Existem um conjunto de princípios de cartilha transmitidos pelos professores aula a aula, seminário a seminário, conferência a conferência, sem qualquer piedade ou misericórdia, aos alunos de Gestão, Economia, Finanças ou Contabilidade (já para não falar de outros).
Estes princípios dogmáticos, qual religião, qual ideologia política, são transmitidos ininterruptamente a fazer lembrar as K7s de outros. Depois desta deformação profissional, de que só esta é a forma correcta de ver a realidade, os incautos alunos, muitos virgens intelectualmente, vêem a sua ingenuidade política violada sem dó nem piedade.
Então que mandamentos fundamentais, universais, arquetípicos e irrefutáveis são estes, que livros e professores professam tão solene e veementemente?
1. O Estado ocupa demasiado espaço na economia, há que reduzir o tamanho do estado na economia
2. Há que reduzir os impostos e libertar a economia das amarras da fiscalidade estatal
3. O sector privado gere nem, o sector público gere mal
4. Há que deixar o sector privado dominar sectores fundamentais como a saúde e educação, pois fazem-no muito melhor que o sector público
5. Nunca denominar um “assalariado” de trabalhador. Os “assalariados” são Colaboradores
6. O Código Laboral é muito rígido, há que flexibilizar as relações laborais.
7. O emprego público em Portugal tem mais peso do que no resto da Europa.
8. O Código Laboral português é o mais rígido da Europa e um dos mais rígidos do mundo.
9. As empresas Portuguesas são das que têm mais encargos fiscais e sociais da Europa e do mundo.
10. Um estado com os sectores fundamentais da economia é um estado ultrapassado que não contribui para o desenvolvimento económico.
Ai do jovem estagiário, à procura de primeiro emprego, de uma das áreas referidas que não aplique no seu palavreado estes 10 mandamentos da “Ciência Política” Moderna (nem que seja para alguém que tenha vivido o século XIX). Estaria condenado ao Ostracismo.
Hugo Dionisio
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