fria, faz lembrar as guerras santas do passado. Os bons contra os
maus.
- Perante o crescimento dos BRIC e a antevisão de que a corrida às energias será mais ávida do que nunca, o que fazem os EUA? Abrem a nova época de pilhagem e saque.
Primeiro a
Síria, país laico, governado por um estado forte, economicamente pouco liberal,
no qual o petróleo e gás só podiam ser extraídos e vendidos por empresas públicas.
Eis um limite à “liberdade” Yankee. Dá mais jeito comprar o ouro negro a uma
família Árabe dependente dos EUA para estar no poder.
No caos “criativo”, quem domina é sempre
o mais forte
O que fizeram
os EUA na Síria? Apoiaram grupos rebeldes, dentro da lógica do “caos criativo”,
na sequência da primavera Árabe e dos acontecimentos na Líbia. Criaram um clima
de guerra civil, financiada pelas suas agências, pelos Sauditas e outros países
vizinhos dependentes do Império. Estava criado o primeiro cavalo de Tróia… O “bandido”
do Assad, qual ditador sanguinário obscurantista Saudita, andava a matar o seu
povo como coelhos… Era preciso ir lá pará-lo antes que as suas bombas (as dos
outros era do lado bom, portanto eram inofensivas) matasse mais gente.
Quem impediu?
A Rússia. O “bandido” do Putin. Putin, a Rússia e a RT news desmascaram o
esquema e denunciaram o que já se sabia, que as armas de “gás Sarin” tinham
sido lançadas pelos rebeldes, fornecidas pelos Sauditas, e Assad, nada tinha a
ver com isso. Como essa brincadeira morreram 400 pessoas. A ONU falou disso no
seu relatório, a BBC também, mas a “propaganda média”, em geral, permaneceu
caladinha.
Os Iraquianos queriam fechar o quintal
aos EUA
A este
problema de domínio da Síria, veio o Iraque também criara problemas. Esta coisa
de os países quererem viver segundo as suas leis… Então, o governo Iraquiano,
de maioria Xiita, que com o apoio Yankee destronou o sunita Sadam, decidiu que
não aprovava nenhuma lei que permitisse aos Americanos, seu exercito, mercenários,
empresas e outra cambada, a circulação no país, a ocupação de infra-estruturas,
a pilhagem de recursos e a instalação de bases e campos de treino móveis ou fixos.
Aliás, os EUA queriam que o Iraque aprovasse um regime legal parecido ao Afegão.
Ou seja, os EUA retiravam mas o Iraque continuaria a ser o seu “playground”.
Perante esta
nega, logo ali viram os EUA mão do Irão. E quem é que apoia o Irão? Pois é… os “bandidos”
dos Russos e o seu Putin. Sempre este gajo, sempre o mesmo!
Havia que
entrar na Síria e no Iraque pela porta de… Um novo cavalo de Tróia. Como se
chamou desta vez? ISIS ou ISIL! Mais conhecido como Estado Islâmico.
Aproveitando
os sunitas Sírios apoiados contra Assad, armando-os e permitindo-lhes a captura
de arsenais desde a Líbia, à Síria e Iraque, os EUA contribuíram para a criação
de um movimento “hollywoodesco”, cujas características se enquadram o mais possível
– quase a metro – na estratégia de pilhagem Yankee. São maus, muito maus. São
terroristas, são árabes, não negociam, são implacáveis, em suma, são
absolutamente abomináveis. E, para somar, ainda desviam os nossos jovens. Que
desgraça! Eis o filme tornado realidade.
E perante tal
filme, o que fazem os EUA? Invadem, bombardeiam e desestabilizam mais ainda. Primeiro,
deixaram o ISIS instalar-se, recusando ajudas a Assad e ao governo Iraquiano.
Depois, quando o ISIS já ocupava a parte do Iraque e da Síria que lhes
interessa, a que tem petróleo, os EUA abandonam os Xiitas e unem-se, desta
feita, aos curdos. MAS não muito para não chatear os Turcos. Apenas o
suficiente.
Bombardeiam e
matam tudo à volta. Incluindo crianças e civis. Quem vai defendê-los desta
feita, uma vez que o agressor é o salvador? E para colocar a cereja no topo do
bolo, em vez de apoiarem Assad e o seu exército, decidem apoiar os rebeldes Sírios
“Moderados”. És moderado? Sou! Então toma lá um carregamento de “mata mouros”.
Eis o fim
revelado. De uma cajadada tomam o Iraque, a parte da Síria que lhes interessa e
criam condições para a instalação de um exército “moderado” que destrone Assad
do poder. E depois dizem que dói o ISIS que criou o problema.
No barco
estão os “democratas” do costume. Jordânia, Sauditas, Emirados, Qatar, Bahrein.
Tudo gente boa. Sunitas que financiaram o ISIS e agora o fingem destruir. Deja vu!
Al-qaeda? Lembram-se?
- Mas o processo só se completa com o cerco à Rússia e a instalação do escudo balístico.
A Rússia
vendia muito gás para a Europa. Os EUA querem vender o seu Gás de xisto, extraído
através de uma técnica proibida na EU – o “fracking”. Os EUA querem vender
armas, a EU gasta pouco nisso. Há que criar um clima de insegurança, fazendo
com que se veja a Rússia como “a ameaça”.
A EU, bem
mandada, encosta a Ucrânia à parede e diz: ou nós, ou eles! Os Ucranianos
Russos não gostam e a Rússia, obviamente, também não. Putin, que gosta de
defender o que considera ser seu (aqui não difere muito dos EUA), diz logo,
fiquem com uma parte que eu fico com a outra. Caiu a Crimeia, ainda há-de cair
a Novorussia.
Onde estão os “fascistii”? Os EUA estão cá
para apoiar
Os EUA, como
é costume, fazem parelha com as forças mais reaccionárias lá da terra. E,
reaccionário por reaccionário, toca a pegar nos Nazis. Os Ucranianos pró
Russos, chamam-lhes “fascistii”. E os EUA dizem: Estão a ver? A Rússia quer
restaurar a URSS!
Deve ser para
rir. Colocar nas mãos de Putin a restauração do socialismo. SE fosse anedota,
era boa. Só que não é.
Os nazis
mandam um avião abaixo e Obama corre a dizer: Foram os Russos! Eu vi!
Mais uma vez
prova-se que não foram, todas as provas apontam para Kiev. O relatório Holandês,
de tão indecifrável, vale menos que o papel gasto. As TV´s da “propaganda média”
nada dizem. Apenas o costume. “Parece terem sido os pró Russos”. Qual papagaio
farto de se repetir.
Ficamos aqui às
voltas com sanções e contra sanções que visam isolar a Rússia e levar a EU para
um conflito interno que pode gerar a sua implosão e a do Euro. Algo que
preocupe os EUA? Nem por isso! Uma guerra vinha mesmo a calhar… Ora se vinha!
Quando os vírus se combatem a tiro!
- Obama manda 3000 soldados para combater o Ebola!
O que tem a
ver isto com a presença dos Chineses em África? E quem está ligado aos
Chineses? Os Russos! Mais uma vez esses gajos.
Então,
aproveita-se o Ebola para criar uma força militar de acção rápida em África,
depois da que foi criada na Europa.
E perante
toda esta acção de pilhagem, Obama vem dizer, como disse ontem:
“A ida dos
EUA para o Iraque, tornou o mundo um local mais seguro”!
Não me digam!
Peguem nos
vossos livros de História e vejam onde é que acaba tanto conflito.
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