Laureni Santori, famosíssimo estilista da moda mundial, reconhecido pela sua “fineza” estética (e corporal) é o patrão da associação mundial das empresas de moda. Este senhor, amante do bonito e do belo, duas das qualidades imprescindíveis para quem anda nestas lides (embora muitas vezes não se saiba bem a que bonito e belo de referem) é o responsável pela sobrevivência e expansão da indústria da moda.
A indústria da moda, como indústria da aparência é também a indústria da ilusão. A ilusão de que qualquer um pode chegar aos estereótipos criados e difundidos. Alguns, só por via da ilusão de óptica, é verdade, pois a sua aparência não lhe permite outro tipo de ilusão mais materializável, mas mesmo assim, também têm o direito a acreditar de que um dia, com muitíssimo esforço, farão parte desse mundo de hologramas e efeitos de photoshop, que é o mundo da moda.
Um desses estereótipos, mais difundidos por Laureni Santori, é o da magreza extrema. As modelos e os modelos são cada vez mais magros, aliás, qualquer dia, quem ficar de lado nos desfiles, não vê os manequins, mas isso é um pormenor muito pequeno, em função do pormaior que levou Laureni Santori a querer difundir (ao contrário da moda dos anos 20 e 30 que difundia a ideia de mulher redondinha, trigueirazinha, forradinha…Aí que saudades desse tempo!) a ideia de magreza em que assenta a ilusão da moda actual.
E que pormaior é esse? Pois é, já pensaram em quem ganha com essa ideia de magreza extrema? Vamos fazer a lista:
• Os psicólogos e pedopsicólogos, ao tratarem os jovens e adultos com problemas de anorexia e bulimia. Se o estereótipo apontasse para pessoas mais “normais”, já viram o dinheiro que o estado poupava em Saúde Mental? E as pessoas andariam muito mais satisfeitas, não?
As conversas das mulheres em vez de – Então Maria, já se nota um pneuzinho, tens de emagrecer. Seriam – Então Maria, não tens pneuzinho nenhum? Tens de engordar! (até a agricultura e a industria alimentar se desenvolviam mais). Ou ainda: - Então Maria, a gravidez deixa marcas, não é? Ainda vais levar tempo a voltar ao lugar! E em vez disso: - Então Maria, a gravidez fez-te muito bem! Está mais bonita! (até a natalidade subia, o que era bom para contrariar o envelhecimento da população).
• Os investidores em Centros de plásticas e estética corporal. Quem quereria bandas gástricas e lipoaspirações? Em vez disso, far-se-iam “extensões gástricas” e “lipointroduções” para os mais magrinhos.
• Os investidores em ginásios, spas e health centers. Não haveria lugar para vícios do desporto e da actividade física extrema. O desporto voltaria a ser visto como algo de saudável e com vista ao desenvolvimento humano e não como um caminho sem fim para a magreza extrema.
As conversas seriam: - Então, foste ao ginásio hoje? Vê lá se não voltas lá amanhã! Tanto ginásio põe-te fora de forma!
• Os empresários de pastilhas e comprimidos dietéticos. Quem os tomaria? Voltariam os tempos em que se iria à farmácia pedir umas vitaminas porque se andava sem apetite. Hoje em dia, a maioria das pessoas, quando não têm apetite, saltam de contentes.
• Os empresários de comida light. Quem pediria um queijo da serra light? Ou uma compota light? Ou um pacote de leite com chocolate light? Ou um chouriço light? Em vez disso, a industria alimentar tradicional seria o orgulho da nação, sem preconceitos e sem terem de viver com a consciência pesada de ter de enganar o público em geral, tendo de chamar light a coisas que de light nada têm.
• Os nutricionistas e outros. Quem iria ao nutricionista? Só quem queria engordar.
• Os fabricantes de cremes para criar a ilusão de que se emagrece. As pessoas compram esses cremes, colocam-nos todos os dias, várias vezes ao dia e até aprece que fazem efeito, porque basta ter a ilusão que fazem.
• Os fabricantes de espelhos em que as pessoas parecem mais magras.
Pois é, vou registar a patente de um espelho destes, afinal, num mundo de ilusões tanto faz ser magro, como parecer magro. Não?
Agora vejam, como Laureni Santori merece o Nobel da economia. Já viram que indústria da magreza existe por causa do seu estereótipo? Até custa a crer que alguém tenha pensado nisto não?
Laureni Santori não existe…ou talvez sim...
Hugo Dionísio
3 comentários:
Nao sei se sera por ignorancia minha, mas nao sei quem e esse tal de laureoni ou qualquer coisa assim. Deixaste-me ate mal disposto ao verificar esta falha na infalabilidade da minha cultura geral.Dou-te este de graca.
O que me faz comentar e o artigo que desenvolveste, tu, como eu, apanagios e exemplos da moda.Acredito na beleza, quando ela e natural, sem artificios ou malabarismos. As coisas sao belas nos nossos olhos, o que por vezes difere de outras opinioes.Mas somos assim, humanos e simples. O resto e como as pinturas murais, agora parece que lhe chamam grafitti, do PCTP MRPP, Grandes, vistosas, faziam parar o transito, mas eram somente desenhos animados, enfim, Marvel comics.
Tal como estes senhores e estas senhoras que nem sabem sequer em que planeta estao(Ha provas televisionadas do que digo). Nao e por culpa deles mas porque nada mais se exige deles, do que criar para um grupo de prevertidos e doentes mentais se venha(orgasmos) com o suor de quem sofre neste mundo de merda. Tenho um amigo Basco presso em Guantanamo a dois anos, porque estava em Kandarar aquando da invasao ilegal e criminosa dos Americanos e Ingleses. Nao consigo sequer falar com ele e apesar de ser cidadao "espanhol" o que quer que isso seja,e basco e Zapatero nao faz, por ele um zapato. Quando sair de guantanamo, se sair com vida eu sei que ele vai directo para uma passarela pois nao lhe faltarao motivos de beleza para posar. Um abraco Grande Hugo...
Pá, estava interessado em saber masi sobre a história desse teu amigo. O que estava a fazer em Kandahar? Quando é que isso foi? o que tem feito a familia dele? Já saíu alguma coisa na comunicação social?
Isto é interessante.
vê lá se responde
Um abraço
Hugo
eu envio-te um email com essas informacoes todas. Obrigado pelo coment no toninho pantanca.
Vou responder la.
E tu tas bem, O teu pessoal, tudo bem?
Abraco Hugo.
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