Problema; Reacção; Solução - O ciclo infernal do sofrimento

Primeiro cria-se o problema. Depois, perante o apelo das massas, reage-se. Por fim, aplica-se uma solução, a qual deixa, para o futuro as sementes para novos problemas... Este ciclo eterniza-se e repete-se sem fim. No seu âmago estão pessoas, homens, mulheres, crianças, que vêem, inabalavelmente a sua vida destruída. E que está por fora? E quem cria o problema, a reacção e a solução? Também estes serão seres humanos? Ou serão monstros?



Esta é a história da intervenção americana no médio oriente. No vídeo que se segue, sobre a acção americana no médio oriente e a criação do problema "ISIS" (Islamic State of Iraq and Levant), ficam bem patentes e provadas, as intenções americanas na Síria, no Iraque e no Médio Oriente em geral.



Num trabalho de organização sequencial de factos, artigos e intervenções de altas figuras da Real Politik dos EUA, um trabalho que faria morrer de inveja os "presstitutes" da comunicação social corporativa e que poderia servir de exemplo para o que deve ser a actividade de um jornalista, o grupo de Social Media "StormCloudsGathering"  que opera no youtube, fez com pouquíssimos recursos, aquilo que os barões da alta finança ligada à comunicação social, não conseguem fazer com muito: contar a verdade.

De todos os factos relatados e sequenciados no vídeo, que vão desde a 1ª invasão do Iraque à actualidade e ao apoio ao grupo ISIL ainda na Siria, eciste, porém, um que me faz tremer de raiva. Quando um jornalista, relatando a fome e a morte de crianças e idosos no Iraque de Saddam, em resultado da  1ª Guerra do Golfo, pergunta a Madeleine Albright: «A senhora acha que o preço da invasão do Iraque valeu a pena?». Ela respondeu: »É sempre uma escolha difícil... Mas sim, acho que valeu a pena».

Valeu a pena? Ela que pergunte aquelas pessoas se valeu a pena. Então é assim que se fazem as contas? E quem faz as contas? E quando é que vale a pena? E quem é que decide que vale a pena? Então tudo vale a pena, dependendo da perspectiva. Não é?

Perguntem a Hitler se valeu a pena matar aqueles judeus todos! O que diria ele? E a Truman se valeu a pena mandar as bombas atómicas. O que diria ele? Desde quando é que, um estado que se diz democrático, como os EUA, diz que vale a pena sacrificar a vida de milhares de seres humanos por motivos tão fúteis como poder, dinheiro e mais poder e mais dinheiro?

E como é que estados, que se dizem democráticos, comem isto tudo e não dizem nada? São espiados pelos EUA, assinam acordos para aplicar nos seus territórios as leis dos EUA (vide acordos transatlânticos para dados pessoais, comercio, serviços...), estão ocupados pelos EUA que detêm mais de 300 bases em solo Europeu, são palco das suas guerras pelo poder universal (vide Ucrania, Juguslávia...) e, mesmo assim, que nem papagaios, se limitam a repetir a voz do dono?

E depois vêm falar dos excessos de Staline? ou de Mao? Não diriam eles também que tais excessos valeram a pena? E como saber se valeram? Ou se não valeram? Afinal só um lado, o lado do vencedor, é que pode perpetrar crimes impunemente. Só o império e a nova ordem é que podem manipular a vida de milhões de seres humanos?

Os EUA criaram o ISIS, armaram-nos, deixaram-nos ocupar agora o Iraque, mantendo-se à parte da ocupação de cidades como Mosul ou Fallujah (poderiam ter apoiado o exercito Iraquiano, com os seus drones). Através do ISIS partiram a Siria toda. O unico país laico, com igualdade de género da região era a Siria. Com todos os problemas de Assad, a Siria era o país mais evoluído da região. E o que os defensores da virtude, da liberdade e da democracia fizeram. Destruíram-no e permitiram a criação de um califado sunita extremista (ligado à Al-Qaeda) tipo Arábia Saudita. Pudera, o Qatar, por exemplo, vende o gas a 3 dólares o metro cúbico aos EUA. O mesmo gás é vendido à Índia a 12 dólares. É assim que os EUA exploram e atrasam os outros.

Já agora, qual foi a parte do Iraque que o ISIS ocupou? Pois é, os poços de petróleo. Sintomático. Não?

Será que isto já não é demais, mesmo ara aqueles que cresceram a ouvir as patranhas anti-soviéticas e pró-imperiais? Será que não chega de sofrimento, tortura e repressão?

PS. ainda bem que, cada vez mais, aparecem canais noticiosos livres. Canais noticiosos que nos livrem das patranhas que estes "presstitutes" nos fazem engolir todos os dias.

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